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Diego Nunes - A nova geração

"Todo mundo tem uma história difícil para contar, eu consegui realizar o sonho de lutar no WEC desde 2008 e, em seguida, lutar no UFC, e o caminho para chegar até aqui não foi fácil e rápido"...

Durante alguns anos no Brasil, o termo lutador de Cristo (no MMA) levava você à um único nome, o veterano do UFC, Pancrase, Pride e K-1 Ebenezer 'Pitbull' Fontes Braga.    
    Na tentativa disseminar sua fé Cristã, ao mesmo tempo que vencia lutas em competições de alto nível, Ebenezer era um lutador único no final da década de 90 e no início do novo milénio. Porém ele tinha um pequeno problema, como explicar aos membros da sua igreja que seu trabalho era baseado em lutar contra outra pessoa, mesmo que profissionalmente.        O tempo passou, e após a aposentadoria (não oficial) de Ebenezer há seis anos, ele abriu as portas para outro atleta com as mesmas intenções. Diego 'The Gun' Nunes - que enfrenta o ex-campeão pena do WEC, Mike Brown nas preliminares do UFC 125 em 1º de janeiro - começou sua carreira no MMA em 2004, preenchendo o espaço que surgiu após a aposentadoria do 'Pitbull' Cristão. No entanto, para atingir os níveis de seu colega evangélico, Diego teve que passar por uma série de testes até entrar na melhor competição para encarar os melhores. Onze lutas depois ele conseguiu, chegando no WEC invicto, mas quando lhe perguntei se ele passou pela mesma estrada que Ebenezer em sua igreja, Diego sorri e balança a cabeça positivamente.        "No início da minha carreira, principalmente quando eu morava no interior do Rio Grande do Sul, onde as pessoas são mais reservadas, eles me pediam para mudar de emprego, falavam apenas sobre violência e que eu não teria sucesso fazendo isso", ele disse. "Mas eu cresci, apesar dessa aversão, mantendo a idéia de lutar e pregar a palavra de Jesus Cristo, a fim de tornar o esporte MMA reconhecido no ambiente em que estou, a igreja".        De degrau em degrau, Diego convenceu as pessoas que sua escolha como profissão não era blasfêmia perante suas crenças. No entanto, ele não poderia esquecer de treinar duro para construir uma carreira brilhante, e o atleta nascido em Caxias do Sul dizimou seus adversários nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, enquanto esperava pelo salto para o próximo nível - os combates internacionais .        'The Gun' fez isso com tanta rapidez e ferocidade que acabou herdando o apelido ('A Arma'). Mas ele gosta de dizer para as pessoas que assistiram suas 16 lutas anteriores (principalmente suas 11 primeiras) e que dizem que as coisas teriam acontecido rápidas demais em sua vida como em suas lutas, que esse não é o caso. E para um cara que viveu em quatro cidades diferentes (sua terra natal, Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro) e saiu cedo da casa de seus pais, viajar no dia de Natal, e lutar no primeiro dia de 2011 e contra um ex-campeão do WEC não é um problema.        "Todo mundo tem uma história difícil para contar, eu consegui realizar o sonho de lutar no WEC desde 2008 e, em seguida, lutar no UFC, e o caminho para chegar até aqui não foi fácil e rápido ..." diz um emocionado Diego. "Em muitas ocasiões eu não tinha um lugar para dormir ou comida para comer e ainda continuei lutando, e graças a Deus agora estou no UFC, eu sou um representante da Nova União e posso proporcionar para minha esposa o que eu não tive. O sofrimento foi um desafio a ser superado. Posso lidar com o fato de celebrar o Natal e o Ano Novo mais tarde (risos)".         A carreira internacional de Diego começou há  pouco mais de dois anos, e o brasileiro de 28 anos construiu um cartel de 4-1 dentro o cage, lutando contra caras como Cole Province, Rafael Dias, LC Davis (sua única derrota), Raphael Assunção e Tyler Toner. Estas lutas, junto com sua passagem pela Academia Vado-Dela Riva e o Team Nogueira e sua equipe atual, a ultra-competente Nova União, ajudou o 'The Gun' a se tornar o lutador que ele é agora, um peso pluma do UFC. Mas na expectativa da luta de sábado, ele lembra de um momento que não participou diretamente, porém é uma das chaves para deixá-lo mais confiante contra Brown.        "A forma como José Aldo derrotou o Brown foi espetacular e me motivou muito. Talvez se não acontecesse, eu ficaria mais ansioso para lutar contra ele. Mas ao invés disso, o acontecimento funcionou como um combustível e me mostrou o caminho da vitória", diz Diego. "Eu sei que esta é uma situação diferente e ele lutará comigo de forma diferente da que lutou com o Aldo - mas acho que foi muito positivo para mim".        Conversar com Diego é normalmente assim. Ele pega motivação de onde nós não vemos, ele pensa no passado para ficar mais forte para o presente e o futuro, e ele olha para os próximos passos em sua jornada com a inocência de um menino, mesmo sem ter subjulgado seu próximo adversário, que ele precisa levar a sério.        "Estou treinando muito duro aqui, sem descanço durante os fins de semana, eu estou indo aos meus limites e o Brown é o cara perfeito para a minha estréia no UFC", diz ele. "Eu não tive lutas fáceis, e se eu vou enfrentar o ex-campeão do WEC, isto é bom para minha carreira. Lutei três vezes nos últimos seis meses e eu sei que isto é meio audacioso, mas depois de bater Brown, eu gostaria de enfrentar o Chade Mendes".