Lutadora mais nova a pisar no octógono do UFC, ela trocou as aulas de ballet pelas luvas e passou a sustentar a mãe
Quem vê uma moça de cabelos loiros descoloridos e óculos estilosos, mesclado com traços ainda adolescentes e um sorriso meigo andando pelas ruas de Brasília, nem imagina que por trás disso tudo existe uma lutadora do UFC. Nesse sábado (13), Larissa Pacheco será a mais jovem atleta a pisar no octógono. Com seus 20 anos e seis dias, a ‘loirinha’ do Pará se destacou em eventos brasileiros e se credenciou para fazer parte do Ultimate. Logo na estreia, a ela enfrentará Jéssica Andrade, na categoria galo. A principal luta do evento será entre o brasiliense Antônio Pezão e Andrei Arlovski, nos pesados.
Natural de Marituba, cerca de duas horas da capital Belém, Larissa começou a treinar relativamente tarde, aos 16 anos, em um projeto social da sua cidade, dividindo o tempo com a escola. "Não era fácil. Não tinha condições financeiras, tanto que nunca paguei academia. Os treinos eram longe da minha casa e eu tinha que ir andando ou de bicicleta. Hoje eu tenho apoio dos meus treinadores, eles vão me buscar de carro", diz a atleta.
Larissa começou a treinar muay-thai, logo depois migrou para o jiu-jitsu e daí já passou para o MMA. Apesar do intenso ritmo de treino, ela terminou o ensino médio e continua estudando para conseguir entrar na faculdade. "Estou fazendo curso preparatório para tentar cursar Educação Física. Sempre conciliei os estudos com as lutas, acho que é uma coisa possível e boa para o meu futuro".
As pessoas que vivem ao lado de Larissa têm certeza que ela continuará evoluindo até que consiga disputar o cinturão do UFC. "Ela é uma guerreira, daquelas que abandona qualquer coisa para conquistar seus objetivos. Não tenho dúvida que ela vai fazer história no Ultimate", disse seu empresário Wallid Ismail. Os cabelos descoloridos e a voz fina contrastam com alguns esparadrapos nos dedos das mãos (com as unhas feitas), lembranças do último treino antes de embarcar para Brasília.
Família
Quando ainda era criança, a mãe de Larissa insistiu para que a filha fizesse algumas aulas de ballet. Mas foi em vão. A lutadora frequentava o local apenas porque era obrigada, e logo trocou as sapatilhas pelas bandagens e luvas em um projeto social da sua cidade. "Não escolhi o MMA por querer ser lutadora, eu fui escolhida. Minha mãe não gostava muito da minha profissão, mas agora ela está até torcendo", diz a jovem, que sonha em comprar uma casa para a família.
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Apesar da pouca idade, Larissa já tem muita experiência de vida. Responsável por sustentar sua mãe, começou a trabalhar cedo para garantir o mínimo de bem-estar para a família. E o esforço vem dando resultados. Na segunda-feira (8), amigos a esperavam no Aeroporto de Brasília com um bolo para cantar parabéns de desejar sorte na estreia dentro do octógono. Mas ela teve que adiar a festa, pois estava perdendo peso. "Não pude comer nada, apenas apaguei as velas e virei para não ver ninguém comendo", brinca ela.
