Peso-pesado exalta preparação e fala sobre rivalidade entre academias
Às vezes até mesmo os amigos nas redes sociais precisam se enfrentar.
Em 8 de maio, o octógono desembarca pela primeira vez na Holanda para o UFC Roterdã. Na segunda luta principal, o número 12 no ranking peso-pesado Antonio "Pezão" Silva encara o lutador local Stefan Struve.
Diferente de outros combates envolvendo grandes nomes, não existe animosidade entre Pezão e Struve. Eles, na verdade, possuem muito em comum. Um segue ao outro no Twitter e, por coincidência, moram próximos no sul da Flórida.
"Ele é um rapaz muito legal", disse Silva ao UFC. "Jantamos juntos uma vez, somos amigos nas redes sociais. Já o vi algumas vezes, mas, por causa da luta, não mantemos contato".
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Levando em conta apenas os aspectos físicos, o duelo entre Pezão e o "Skyscraper" (arranha-céu, em inglês) é altamente interessante, mas também existe uma conexão entre eles fora do octógono em relação a personalidade, jornada nas artes marciais e momento da carreira.
Aos 38 anos, o brasiliense passou os anos iniciais de seu treinamento em seu país natal, depois foi para a Inglaterra, na Wolfslair MMA Academy, e se fixou na Flórida como membro da American Top Team. Enquanto isso, seu oponente passou anos treinando na Holanda antes de entrar para a Blackzillians, em Boca Raton, que fica a aproximadamente 22 minutos de carro da ATT.
"É uma honra enfrentar e não perder para um Blackzillian", declarou Pezão. "Não é nada pessoal. Não somos amigos nem inimigos. São negócios. Quero vencer essa luta, e quando ela acabar nós poderemos seguir com nossas vidas e virar amigos".
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Além de terem nascido em diferentes hemisférios e agora viverem na mesma comunidade por conta da busca pelo cinturão dos pesos-pesados do UFC, Silva e Struve tiveram suas duas últimas lutas no mesmo card, com resultados similares. Pezão conquistou um nocaute no segundo round sobre Soa Palelei no UFC 190, e então foi nocauteado no primeiro round por Mark Hunt no UFC 193. Struve venceu Rodrigo Minotauro por decisão unânime no primeiro evento, e perdeu da mesma maneira para Jared Rosholt no outro card.
"Nós dois estamos vindo de derrotas, e precisamos vencer. Sem dúvidas, os fãs podem esperar uma grande luta. Somos dois grandes lutadores - grandes de tamanho - e ambos estão querendo acabar com a luta. Será um combate incrível".
E ambos tentarão acabar logo com a luta, porque é isso o que eles sempre buscam. Ao longo das 28 lutas na carreira profissional do brasileiro, ele só chegou a uma decisão em quatro ocasiões - apenas uma delas nos últimos seis anos. Esta única decisão foi uma das melhores lutas de pesos-pesados da história do UFC, quando Pezão e Mark Hunt batalharam por cinco rounds e chegaram a um empate em dezembro de 2013. Struve, por sua vez, fez 38 lutas profissionais, com 23 de suas 30 derrotas acabando antes do último gongo soar.
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Com um cartel de 19 vitórias e oito derrotas, incluindo 15 nocautes, Silva está focado não apenas em conquistar mais um triunfo, como também melhorar seu já poderoso striking. Além de afiar seu chão com Roan Carneiro, Pezão vem ajustando o boxe com Kelson Pinto, cujo o trabalho com Santiago Ponzinibbio está bem exposto nos dois nocautes conquistados pelo argentino.
"Os fãs verão um Pezão voltando às raízes e procurando a vitória a todo momento. O Stefan é um grande lutador, que sabe muito de jiu-jítsu e kickboxing. Apesar de respeitá-lo muito, quanto mais altos eles são, maior é a queda. Já enfrentei caras que venceram do Struve. Isso me dá mais confiança, porque já bati caras que bateram o Stefan".
Para ser exato, Pezão tem vitórias sobre dois atletas que já venceram o holandês: Travis Browne e Alistair Overeem. Mais esse aspecto em comum entre os pesos-pesados só deixa as possibilidades mais interessantes para quando os gigantes se encontrarem no octógono.
