Pular para o conteúdo principal
/themes/custom/ufc/assets/img/default-hero.jpg

Cody Garbrandt divide cinturão com jovem sobrevivente do câncer

Conheça a história da cumplicidade entre dois campeões

Bastou uma olhada pela internet ao longo do fim de semana para perceber que a derrota de Ronda Rousey para Amanda Nunes foi a principal narrativa do UFC 207. Mas a história mais bonita foi entregue por Cody Garbrandt, o novo campeão peso-galo.
Esqueça da performance do atleta de 25 anos contra um dos grandes lutadores de todos os tempos, Dominick Cruz. Isso já seria digno de manchete. Mas o que estampou as páginas principais foi o que aconteceu depois que Bruce Buffer anunciou o vencedor do duelo.
Quando Garbrandt recebeu seu novo cinturão, ele o colocou ao redor da cintura de Maddux Maple, de 10 anos de idade, em um ato de reverência a um lutador que inspirou Cody.

Os fãs de MMA estão familiarizados com a história de Maddux, cuja história de vitória contra a leucemia acompanhou a ascensão de Garbrandt ao topo do peso-galo. Literalmente. Porque quando os dois se conheceram, não era uma estrela das lutas que estava dando alguns autógrafos e tirando fotos com algum fã conhecido.
Maddux tinha apenas cinco anos e já lutava por sua breve vida. Garbrandt era um atleta amador de 18 anos com mãos pesadas e toda a chance de se perder na estrada que engole lutadores durões e briguentos com frequência. Eles eram opostos que tinham tudo em comum.
“Eu vou vencer o câncer, Cody”, disse Maddux.
“Eu sei que você vai, amigo, e eu vou chegar ao UFC e levá-lo comigo em todas as minhas lutas”, respondeu Garbrandt.
Para qualquer outro, poderia ter sido apenas uma promessa bem intencionada, porém vazia. Garbrandt poderia ter se afastado, Maddux poderia ter perdido sua luta, e Garbrandt poderia não ter tido sorte em uma carreira que tantos perseguem.
Leia também: Dillashaw desafia Garbrandt | Relembre as trocas de cinturão entre 2016 e 2017
Mas ambos foram forjados no ferro. Maddux é tão durão quanto se pode ser, e Garbrandt estava determinado a não seguir o caminho destrutivo que lhe aguardava. Um encontrou força e motivação no outro.
“O garoto é tão forte e otimista em relação à vida, mesmo sendo tão jovem, que é muito motivante”, Gabrandt disse a mim antes de sua vitória sobre Henry Briones no UFC 189, em julho de 2015, “Isso ajuda a colocar a vida em perspectiva, então sou muito grato por ter o Maddux na minha vida. Pode ter sido por circunstâncias infelizes na época, mas nós aproveitamos da melhor forma”.
Quando Garbrandt venceu Briones, Maddux já havia vencido o câncer, e Garbrandt estava rapidamente se aproximando de uma disputa de cinturão. A cada passo do caminho, Maddux estava ao seu lado como um irmão, e não mais apenas um amigo, uma ligação criada por laços que a maioria de nós não consegue imaginar.
Se a história acabasse aqui, já seria digna de Hollywood.

“Olhe para nós agora, caminhando em direção ao octógono do UFC”, disse Garbrandt na época, “Ele não podia nem andar há um ano e meio. Ele está muito empolgado em relação a andar. Nos falamos quase todos os dias, e apenas ser capaz de dividir este momento com ele é algo pelo qual serei grato ao UFC, por permitir esta oportunidade e deixar que este garoto realize um sonho”.
O final do sonho de Garbrandt chegaria na última sexta-feira. Com apenas 10 lutas profissionais no currículo, ele conseguiu o que todo lutador sonha na maior noite de sua carreira: fazer a luta perfeita.
Contra Cruz, invicto há mais de oito anos, e que nunca havia perdido como peso-galo, Garbrandt foi mais rápido, mais forte e, simplesmente, melhor que o campeão. Não é que Cruz, de 31 anos, tenha envelhecido da noite para o dia. O que aconteceu foi que Garbrandt foi o melhor lutador naquela noite.
E é agora que a diversão começa. Será que veremos uma revanche contra Cruz, ou um duelo entre Garbrandt e seu ex-companheiro de equipe, TJ Dillashaw? Será que Garbrandt, de apenas 25 anos, terá um longo reinado, ou será que um dos dois citados acima, ou até jovens como Jimmie Rivera ou Aljamain Sterling poderá superá-lo?
Essa é a realidade de ser campeão. Agora, todas as flechas estão apontadas para o alvo nas costas de Garbrandt. Mas se o passado prova algo, é que Garbrandt consegue lidar com os problemas dentro de um octógono sem piscar. Esta é a parte fácil.
A parte difícil foi escapar de um lugar que poderia tê-lo derrubado, escapar do caminho que seu pai biológico deixou para ele, fazer todas as viagens que sua mãe fez para levá-lo a torneios de wrestling valerem a pena, e ajudar um amigo a vencer o câncer.
De repente, uma luta, com luvas e um árbitro, parecem um trabalho fácil.
“Estou correndo atrás de um sonho”, Garbrandt me disse antes de vencer Thomas Almeida, “Se acontecer de eu ser vencido, estarei pronto. Não vou me remoer. Vou melhorar. Se a pior coisa que acontecer na minha vida for perder uma luta no UFC, então eu vivi uma bela vida”.
É uma vida melhor agora. Cody Garbrandt é um campeão. Maddux Maple também.
“Ele não sabe o quanto mudou minha vida e o quanto me ajudou”, disse Garbrandt em 2015, “Nós nos ajudamos a chegar onde estamos agora. Ele está em remissão e eu estou no UFC, e isso é algo que prometemos um ao outro. Ser capaz de conquistar isso e cumprir estas promessas é algo a que sou grato todos os dias. Vivemos esta jornada juntos”.
Assine o Combate | Siga o canal do UFC no YouTube | Visite a UFC Store | Baixe o aplicativo do UFC