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Frankie Edgar fala de motivação, legado e próxima luta com "Zumbi Coreano"

Ex-campeão volta à ação em evento comemorativo de 25 anos do UFC


O ano de 2018 começou de forma melancólica para o ex-campeão Frankie Edgar.
Em março, seu aguardado duelo contra Max Holloway pelo título dos penas foi cancelado pela segunda vez consecutiva, na ocasião devido a uma lesão do havaiano a menos de um mês do combate. Edgar permaneceu no card e aceitou encarar o substituto Brian Ortega - mas acabou sendo nocauteado pela primeira vez na carreira pelas mãos de “T-City”.
"Todos nós que estamos em volta do Frankie não esperávamos que isso acontecesse, até porque ele já tinha passado por tantas lutas em que as pessoas derrubavam ele, e ele nunca caía”, disse em entrevista ao UFC Brasil o treinador de jiu-jítsu de Edgar, Ricardo Almeida, “Então você não sabe como o lutador vai reagir psicologicamente e também fisicamente, se na próxima vez que ele levar uma pancada vai ficar com o 'queixo de vidro'. Mas o Frankie quis imediatamente lutar de novo”.
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Então, apenas um mês e meio após a derrota para Ortega, Edgar estava novamente no Octógono para enfrentar o perigoso Cub Swanson em um duelo de veteranos em busca de reabilitação.
O duelo aconteceu no estado norte-americano de Nova Jersey, onde Frankie nasceu, cresceu e vive até hoje. Lutando pela primeira vez em casa em mais de 10 anos, ele respondeu qualquer dúvida sobre as consequências do primeiro nocaute sofrido ao superar Swanson em três rounds.
"Foi bom para mim voltar rápido, era o melhor a se fazer”, disse Edgar ao UFC Brasil, “Você nunca realmente se livra da sensação da derrota, mas voltar lá e conseguir uma vitória ajuda a amenizar isso".
“Analisando como técnico, ele errou muito pouco”, completou Ricardo, “Depois da luta, fiquei pensando como ele faz isso, como ele arrisca todo o legado dele por causa de uma luta logo depois de tomar um nocaute, mas acho que os caras que realmente deixam sua marca nesse esporte são caras como o Frankie, que não pensam muito em fazer a escolha segura, que arriscam e fazem sua própria história".
A “recompensa” pelo feito veio a seguir, com Frankie sendo escolhido para liderar o histórico evento comemorativo de 25 anos do UFC, em Denver, no dia 10 de novembro, quando medirá forças com o “Zumbi Coreano”, Chan Sung Jung.
"É engraçado, porque em fevereiro eu farei 12 anos de UFC, então considerando que esse é o aniversário de 25 anos, eu estou na companhia há praticamente metade de sua existência. É bacana que tenham me escolhido para liderar um card como esse", disse,  "Estou empolgado, o Zumbi Coreano é o oponente perfeito e vai ser uma ótima luta para os fãs".
O Zumbi Coreano esteve afastado do Octógono por quase quatro anos enquanto prestou o serviço militar obrigatório na Coréia do Sul, mas retornou disposto a recuperar o tempo perdido em fevereiro de 2017, quando nocauteou Dennis Bermudez no primeiro round e voltou a figurar entre os 10 melhores pesos-pena do mundo.
Após mais um longo período afastado, desta vez por lesão, Jung, que conquistou 12 de suas 14 vitórias na carreira por nocaute ou decisão, certamente estará em busca de mais uma performance impressionante para encurtar seu caminho rumo a uma disputa de título.
"Ele é um guerreiro”, elogiou Frankie, “Ele leva a luta para onde ela precisar ir. Todos já viram as grandes batalhas que ele fez. Ele tem muito poder nas mãos, ótimas finalizações, um estilo bem incomum na luta agarrada, então ele é perigoso em qualquer área".
Aos 36 anos de idade, com três defesas do cinturão peso-leve e dois desafios pelo cinturão dos penas no currículo, e uma vaga no Hall da Fama do UFC certamente assegurada, Frankie Edgar já encara com naturalidade perguntas sobre sua motivação para seguir competindo e os objetivos para o restante da carreira.
Mas suas respostas nem sequer mencionam a famigerada “hora de parar”.
"Quero continuar somando a tudo o que já fiz, continuar melhorando. Eu ainda me divirto fazendo isso”, disse, “É claro que ser campeão novamente ainda é meu objetivo principal, mas no dia a dia quero continuar crescendo e ser um cara diferente a cada luta”.
Há mais de 10 anos, quando Ricardo e Frankie começaram a trabalhar juntos, o norte-americano era apenas um faixa-azul de jiu-jítsu; hoje, já é um faixa-preta. Isso significa que o brasileiro viu e participou de profundas mudanças em Edgar como lutador.
Entretanto uma coisa, segundo ele, nunca mudou.
"Vontade de ganhar todo mundo tem, de entrar lá quando o mundo inteiro está olhando e ganhar a grana que eles ganham, mas vontade de treinar é outra coisa”, disse, “O Frankie, até hoje, nunca vi ele diminuir essa vontade, a competitividade dele do primeiro ao último minuto de treino. A vontade de competir, de ser o melhor do mundo é a maior motivação dele".
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