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Gastelum está no caminho certo para alcançar o topo

Peso-médio de 26 anos encara Michael Bisping na luta principal do UFC Xangai

Quando Anderson Silva foi retirado do duelo contra Kelvin Gastelum no UFC Xangai, o vencedor do TUF 17 passou por todo tipo de emoção enquanto imaginava quem enfrentaria na luta principal do evento na China.
E nenhuma dessas emoções foi boa.
“Aquele dia inteiro fiquei morrendo de ansiedade”, disse, “Me senti mal e vários pensamentos correram pela minha cabeça. Fiquei tentando pensar da maneira que Dana White, Sean Shelby e Mick Maynard pensam. Quem faria sentido como substituto de última hora?”.
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O último nome que lhe veio à cabeça foi Michael Bisping, que havia enfrentado Georges St-Pierre uma semana antes na luta principal do UFC 217 em Nova York. Isso nem parecia uma possibilidade realista.
“De forma alguma”, disse, “Eu não esperava isso. Estava conversando com meu empresário (Ali Abdelaziz) e ele me disse, ‘Que tal Bisping?’, eu respondi, ‘Sem chances de ele aceitar essa luta’”.
Mas Bisping aceitou a luta e, logo, Gastelum recebeu as boas notícias de Abdelaziz. Ele enfrentaria um ex-campeão em Xangai. Não era Anderson, mas Bisping serviu perfeitamente.
“O valor de mercado dele ainda é muito, muito grande e essa é uma luta muito dura”, disse Gastelum sobre o ‘Conde’, “Ele está vindo bravo, está vindo muito irritado por perder o título, então tenho certeza que ele está muito motivado para voltar lá e vencer”.
No papel, pode ser até uma luta melhor do que Silva x Gastelum devido aos estilos dos dois lutadores, e o sentimento de respeito entre Gastelum e Bisping é mútuo, algo que o norte-americano de 26 anos valoriza.
“Se eu conseguir ganhar um pouco de respeito de um cara como Bisping, isso significa muito”, disse. Significa que após passar pelos altos e baixos de uma carreira nas lutas, Gastelum está no caminho certo, e ele nem atingiu seu ápice ainda.
“Estou definitivamente no caminho certo”, disse, “Há algo a ser dito sobre o que fiz neste ano, como ser a luta principal de três eventos”.

Isso, por si só, coloca Gastelum em destaque no UFC, já que ele é um dos raros lutadores que fizeram três lutas principais em um único ano, sem ter um título em jogo. E apesar de que ele gostaria de recuperar seu nocaute sobre Vitor Belfort, que foi alterado para luta sem resultado, após ele testar positivo para maconha, e esquecer a dura derrota para Chris Weidman, uma vitória neste sábado certamente o fará subir no ranking dos médios e o colocará mais próximo de uma disputa de cinturão. Na verdade, após tudo isso, ele pode até acabar ficando no peso-médio.
“Essa pode ser minha casa definitiva, mas quem sabe?” disse, mantendo as opções em aberto. “Mas sinto que o meio-médio é onde vou acabar e onde vou lutar pelo título. Quero enfrentar Tyron Woodley pelo título”.
É uma situação interessante para Gastelum. Ele teve muito sucesso como médio, com uma campanha de 3-1, e 1 sem resultado, mas tem a sensação de que há negócios inacabados nos meio-médios, especialmente com Woodley, para quem ele sofreu uma derrota por decisão dividida em 2015 após não bater o peso para a luta. É seguro dizer que Gastelum é um teimoso?
Ele dá risadas.
“Em algumas coisas, sou sim. Nas coisas que eu quero, sim, claro. Mas sinto que sou capaz. Se eu fizer do jeito certo, posso fazer. Sinto que (problema com peso nos meio-médios) era uma coisa de imaturidade. Aprendi com isso e acho que sou capaz”.
É uma prova do caráter de Gastelum que ele assuma responsabilidade por seus problemas com peso no passado, e não é fácil crescer sob os holofotes no maior palco do MMA. Mas ele enfrentou isso e passou ao outro lado de sua carreira - o lado em que cada luta é uma grande luta e cada luta pode ser a que vai colocá-lo em um nível acima. Isso assustaria alguns. Mas não Kelvin Gastelum.
“Esse ano foi um ano de trabalho”, disse, “Não estive por aí falando muito, estive apenas trabalhando e lutando. É tudo o que eu tenho feito nos últimos anos. Estou tentando alcançar o topo”.
Isso não quer dizer que ele não tem aproveitado os momentos, em que o garoto de Yuma, no estado do Arizona, liderou cards no Brasil, Nova York e Xangai. Essas são coisas que ele não menospreza, mesmo que não esteja gritando para o mundo ouvir.
“Eu não sou muito escandaloso, não sou muito falante, mas sou muito grato pelas oportunidades que o UFC tem me dado”, disse, “Como eu poderia não aproveitar? Estou surfando nessa onda e estou aproveitando porque tudo pode acabar amanhã. Sou abençoado”.
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