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Matt Brown: O verdadeiro realista

"Não se trata de manter um emprego ou qualquer coisa assim, é simplesmente de ir lá e lutar o melhor que posso. Sinto como se não tivesse explorado meu potencial." - Matt Brown

Meio-médio do UFC, Matt BrownO ex-campeão peso leve de boxe Ray "Boom Boom" Mancini me disse uma vez que quando passava por uma luta com alguém, ele conhecia seu adversário melhor do que sua família, seus amigos, e até mesmo sua mãe. O meio-médio do UFC "The Immortal" Matt Brown, um daqueles lutadores que podem testar o coração de um oponente com sua pressão implacável e ritmo incontrolável, concordaria com a expressão de Mancini.      "Você descobre sobre as qualidades que estão escondidas lá no fundo do subconsciente deles", disse ele. "Isso não significa necessariamente uma perspectiva sobre toda a vida dos caras, mas que definitivamente lhe diz onde eles estão nesse momento de suas vidas. Às vezes você acha que os caras são extremamente resistentes e fortes, e alguns são exatamente opostos."      Se esse é o tipo de verdade você não está disposto a revelar, então provavelmente você está no negócio errado e Brown não é o cara que você quer estar enfrentando. E apesar de "The Immortal" aceitar a reputação que ganhou como o lutador que vai testá-lo em maior medida do que a maioria, mesmo se você conseguir vencê-lo, ele chegou a um momento em sua carreira onde não está satisfeito em ser apenas um casca-grossa.      "Isso é algo que sempre pensei a respeito, e quero descobrir, mas estou chegando ao ponto agora onde não é suficiente", disse ele. "Eu preciso passar pelo ponto de descobrir e chegar ao ponto em que nada importa além de mim."      Em muitos aspectos, é um timing perfeito. Uma vez na iminência de ser cortado do UFC depois de três derrotas consecutivas, em 2010, Brown agora é um dos melhores lutadores na divisão de 77 quilos, tendo vencido quatro consecutivas, incluindo um nocaute em dezembro sobre Mike Swick. No sábado, ele retorna para um confronto com Jordan Mein, que entrou na vaga do lesionado Dan Hardy. Como sempre, o atleta de 32 anos não se incomodou com a mudança.      "São oponentes muito semelhantes, ambos são mais boxeadores do que qualquer outra coisa", disse ele. "Mas acho que a maior diferença é que Jordan Mein é canhoto, então tive que trazer alguns parceiros de treino canhotos. Essa foi provavelmente a maior mudança."  
  Talvez não. Talvez a maior mudança seja que Brown não está mais olhando por cima dos ombros e perguntando se uma luta ruim vai dar fim a sua carreira no UFC. Hoje em dia, é tudo relacionado ao progresso na luta e na vida.      "Neste momento, eu nem sequer penso mais sobre isso", disse Brown dos momentos difíceis em 2010. "Foi uma pressão externa negativa que você coloca em si mesmo, porém não é mais uma grande coisa. Não se trata de manter um emprego ou qualquer coisa assim, é simplesmente de ir lá e lutar o melhor que posso. Sinto como se não tivesse explorado meu potencial. Sou o meu crítico mais ferrenho, e isso realmente me irrita o tempo todo. Então, é algo em que realmente aposto, basta mostrar seu potencial, e quando você faz isso, você não se arrepende. Ganhar ou perder é muito ruim quando você não mostra seu potencial."        Depois de um começo difícil no MMA, Brown trouxe um recorde de 9-6 na sétima temporada do The Ultimate Fighter, venceu duas lutas antes de ser finalizado pelo vencedor Amir Sadollah, e então começou uma viagem improvável no UFC, que já dura quase cinco anos.      "Eu não sei se conscientemente pensei nisso, mas sonhei com isso", disse ele. "Eu não fui para o The Ultimate Fighter para estar na TV. Eu queria estar no UFC e queria estar lutando contra todos. Este é o lugar onde eu queria estar, mas se era uma expectativa realista ou não, pode ter sido um pouco irreal no momento."      Altos e baixos aconteceram, ele alcançou a marca de 5-5 em suas primeiras dez lutas no Octógono. Mas então veio a série de vitórias e um novo rumo na carreira que o coloca batendo na porta do top ten. Porém, ele não aborda tais assuntos.        "Eu não penso sobre nada, exceto 20 de abril. Além disso, tudo vai do jeito que tem que ir."        Deve ser difícil pensar assim. Apesar de sua reputação na gaiola, ele é humano.        Brown ri.        "Eu percebi o quão rápido tudo pode ir mal, e aprendi minhas lições nas derrotas e nas vitórias", disse ele. "É preciso alguma força mental e disciplina para não olhar além de 20 de abril, mas isso é apenas algo que foco e penso. No fundo existe essa vontade de lutar contra os melhores e buscar se rankear para uma disputa, mas é preciso disciplina mental. Este é um esporte mental, por isso é algo que trabalho e me concentro."        Agora, é tão real quanto aparenta.