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Papo Técnico: Como Gustafsson balançou o mito Jones no UFC 165

Voltamos alguns meses no tempo e analisamos a receita sueca que por pouco não desbancou Jones

A revanche entre o campeão meio-pesado Jon Jones e o desafiante Alexander Gustafsson acontece dia 27 de setembro, no UFC 178. A sequência do combate realizado na edição 165, em outubro do ano passado - premiado como 'melhor do ano' - foi o mais disputado da carreira do norte-americano.

 A grande expectativa para o tira-teima é saber se Gustafsson vai repetir a dose e mais uma vez e 'azedar' a vida do campeão no octógono. Voltamos então um pouco no tempo, revimos o combate do UFC 165 e analisamos algumas características usadas pelo lutador europeu que ‘quase’ quebraram de hegemonia do supercampeão dos meio-pesados. 

Movimentação lateral
O fundamento básico de toda modalidade em pé, parte do forte background no boxe que Gustafsson carrega tirou o senso brutal de entrada/saída nos raios de ação de Jones. O sueco foi preciso com passos laterais e diagonais para não ser encurralado, mesmo engolindo alguns chutes giratórios no tronco aplicados pelo campeão, sempre no contrapé do desafiante.

Gustafsson levou isso tão à risca que não se importou em algumas vezes literalmente sair correndo de Jones pelo octógono, sem vergonha alguma.

Nas entrelinhas, o sueco usou pra valer tamanho, força da lombar e o senso de timing para defender 10 das 11 quedas tentadas por Jones durante o combate, outro mérito até então inédito.

A postura de luta com a perna da frente sempre ‘esperta’ brecou os famigerados chutes no joelho desferidos pelo norte-americano, e ainda possibilitou o sueco cravar a primeira queda no campeão no UFC.

Como falha neste quesito, Gustafsson deveria ter se preocupado um pouco mais em levantar a guarda ou escapar nos momentos de ação mais franca da média para a curta distância, quando o campeão ‘fatia’ com cotoveladas, novamente as ‘salvadoras da pátria’ para garantir a vitória milimétrica nos pontos.

Socos no plexo
Muitos treinadores ressaltam que os golpes desferidos no tronco, além de abalar o nível de resistência, funcionam como um tipo de ‘barreira psicológica’ para que o adversário redobre a cautela nos momentos de investidas, ficando condicionado a se defender embaixo para abrir brechas em cima. Isso também foi outro fator a ser levado em conta.

Como Gustafsson é um cara de porte avantajado, o que facilita e potencializa ainda mais os golpes retos e baixos do tipo, ele usou diversas vezes jabs e diretos no plexo de Jones para desestabilizá-lo e ‘preocupá-lo’ gradativamente.

Proveito tirado do proveito
Mesmo que o movimento muitas vezes não surta o efeito desejado e acerte ilegalmente os olhos dos oponentes, um dos recursos que Jon Jones mais tem usado para reforçar a envergadura e não ser atingido é o de esticar o braço da frente (da postura de luta), e dar um leve passo para trás. A intenção é confundir e brecar os adversários de encadearem sequências mais extensas de golpes.  

Gustafsson por diversas vezes não se intimidou com a ação. Ele usou o braço esticado do campeão como um tipo de pivô, para ‘cair dentro’ com esquivas, colocar cruzados de esquerda e uppercuts por dentro da guarda. Mais um detalhe que surtiu efeito e ‘amassou a lataria’ de Jones como nunca ninguém havia feito.