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O que ficou do UFC 174

Considerações e consequências dos combates do sábado à noite, em Vancouver

E aí, gostaram do UFC 174? Vamos direto às impressões, considerações e consequências que marcaram a noite de combates em Vancouver, no Canadá.

Mosca biônica
Demetrious Johnson deu nova prova de que tem uma receita bombástica para manter a soberania dos moscas no UFC. Contra o desafiante Ali Bagautinov, o norte-americano fez o que se esperava: desenvolveu a versatilidade natural nos fundamentos de luta de forma impressionante.

Trocou de base o tempo todo, atacou nos mais diversos ângulos e abusou do clinch de muay thai como diferencial para controlar cada round a seu modo, algo geralmente complicado contra os representantes da poderosa escola russa. Fora duas quedas bem executadas pelo adversário, Johnson não se permitiu ficar em perigo real em nenhum momento. Bagautinov não tinha mais o que tentar a partir do terceiro assalto frente a tanta convicção técnica do campeão.

Mesmo aguerrido, o russo acabou dominado de forma gradativa, e com isso reforça a impressão de que apenas alguém com o mesmo nível de versatilidade insana pode fazer frente ao reinado do norte-americano na divisão.

O tira-teima Demetrious Johnson x John Dodson deve logo ser firmado como melhor atrativo de 2014 para a divisão. E podem crer que será. 

Elegância brutal
 

Lutador estratégico e de técnica elegante, Rory MacDonald mais uma vez pegou tirou de letra um desafio frente a um casca-grossa da pesada. Contra Tyron Woodley,  o canadense impôs seu estilo com consciência extrema e mostrou evolução em diversos aspectos. 

MacDonald evitou as temidas investidas nas pernas tentadas por Woodley com timing perfeito e logo quebrou a confiança do oponente neste sentido. Depois, encurralou sistematicamente contra as grades e aplicou diversas combinações certeiras.

Se antes o canadense muitas vezes acabou criticado pelo excesso de frieza e zêlo tático, desta vez deu um show de volume de luta, acertando mais de 100 vezes o adversário. Vitória providencial.

Pelo desenho dos meio-médios, a próxima chance de título contra o campeão Johny Hendricks sairá de Robbie Lawler x Matt Brown, que se enfrentam em julho. Mais do que nunca, Rory MacDonald definitivamente corre por fora como nome sólido. E os fãs não podem mais reclamar da quantidade de bons lutadores e boas opções que a categoria dispõe atualmente.


Sem caldo

Muita gente falou, mas não sei se a falta de ‘gás’ para Rafael ‘Feijão’ Cavalcante contra Ryan Bader. O problema pareceu mais falta de confiança. O brasileiro é um golpeador visceral e de boa técnica, além de trazer na bagagem bom retrospecto contra wrestlers renomados. Mas desta vez, se mostrou passivo demais em momentos cruciais do combate.

No intervalo entre os assaltos, mostrava olhar distante, do tipo “não sei se posso vencer esse cara”. Assim, foi ‘embrulhado’ pelo norte-americano nos 15 minutos em disputa. No fim, derrota na decisão unânime e mais um ponto negativo para o ex-campeão do Strikeforce, que ainda busca um norte nesta jornada pelo UFC.

Chato

Pesados receosos demais em trocar golpes e um festival de ‘amassamento’ contínuo contra as grades. Andrei Arlovski x Brendan Schaub decepcionou. O veterano bielorrusso pareceu ter esquecido em algum lugar a velocidade que era uma das grandes virtudes em tempos passados. Também pouco inspirado, Schaub insistia nos overhands isolados - e jogados de qualquer forma - como base de ataque. Não funcionou.

No fim, a decisão dividida foi para Arlovski. Mais um resultado fortuito e confuso, como tudo nesta luta. Dana White também desaprovou a performance de ambos e afirmou ter cometido "um grande erro" em colocar o desafio no card principal. 

O que acharam do evento no geral e da estreia de Daniel Sarafian nos meio-médios, pessoal? Aproveitem o espaço aí embaixo e opinem!