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Rejuvenescido, Rafael dos Anjos saboreia a vida como meio-médio

Brasileiro faz terceira luta na nova categoria neste sábado, no UFC Winnipeg

Não há uma coisa que Rafael dos Anjos pode apontar e dizer, “É isso que eu posso comer agora que sou meio-médio”. É mais simples e profundo do que isso.
“Posso viver”, disse o ex-campeão dos leves às vésperas de seu duelo com Robbie Lawler na luta principal do UFC Winnipeg. “Posso comer normalmente. Não preciso ter aquela sensação após uma refeição de ainda estar com fome. Agora, se eu tiver fome, posso comer novamente se quiser”.
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Para aqueles que não lutam para viver, pode soar como algo que não seria um problema. Se você tem fome, você come. Assunto encerrado. Mas não é assim que funciona, e para Rafael, uma carreira regada a sangue, suor e lágrimas finalmente o colocou à porta de uma disputa de cinturão em 2015, e ele não deixaria a oportunidade escapar por seu próprio conforto.
Então ele permaneceu nos 70kg e conquistou o título, derrotando Anthony Pettis em março de 2015. Naquela época, o homem segurando o cinturão dos meio-médios era Lawler, e Rafael logo pensou em uma subida para uma superluta e uma mudança permanente. Mas as coisas mudariam rapidamente, como costuma acontecer nesse esporte.
“É, essa era a luta que eu pensava até antes, quando era campeão”< disse, “Quando defendi meu título contra Donald Cerrone, eu tinha planos de subir porque estava sentindo que meu corpo não estava respondendo tão bem com o corte de peso. Então a luta do McGregor apareceu, depois me machuquei e depois lutei com Eddie Alvarez e perdi o cinturão. Então decidi subir. Mas era a luta com Lawler em que eu pensava”.
De Pettis a Alvarez, Rafael bateu os 70kg do peso-leve em três oportunidades. Em novembro de 2016, ele fez isso mais uma vez, mas perdeu para Tony Ferguson. E foi suficiente.
“Antes, 70 a 80% do meu camp era focado em perder peso e ficar estressado sobre bater o peso”, disse, “Agora, ainda tenho que cortar algum peso, mas é muito mais fácil. Posso ter uma vida normal, posso aproveitar minha vida e meus treinos e colocar 100% do trabalho na minha técnica e não apenas em perder peso e ficar estressado. Tem sido um momento muito bom para mim. Estou aqui há muito tempo, mas nunca fui tão feliz como agora”.

A nova perspectiva sobre a vida esteve evidente nas vitórias sobre Tarec Saffiedine e Neil Magny que o colocaram na quarta posição do ranking dos meio-médios a caminho do duelo com o número dois, Lawler. Uma vitória no sábado pode significar uma disputa de título para o brasileiro. É uma grande aposta em um ambiente de grande pressão, mas nem Rafael, nem Lawler abriram mão do espírito esportivo para tirar vantagem antes da luta, algo que os dois celebram.
“Essa é a parte boa”, disse Rafael, “Nós vamos entrar lá e cuidar dos negócios como homens, como lutadores. Sinto falta dessa sensação da velha guarda. Hoje em dia, tudo o que os caras fazem é provocar no Twitter e nas redes sociais e não sou bom nisso. Sou bom em lutar, e Rob também. Vai ser ótimo e vamos dar um grande show para os fãs”.
É a maneira perfeita de Rafael terminar o primeiro ano do novo capítulo de sua carreira e, aos olhos dele, este será o melhor capítulo.
“Tenho 33 anos e sinto que estou no melhor momento da minha carreira, física e mentalmente”, disse, “Estou feliz por subir de divisão e tudo mais que tem acontecido na minha vida - família, tudo está ótimo e agora é um ótimo momento”.
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