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Relatório de Camp: Como a MMA Lab tem revelado grandes promessas do UFC

Treinador John Crouch fala sobre Mackenzie Dern, Sean O'Malley e outros prospectos

Existe uma movimentação da juventude acontecendo no UFC agora e dois atletas da MMA Lab - Sean O’Malley e Mackenzie Dern - são parte da vanguarda.
Além deles, o invicto peso-galo Kyler Phillips, que conquistou um nocaute em 41 segundos no Dana White’s Tuesday Night Contender Series e é um dos 16 atletas competindo na 27ª temporada do The Ultimate Fighter, que estreia no próximo mês, e o meio-médio James Nakashima podem se juntar à seleção de competidores da equipe sediada em Glendale, no Arizona, até o final do ano.
Confira o perfil de Mackenzie | O'Malley
Esse quarteto está seguindo um caminho percorrido por vários parceiros de treinos antes deles - lutadores como Drakkar Klose, Augusto “Tanquinho” Mendes e Yaotzin Meza, que conquistaram seu respeito no circuito regional antes de serem chamados para competir no maior palco do esporte - e um que antes foi marcado pelo ex-campeão peso-leve do UFC Benson Henderson.
“Acho que é super importante ter esse tipo de liderança e exemplo na sua frente”, diz John Crouch, treinador da talentosa equipe que ainda inclui veteranos como Lauren Murphy, Alex Caceres e Bryan Barberena. “Sempre que você puder olhar para pessoas bem sucedidas, você sabe o que é preciso - você vê o que eles fazem - e você diz ‘Eu posso fazer isso’, Acho que isso é tudo, e agora temos muitas pessoas bem sucedidas aqui”.
“Tanquinho começou como amador aqui. Sean O’Malley fez três ou quatro lutas amadoras aqui. James Nakashima. Mackenzie começou sua carreira no MMA. Kyler fez três lutas amadoras aqui antes de suas seis lutas profissionais”, diz Crouch, falando sobre sua lista de talentos em ascensão que chegaram ao nível mais alto do esporte na academia. “Sinto que fizemos um trabalho muito bom iniciando as pessoas e dando a elas um caminho”.
“Não acho que somos os únicos a fazer isso”, ele acrescenta rapidamente, “Não digo que somos uma espécie de pílula mágica - mas ao mesmo tempo, é algo de que tenho muito orgulho”.
Enquanto 2018 já viu uma série de jovens e promissores competidores com performances impressionantes, O’Malley e Dern se destacaram dos demais em suas carreiras no UFC.

Após capturar a atenção de todos no Contender Series, O’Malley rapidamente se tornou um dos favoritos dos fãs e um nome a se observar na divisão peso-galo, combinando uma personalidade extrovertida com um estilo ofensivo e durabilidade que lhe rendeu vitórias em suas duas primeiras lutas no octógono.
Multicampeã mundial de jiu-jítsu, Dern, de 24 anos, está no radar de todos desde que começou a competir no MMA em 2016. Após quatro vitórias no circuito regional e uma sobre a ex-desafiante ao cinturão do Invicta FC Kaline Medeiros, ela ficou ainda mais sob os holofotes no início deste mês, quando fez a luta final do card preliminar do UFC 222 contra Ashley Yoder, e saiu com vitória por decisão dividida em sua estreia na organização.
Apesar de Crouch ser sempre hesitante ao projetar o quão longe um lutador pode chegar, simplesmente porque há muitas variáveis no caminho, o líder veterano é rápido ao dizer que Dern e O’Malley possuem algumas ferramentas que podem ajudá-los a se separarem dos demais e levá-los ao topo no futuro.
“Ela pode ser especial”, diz sobre Dern, “Ela tem características que as pessoas matariam para ter. É como Sugar e sua personalidade - você não consegue ensinar isso às pessoas; é algo que você tem ou não. Combine isso com uma ética de trabalho maluca e habilidades malucas e você pode ter uma superestrela nas mãos. Ele pode chegar a realizar todos sonhos que já teve”.
“Sinto isso com a Mackenzie também - ela tem características que você não consegue ensinar às pessoas, e se ela combinar isso com a fome de ser grande no MMA, então não acho que exista um limite para onde ela pode chegar”.
Mas os maiores fatores quanto ao sucesso futuro, para Crouch, não são os tipos de características intangíveis que um jovem lutador traz à mesa, ou as vantagens físicas que ele possui.
As duas chaves são trabalho árduo e confiar nas pessoas ao seu redor.
“Não sou o maior fã de Conor McGregor”, explica Crouch, “Acho que ele arruinou toda uma geração de pessoas que acham que redes sociais é o que você treina para ser grande - mas aquele cara trabalha muito. Ele não é preguiçoso. Ele é leal ao seu time e escuta seus treinadores e amo isso”.
“Acho que é isso que as pessoas não vêem. Elas olham para as roupas e o discurso - e é difícil não olhar quando é colocado tão claramente na sua cara - mas a lição que deveriam aprender com Conor McGregor é que você trabalha duro, fica com sua equipe, confia no processo e então pode ser quem você quiser”.
“Você quer ser Conor McGregor e falar muito? Ótimo. Quem quer que você seja, seja isso 100% e é isso que separa as pessoas. Se você não está trabalhando duro, você será exposto. A luz do dia verá você, com certeza”.
Crouch ri, admitindo que soa como um avô irritado criticando a juventude atual sentado em sua poltrona, mas ele fala com experiência.
Ele ajudou a guiar uma série de atletas ao UFC e esteve à frente da jornada de Ben Henderson ao topo da divisão peso-leve.
Sua opinião não é uma que carece de evidências e é parte do por que ver jovens como O’Malley, Dern e Phillips dando seus primeiros passos no UFC está empolgando as pessoas.
“Para mim, o que faz um campeão é a ética de trabalho - a vontade de dedicar tempo e esforço”, diz, “É o que fez Ben campeão. É o que fez Conor McGregor campeão. Sua personalidade, além da ética de trabalho, o colocou num lugar diferente, mas as pessoas acham que só por falar besteiras no Twitter, você será um Conor McGregor, quando na verdade está faltando tudo o que importa”.
“Você está pegando o granulado, mas não tem o prato, o bolo, a cobertura e as velas”.
O treinador dá uma rápida risada.
“Você não tem nada! Você tem granulado!”.
E é preciso mais do que granulado.
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