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Werdum: 'Serei o primeiro a colocar Velásquez com as costas no chão'

Brasileiro comemora boa fase e fala sobre os caminhos para vencer o campeão dos pesados

Duas semanas após vencer o havaiano Travis Browne, no UFC Orlando, Fabrício Werdum rapidamente voltou às manchetes do UFC.

A nova empreitada do peso pesado brasileiro vem recheada de novidades. Ele será um dos treinadores do primeiro TUF América Latina  ao lado do campeão da categoria, o norte-americano de origem mexicana Cain Velásquez. 

Será a terceira participação do gaúcho no reality show, que vai ao ar a partir de agosto. Na edição 180 (15 de novembro), a dupla de protagonistas se enfrenta no evento de estreia da organização em solo mexicano.

O brasileiro terá a difícil missão de vencer Velásquez e trazer o títulos dos pesados de volta ao Brasil, mas elege o momento como “o melhor da carreira”, e se diz pronto para qualquer coisa. 

Nesta entrevista diretamente do México, Werdum falou sobre novos planos e caminhos mais eficientes para tentar vencer um dos pesos pesados mais temidos dos últimos tempos no Ultimate.

Você já era embaixador do UFC na América latina. Agora vai participar de mais um TUF e finalmente a chance de cinturão. Fale um pouco sobre o pacotão de novidades.

É a melhor época da minha carreira, sem dúvida. Estou voando, muito bem tecnicamente e fisicamente. Poder participar deste projeto e depois disputar o título é sonho realizado.

Como vai ser para um pesado comandar equipes de pesos galos e penas no programa. Qual será o foco?

Muitos latino-americanos participarão, e o foco não muda muito. Não importa se vão ser colombianos, mexicanos, argentinos. Com uma olhada rápida percebo quem mais leva jeito. Quero os melhores no meu time, e não vou tentar trocar  o jogo de ninguém, isso é bobagem. É melhor ajustar mais a parte estratégica, que é importante para evitar desgastes desnecessários, já que os atletas fazem muitas lutas no reality show.

Já pensou em quem trará para a comissão técnica?

Não sei ainda 100%, mas basicamente será a turma que me ajuda desde sempre. Rafael Cordeiro, Wanderlei Silva, Cobrinha, Renato Babalu e outros que ainda vou convidar.

O que você gostou e não gostou na performance contra o Travis Browne?

Gostei de quase tudo. Já passaram algumas semanas, consigo assistir ao combate e avaliar melhor todo contexto. Gostei muito do terceiro assalto, aquela levantada (do chão) sem usar as mãos. Aquilo rodou o mundo (risos). Provei que não sou apenas um lutador de jiu-jitsu. Minha versatilidade tem aumentado cada vez mais, e isso tem sido o grande diferencial com relação aos outros pesados.

LEIA: O novo (velho) fôlego dos pesados

Contra o Browne você encaixou bom jogo, e quando viu que estava dominante não abusou muito. Contra o Velásquez o buraco será mais embaixo?

Com certeza. Ele (Velásquez) é um wrestler de elite, faz isso desde pequeno. Ele tem bom boxe, mas não chuta muito bem. O ritmo dele é difícil de ser quebrado, ele é uma máquina de bater no ground and pound. Mas acho que o estilo dele casa perfeitamente com o meu. Ele nunca enfrentou um pesado como eu.

Então dá para confiar no jogo de guarda como uma das chaves para a vitória?

Quando comecei no jiu-jitsu foquei muito na defesa pessoal.Ter essa base forte de fundamentos ajuda muito. Sempre posso confiar em encaixar um triângulo, uma omoplata ou algo do tipo. Outra coisa a ser levada em conta é que ninguém nunca viu, mas serei o primeiro a colocar o Velásquez com as costas no chão. Vou forçar algumas situações durante o combate que facilitarão isso. Quero ver como ele vai se virar.

Nas duas derrotas para o Velásquez, a deficiência estratégica do Júnior Cigano pareceu se transformar em psicológica e atrapalhou tudo. Deu para tirar alguma lição daquilo?

Isso não me preocupa muito, trabalho isso sempre de forma prática. Nesse último camp contratei três sparrings gigantes. No terceiro dia os caras não apareceram mais (risos), não aguentaram o tranco. Treino sempre 100%, aí lutar se torna a coisa mais natural do mundo. Moldo meu psicológico assim e fico pronto para qualquer coisa.

A parte em pé vai ser adaptada? Pretende chutar um pouco menos para não se arriscar muito, por exemplo?

Isso não preocupa. Quem lutou contra o Velásquez e ficou com receio de chutar ou arriscar um pouco mais é porque tinha medo de cair. Comigo não vai ser assim, não tenho receio de ficar por baixo, sei muito bem me virar. Como disse, até prefiro essa situação.