Brasileiro enfrenta Demetrious Johnson no dia 15 de abril, no UFC Kansas
De um lado, Demetrious Johnson, campeão absoluto do peso-mosca do UFC, buscando sua 10ª defesa consecutiva de cinturão - número que igualaria o recorde de ninguém menos que Anderson Silva.
De outro, Wilson Reis, brasileiro de 32 anos, escalado para tentar frear o campeão que muitos julgam invencível no dia 15 de abril, na luta principal do UFC Kansas.
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Antes de chegar ao maior momento em seus 10 anos de carreira no MMA, no entanto, Wilson passou por muitos desafios.
Assim como muitos brasileiros que ingressam no mundo das lutas, o mineiro teve o jiu-jítsu como sua primeira arte marcial. Ele se destacou na arte suave, chegando a conquistar, entre muitos outros torneios, o campeonato mundial com a faixa-marrom em 2004.
Assim que recebeu a faixa-preta das mãos do mestre Roberto Godói, um dos principais nomes da modalidade em São Paulo, Wilson decidiu ir para os Estados Unidos dar aulas e se instalou na cidade da Filadélfia, onde deu início a sua carreira no MMA.
O mineiro fez sua estreia em 2007 e pouco mais de um ano depois já somava seis vitórias consecutivas e conquistava seu primeiro cinturão, como peso-galo, no EliteXC. E engana-se quem pensa que ele começou contra adversários de menor nível; na sequência que o levou ao título, Wilson passou por nomes como Zach Makovsky e Bryan Caraway, que, assim como ele, chegariam ao Ultimate alguns anos depois.
Foi mais precisamente em 2013, já com bastante bagagem nas artes marciais mistas, que o brasileiro recebeu o convite do UFC. Após algumas lutas como peso-pena, Wilson decidiu estrear entre os galos no octógono e venceu seu primeiro combate, passando por Ivan Menjivar por decisão unânime.
Na luta seguinte, uma derrota para o compatriota Iuri Marajó desencadeou decisões que mudariam sua carreira. Se sentindo pequeno para a categoria, ele decidiu descer para o recém-criado peso-mosca e se mudou para a Califórnia em busca de treinos melhores na Alliance MMA, equipe da qual faz parte o ex-campeão dos galos Dominick Cruz.
“Mais do que altura, o peso e envergadura dos caras está sendo demais para mim”, explicou Wilson em entrevista ao UFC.com na época, “Acho que o peso-mosca será melhor para mim”.
Ele estava certo. De lá para cá, cinco vitórias e uma derrota, uma escalada meteórica nos rankings e duas chances de desafiar o campeão - a primeira, marcada para julho de 2016, foi cancelada devido a uma lesão do campeão. Mas, com a terceira vitória seguida, conquistada no último mês de fevereiro no UFC 208, Wilson garantiu novo title-shot.
“Wilson está no esporte há mais tempo que eu”, falou Demetrious Johnson logo após a confirmação do duelo, no início de março, “Ele já lutou nos penas, nos galos e agora está nos moscas, que é um peso mais natural para ele. Ele é um cara duro, gosta de pressionar o adversário e é muito bom na luta agarrada”.
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Com essas credenciais e com o respeito do campeão, Wilson Reis, o primeiro brasileiro a disputar o cinturão dos moscas na história do Ultimate, tentará ser também o primeiro atleta do país a conquistá-lo e, de quebra, defender o recorde que ainda é do seu compatriota Anderson Silva.
