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Brasileira coloca cinturão peso-galo em disputa no UFC 215, neste sábado (9)
Na manhã do UFC 213, dia 8 de julho, Amanda Nunes tomou a dura decisão de abandonar sua luta naquela noite contra Valentina Shevchenko.
Após meses de preparação, gastos e entrevistas para promover o aguardado duelo, a campeã peso-galo do UFC optou por não entrar no octógono sem estar 100% contra sua talentosa rival.
As reações críticas vieram rapidamente.
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Muitos pensaram se ela estava realmente muito doente para lutar ou se havia contraído o tipo de doença que as crianças criam na manhã de uma prova importante, apesar de que Amanda estava perdendo um grande contrato ao colocar sua saúde em primeiro lugar e não entrar no octógono.
Disseram que ela estava com medo, uma crítica que nunca faz sentido quando se fala de pessoas que escolheram ganhar a vida lutando com outras pessoas em uma jaula. E pareceu ainda mais sem sentido devido ao fato de Amanda já ter uma vitória sobre Shevchenko e vir de triunfos no primeiro round sobre os dois nomes mais icônicos da divisão, Miesha Tate e Ronda Rousey.
Em meio a tudo isso, a brasileira seguiu em frente, focou em recuperar a saúde plena, reagendar o combate e ter a chance de provar aos críticos que estavam errados quando ela e Shevchenko finalmente ficarem frente a frente no octógono.
“Não vou entrar no cage (debilitada) - gosto de entrar no cage 100%”, disse Amanda alguns dias antes de defender seu título contra sua confiante e crítica rival no UFC 215, no Rogers Place em Edmonton, “As coisas nas quais preciso me focar são treinar e entrar no cage 100%”.
“É só no que eu penso - não penso no que vão dizer porque ninguém está dentro de casa comigo. Ninguém está comigo 24 horas por dia. Ninguém sabe o que acontece com meu corpo. Ninguém sabe essas coisas e se você se importar (com a opinião alheia), você não vai conseguir viver bem”.
Amanda está em uma posição curiosa às vésperas da luta co-principal deste sábado - ela é a campeã incontestável do peso-galo prestes a defender o título, mas ainda se sente subestimada e vista como a ‘azarona’.
Após dominar no início e se segurar no final para vencer Shevchenko no UFC 196, em março de 2016, a “Leoa” rugiu no UFC 200 e roubou o cinturão de Miesha Tate, conectando golpes extremamente potentes que deixaram a campeã ensanguentada antes de forçá-la a bater com um mata-leão.
Cinco meses depois, ela deu as boas vindas a Ronda Rousey de volta ao octógono e transformou seu retorno triunfal em um evento traumático.
O primeiro golpe limpo conectado mostrou que Amanda não estava disposta a abrir mão de seu título naquela noite de dezembro. A sequência precisa que se seguiu e encerrou a luta aos 48 segundos deixou claro que ela pretendia manter o cinturão por muito tempo.
A luta com Shevchenko no UFC 213 deveria ser o momento para apagar qualquer dúvida sobre sua supremacia; a noite em que ela despacharia a desafiante número um e deixaria claro que ela era a rainha da categoria.
Agora, saudável e se sentindo melhor do que antes, Amanda finalmente terá a chance de consolidar sua posição no topo da divisão.
“Amanda é a desafiante número um e quero lutar com ela”, disse Amanda, “Essa é a luta que eu quero, ela também quer e essa luta precisa acontecer porque ninguém na divisão, no Top 5, está qualificada para me enfrentar. Valentina é a única”.
“Quero deixar minha marca nesta divisão”, continuou, “Quem estiver na minha frente, vou atropelar. A vitória contra Valentina vai ser importante para mim porque os fãs esperam algo assim de mim e preciso continuar me provando, mostrando que estou pronta para cada batalha e para cada obstáculo que a vida me mostra, e a Valentina é um bom para superar”.
Ao longo dos últimos dois anos, Amanda encontrou seu ritmo no octógono, somando cinco vitórias consecutivas e se tornando a segunda mulher a conseguir defender o título do peso-galo.
Como muitos competidores, sua jornada rumo ao topo teve altos e baixos, mas a campeã de 29 anos sempre acreditou que tudo aconteceu por um motivo, que tudo a estava levando para algo maior.
Agora ela sabe que os obstáculos colocados em seu caminho foram para prepará-la para lidar com a saída do UFC 213 e lhe dar a força psicológica que encaixa com as habilidades ferozes que ela leva para o octógono.
“Na minha carreira, sempre levo a pressão nas costas, porque desde minha segunda luta no UFC, tenho lutado com as melhores oponentes”, disse Amanda, “Lutei com uma boa lutadora de muay thai, uma boa wrestler e todas essas garotas estavam me preparando para ser mais forte e focada, porque sempre lutei com garotas de alto nível no UFC”.
“Minhas duas últimas lutas são as duas que colocaram minha confiança nas minhas habilidades em um alto nível - as lutas com Miesha e Ronda - e meu foco era tão grande para essas lutas porque estive me preparando minha vida inteira para ser uma campeã forte mentalmente”.
“Nada vai me abalar; ninguém vai me abalar. Estou pronta para passar por essa luta e partir para a próxima”.
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