Eventos
A brasileira Amanda Nunes está tentando - mais uma vez - fazer história no mundo das Artes Marciais Mistas.
Depois de ser a primeira atleta feminina do Brasil a ter um cinturão do Ultimate, com três defesas no peso-galo, neste sábado (29) ela está mudando de categoria e sobe ao octógono para enfrentar a também brasileira campeã peso-pena Cris Cyborg no UFC 232, em Los Angeles. Se vencer, Amanda vai ser a primeira atleta feminina do UFC a conquistar dois cinturões.
Mais UFC 232: O caminho até a superluta | Legado em Jogo | Treinadores analisam Cyborg x Amanda | Motivos para ver
Acostumada a lutar até 61 quilos, Amanda Nunes disse em entrevistas que gostaria de fazer uma luta na categoria de 66 quilos e desafiou Cris Cyborg. Sem entrar na área específica de analisar a luta e como esse combate deve acontecer de acordo com as habilidades das lutadoras, o primeiro desafio da brasileira será com o peso, mas não em como perdê-lo. Considerada uma atleta grande para a categoria dos galos, Amanda tem as chaves para conseguir sucesso na divisão de cima, mas a dúvida que será respondida apenas no sábado é como foi o seu treinamento alguns quilos mais pesada.
Para tentar entender um pouco de como foi essa preparação de quase um ano, conversamos com Everton Oliveira, preparador físico da American Top Team e que trabalha com Amanda Nunes há vários camps. Ele explicou que a equipe não teve dúvidas quando a brasileira sugeriu fazer uma luta na categoria de cima e que ela está pronta para provar aos críticos que pode ser campeã dos penas.
"A Amanda é uma atleta extremamente forte, a gente sabia que ela não teria dificuldades para lutar na categoria de cima, até porque sempre treinou muito bem mais pesada. Nossa maior atenção realmente foi como ela e o seu corpo reagiriam nesse processo de mudança da composição corporal. Não adianta fazer a atleta subir de categoria com muita gordura, sem qualidade corporal, porque isso afeta a performance. Não é apenas subir de categoria. É subir de categoria e estar pronta, aumentando a capacidade de força e a potência nos golpes”.
Everton Oliveira já trabalhou com atletas de alto nível como Junior Cigano, Thiago Marreta e outros. Quanto o assunto é ganho de peso para conseguir melhorar a performance dentro do octógono ele entende. O caso mais recente é o do brasileiro Marreta, que lutou cinco vezes em 2018, subiu dos médios para os meio-pesados e já conseguiu dois nocautes seguidos na nova categoria.
Ele acredita que, como tem sido para seus outros atletas, a mudança de peso será um bom negócio para Amanda Nunes, que não precisará sofrer tanto com o corte de peso. Everton Oliveira também garante que a brasileira continuará com suas principais características que são velocidade e força nos golpes.
"A mudança vai ser muito positiva para a Amanda. Ela não vai ter o desgastes dos últimos dias para conseguir bater o peso, vai conseguir treinar bem durante a semana. E ela não vai ter problema com sua capacidade física, vai aguentar bem todos os rounds, já que focamos bastante no aumento da massa muscular e na potência dos golpes. A Amanda surpreendeu muito nos treinos, por isso nossa expectativa é que ela esteja forte, resistente e veloz no octógono".
O UFC 232 acontece na noite deste sábado, em Los Angeles, e tem como luta principal a disputa de cinturão entre Jon Jones e Alexander Gustafsson para coroar o novo campeão dos meio-pesados. O evento será transmitido pelo Canal Combate a partir de 21h15 (horário de Brasília).