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Analisando a rivalidade entre Joanna Jedrzejczyk e Claudia Gadelha

 


Uma das maiores rivalidades do octógono acontece entre duas das menores atletas.

Em 8 de julho, a campeã peso-palha do UFC Joanna Jedrzejczyk tentará defender o cinturão contra a desafiante número 1 Claudia Gadelha na luta principal do The Ultimate Fighter 23 Finale.

O ouro que está em jogo é apenas metade da história desta rixa, que começou há mais de um ano e meio, quando Jedrzejczyk venceu Gadelha em uma decisão dividida super apertada no UFC: Cigano x Miocic. A vitória da polonesa a manteve invicta, e deu à Gadelha sua primeira e única derrota profissional.

Antes das estrelas do peso-palha medirem forças novamente nesta aguardada revanche, a temporada atual do The Ultimate Fighter deu aos fãs o acesso completo às provocações verbais e jogos psicológicos entre Gadelha e Jedrzejczyk, que competiram como treinadoras.

Leia também: Gadelha mostra boa forma | Brasileira fala de sua luta inesquecível

Entender esta rivalidade é entender a curta, mas emocionante, história da divisão peso-palha do UFC. Em dezembro de 2013, o UFC anunciou a criação da categoria até 52kg e a 20ª temporada do The Ultimate Fighter, que coroaria a campeã inaugural ao fim de um torneio entre 16 atletas.

Eventualmente, Carla Esparza e Rose Namajunas garantiram seus lugares na final, e Esparza apertou um mata-leão no terceiro round da luta realizada em dezembro de 2014, tornando-se a primeira campeã peso-palha da história do UFC.

Se por um lado o TUF 20 serviu para dar à categoria sua primeira campeã, o UFC contratou outras lutadoras de alto nível para batalharem entre si no octógono, afim de montar um ranking e já definir qual seria a primeira desafiante para qual fosse a primeira campeã.

Duas dessas contratadas eram Gadelha e Jedrzejczyk.



Em julho de 2014, a então invicta Gadelha, que era altamente respeitada fora do octógono pelos fãs que já seguiam a categoria, enfrentou Tina Lahdemaki na primeira luta peso-palha da história do UFC. A brasileira dominou a finlandesa e venceu por decisão unânime com suas conhecidas quedas e ground and pound.

Com o triunfo, o cartel da atleta da Nova União aumentou para 12-0 - recorde este que incui uma vitória por nocaute técnico sobre Ayaka Hamasaki em uma eliminação pelo título peso-palha do Invicta FC. A vitória colocou Gadelha como desafiante da então campeã do Invicta Esparza, mas as duas assinaram com o UFC pouco depois.

As estrelas pareciam se alinhar novamente para Gadelha x Esparza quando a norte-americana chegou à final em dezembro de 2014. A brasileira teve uma luta marcada para o evento seguinte contra uma ex-lutadora de kickboxing polonesa que também era invicta no MMA e tinha uma vitória no octógono.

Foi então que a zebra aconteceu, e todo mundo se virou para aprender a pronunciar Jedrzejczyk.



Apenas dez dias depois de Gadelha fazer a sua estreia com muita atenção da mídia, a diversas vezes campeã de muay thai na Europa fez sua estreia no octógono com uma vitória por decisão unânime sobre Juliana Lima no UFC: Brown x Lawler.

A vitória aconteceu depois de Jedrzejczyk bloquear 13 tentativas de queda e superar sua opoente na trocação - para cada golpe significativo de Juliana, Joanna jogou três. Mais do que qualquer coisa, as pessoas começaram a prestar atenção na encarada da polonesa. Estavam quase certos de que Gadelha seria a primeira desafiante no peso-palha, e que Jedrzejczyk simplesmente estava no caminho.

Naquela noite de dezembro em Phoenix, Jedrzejczyk provou que ela não serviria de degrau já no primeiro round. A polonesa defendeu com sucesso algumas tentativas de queda e conseguiu um knockdown sobre Gadelha. Ficou claro que a partir dali, Claudinha estava lutando em desvantagem.

As segunda e terceira parciais foram mais parelhas, levando à controversa decisão dividida no fim. Gadelha conseguiu seis quedas nos dez minutos finais, mas não conseguiu manter Jedrzejczyk no chão para aplicar seu conhecido ground and pound. A rival continuou a acertar mais golpes em pé mas não conseguiu uma grande margem de vantagem, nem voltou a derrubar a brasileira.



Dois juízes viram o primeiro e segundo rounds para Jedrzejczyk, e o terceiro para Gadelha, enquanto um juiz viu o primeiro para a polonesa e os restantes para a brasileira. A vitória levou Joanna ao title shot, e Gadelha de volta à academia.

Três meses depois, a ex-campeã de kickboxing surpreendeu o mundo do MMA na segunda luta principal do UFC 185 com uma surra sobre a então campeã Carla Esparza. Prestes a ganhar um prêmio de Performance da Noite com um nocaute no segundo round, Jedrzejczyk defendeu 16 das 17 tentativas de quedas, e conectou 53 golpes significativos contra quatro de sua oponente.

A Joanna Campeã havia chegado.

Como se tudo isso já não fosse suficiente, ela faria sua primeira defesa de título aceitando de última hora ser a luta principal do UFC em Berlim contra Jessica Penne, apenas três meses depois de conquistar o cinturão. “Joanna Campeã” deu outra surra na desafiante, vencendo por nocaute técnico no terceiro round.



Enquanto uma defendia o título, a outra se preparava para voltar ao octógono e ao topo do ranking com uma eliminatória pelo título. Em agosto do ano passado, no UFC 190, Gadelha dominou de cabo a rabo a duríssima Jessica Aguilar, acertando continuamente a adversária com golpes em distância, vencendo uma decisão unânime sobre a atleta vinda de uma sequência de 10 vitórias.

Finalmente, a brasileira teve seu title shot. Infelizmente, ela sofreu uma lesão na mão, o que abriu a oportunidade para Valerie Letourneau lutar pelo cinturão.

Para possibilitar uma revanche com a rival brasileira, Jedrzejczyk precisava vencer Letourneau no UFC 193. A batalha de cinco rounds foi mais parelha do que as duas vitórias anteriores da polonesa, mas Joanna Campeã reinou suprema, conectando 220 strikes significativos - incluindo um recorde de 70 chutes na perna - vencendo por decisão unânime.

Em janeiro de 2016, o UFC anunciou que Jedrzejczyk e Gadelha não só acertariam as contas, como também seriam rivais no TUF 23. Dois meses depois, os fãs puderam ver até onde chegou a rivalidade quando as lutadoras pareciam prestes a explodir durante uma coletiva de imprensa, e tudo foi amplificado nas gravações do reality.



Agora só nos resta aguardar pela revanche, quando a campeã peso-palha Joanna Jedrzejczyk colidirá com a desafiante Claudia Gadelha no The Ultimate Fighter 23 Finale, em 8 de julho.

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