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Atletas

Conheça a paixão de Charles do Bronx: seus cavalos atletas

Como o dono, Cantina, Revelação e Crispino mantêm uma rotina de treinamento para fazer bonito nas competições – e o próprio lutador está aventurando-se em provas de trote

Cantina, Revelação e Crispino. Por esses nomes atendem (ou não, depende do humor) as paixões de Charles do Bronx. Os três são os cavalos de corrida que o atleta, que faz a luta principal do UFC Brasília, em 14 de março, mantém em Piracaia, cidade a 90 quilômetros de São Paulo.

Assim como seu dono, Cantina, Revelação e Crispino são atletas. Os três cavalos, da raça american trotter, têm uma rotina de treinamento parecida com a de Charles. “Eles têm que manter o ritmo”, conta Josias Celestino dos Santos Filho, o Gia, amigo de Charles e consultor do lutador para assuntos equestres.

“Eles treinam todos os dias e, uma vez por semana, fazem uma corrida, um sprint”, diz Gia, comparando essa atividade a um sparring, uma simulação de uma competição de verdade.

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Charles e Cantina


Foto: Charles e Cantina

Gia e Charles conheceram-se há cerca de seis anos justamente por causa dos cavalos, em uma romaria que os dois participaram para Iguape, no sul de São Paulo. A amizade fortaleceu-se baseada na paixão pelos animais – a ponto de Gia entrar de córner em várias lutas de Charles.

“Charles gosta de cavalo desde criança. Ele contou que o tio tinha cavalo e ele foi criando essa paixão. Quando começou a ganhar dinheiro com o UFC, passou a investir em cavalo de corrida”, explica o amigo.

“Como eu tenho cavalo de corrida, ele sempre pergunta a minha opinião. Todos os cavalos que ele tem hoje eu que ajudei a comprar.” Gia, aliás, acabou de comprar um cavalo que era de Charles, o Nelson, da mesma raça.

Foto: Charles e Revelação

Os três american trotters passam por cuidados rotineiros no hipódromo da Sociedade Paulista de Trote. “Eles saem das baias todos os dias, são escovados, têm seus cascos limpos e vão trabalhar, que é como chamamos o treinamento deles: exercitam-se por meia hora, 40 minutos, num ritmo mais devagar, só para mexer os músculos mesmo”, conta Gia.

É naquela simulação de corrida semanal que o condicionamento físico deles é avaliado, para que os tratadores saibam se ele precisa de algum estímulo ou cuidado diferente.

Os cavalos de Charles custam caro. Cantina está avaliada, segundo Gia, entre R$ 100 mil e R$ 150 mil. Revelação vale cerca de R$ 100 mil e Crispino, R$ 80 mil. Mantê-los tampouco é barato: Charles gasta algo em torno de R$ 1.300 por mês com cada um, para que eles se mantenham alimentados, treinados e hospedados. Nas corridas, as despesas aumentam.

Foto: Charles e Crispino

“O esporte que a gente pratica não é muito comum no Brasil”, afirma Gia. Os american trotter são cavalos especializados em corridas de arreio, nas quais os animais competem em um trote.

O próprio Charles do Bronx, quando os treinos permitem, anda arriscando-se nas provas. “Ele está montando bem”, conta o amigo. “Ganhou a última corrida. Ele é inteligente de verdade, escuta muito, faz o que a gente fala, segue certinho a estratégia.” Foi assim que o lutador venceu sua última corrida em Piracaia, com o Nelson.

“Esses cavalos são muito mimados”, confessa Gia. “A gente trata deles bem melhor do que qualquer outra coisa.” E lucro? Charles está ganhando algo com seus cavalos? Não, diz o amigo. “É difícil ganhar dinheiro com eles. A gente faz isso por paixão mesmo.”

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