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Campeã peso-galo percorreu um longo caminho até chegar ao topo
Miesha Tate não é uma wrestler ou judoca olímpica. Ela nunca conquistou um título mundial no boxe, e não é faixa-preta de jiu-jítsu. Mas quando a porta do octógono é fechada, talvez não haja ninguém mais dura no UFC, seja mulher ou homem.
Por isso, vamos voltar para Tacoma, em Washington, onde a campeã peso-galo do UFC começou a estabelecer um padrão que se tornou sua marca registrada em quase nove anos de carreira. Ela está aqui para lutar, para vencer, e para fazer o que for preciso para conseguir a vitória.
“Eu comecei quando o MMA era visto como a última opção”, disse Miesha sobre seu início, “Não era paga para lutar, enfrentava garotas que nem eram da minha divisão e competia em reservas indígenas onde era praticamente a piada do card”.
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“Já fui nocauteada, já quebrei meu tornozelo no wrestling, quebrei o nariz, tive meu braço seriamente torcido e estou aqui”, continuou, citando ainda uma ruptura de ligamento sofrida antes de conquistar o título peso-galo do Strikeforce contra Marloes Coenen. Mas foi essa lesão no braço que a colocou em evidência; isso marcou Tate como uma referência quando se fala em resistência.
Claro, talvez o personagem de Clint Eastwood no filme “Menina de Ouro” tenha dito “resistência não é suficiente”, mas quando duas atletas habilidosas e bem treinadas se enfrentam em alto nível, talvez a resistência seja a única coisa que pode determinar quem sairá com a vitória.
Tate não conquistou a vitória naquela noite em Columbus em março de 2012, mas deixou uma boa impressão nos momentos finais como campeã do Strikeforce contra Ronda Rousey.
“Muita coisa passou pela minha cabeça em apenas um instante”, disse ela após a perda do cinturão para Rousey com uma chave de braço, “Quando me vi naquela posição, a última coisa que eu queria era bater. Havia tanto em jogo. Primeiro, meu orgulho e uma vontade tão grande de vencer aquela luta que, se não tivesse sido interrompida no primeiro round, eu iria para o segundo com meu braço daquele jeito mesmo. Eu teria feito meu melhor para continuar e tentar ganhar, porque essa era minha mentalidade. Não foi como eu queria naquela noite, e eu estava apenas pensando no meu título, pensando em tudo que tive que trabalhar para conquistar e, naquele momento, era muito difícil dizer ‘OK, quero desistir, preciso parar’. Você nunca quer fazer isso”.
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Estranhamente, ou não, Tate foi criticada após a luta por não desistir imediatamente, algo que lutadores homens nunca tiveram que ouvir. Mas ela já estava quebrando estereótipos muito antes disso, e ainda não parou.
“Eu não venci, mas ganhei muito respeito e muitos fãs porque foi preciso coragem para não bater”, disse ela, “Só porque são homens, não quer dizer que eles são mais duros ou mais preparados para dar 110% em uma batalha”.
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E Tate já teve mais batalhas que a maioria. É fácil esquecer que ela começou sua carreira no UFC com duas derrotas. Tudo bem, foram para Cat Zingano e Ronda Rousey, mas ainda foram duas derrotas. Mas ela não desistiu. Nem quando venceu Liz Carmouche e Rin Nakai em lutas mornas, nem quando foi acertada, caiu e quase foi liquidada por Sara McMann, e nem quando era a azarona contra Holly Holm.
Tudo o que ela sabe é lutar. Então, quando Holm venceu round após round no MGM Grand Garden Arena, no dia 5 de março, Tate seguiu andando para frente, sabendo que a luta não acaba antes do soar do gongo, e esperando que Holm cometesse um erro para que ela pudesse virar o combate. Demoraria muito tempo para Tate disputar novamente o cinturão, se ela disputasse novamente. Uma derrota clara tornaria as coisas ainda piores. Mas não há ninguém mais dura que Miesha, e quando ela viu sua brecha, ela aproveitou, encaixando um mata-leão que colocou Holm para dormir e colocou o cinturão ao redor da cintura de uma lutadora que merece um apelido mais durão que “Cupcake”.
“Eu tinha que agir como um pitbull com um osso”, disse Tate após realizar o sonho de ser campeã, “Eu não poderia deixar ela escapar”.
Ela não deixou. Ser durona bastou.
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