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Cris Cyborg, dedicação e coragem para ser a lutadora mais dominante do mundo

Sem perder há mais de dez anos, brasileira volta ao octógono para enfrentar a sueca Lina Lansberg neste sábado no UFC Brasília

“Eu era uma adolescente muito bruta. O engraçado é que nunca tinha pensado em ser lutadora, mas agora sei que nasci para ser lutadora”. A frase é da brasileira Cris Cyborg, que começou seu caminho nas artes marciais por um convite sem muita pretensão.
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“Eu tinha 19 anos e estava disputando um amistoso de handebol, em Curitiba, quando me viram em ação e falaram que eu poderia ser uma boa lutadora. Sempre gostei de desafios e tenho muita fé e perseverança para torná-los realidade”, explica Cyborg, que naquela época também participava de competições de atletismo.

Alguns anos depois, e muitos treinos, Cris Cyborg tem um cartel de 16-1 (1-0 no Ultimate), é campeã do Invicta FC e pode ser considerada uma das melhores lutadoras de todos os tempos. Sua primeira luta no UFC foi em maio, quando ela nocauteou Leslie Smith em pouco mais de um minuto. Neste sábado, ela volta ao octógono para enfrentar Lina Lansberg na luta principal do UFC Brasília.

Apesar do claro domínio, não sabe o que é perder há mais de dez anos, Cyborg explica que a excelente fase é a continuação de um trabalho duro que começou alguns anos atrás – e, se depender dela, continuará por muito tempo.

“Sou muito perfeccionista em tudo que faço. Se tiver que limpar a casa, vou ser a melhor do mundo em limpar a casa. Várias vezes acordo cansada, mas vou treinar porque gosto de ser disciplinada. Tudo isso que está acontecendo na minha vida é fruto de uma semente que plantei lá atrás e continuo regando todos os dias.”

A semente citada por Cyborg foi plantada quando ela ainda não tinha um acompanhamento profissional tão grande e passava perrengues para conseguir suas lutas. O primeiro combate profissional aconteceu em 2005, em São Paulo, e a brasileira foi finalizada ainda no primeiro round. Ela voltou para academia, continuou treinando duro e alguns meses depois foi uma das primeiras mulheres a fazer a luta principal em um evento de MMA, ao vencer Erica Porto no primeiro round.


Quem acompanhou todos esses passos de perto foi o mestre Rafael Cordeio, líder da Kings MMA e ex-treinador da ChuteBoxe. Entre várias lembranças, ele faz questão de definir Cyborg em uma palavra: coragem.

“Ela sempre teve esse espírito corajoso, essa é a principal arma contra qualquer adversaria. A Cris treinava com homens na academia, e os caras sabiam que não podiam brincar, porque ela não tinha medo e sempre andava para frente.”

A filha da Dona Gorete

Quem acompanha a série Embedded lembra que no UFC 198, em maio, Cris Cyborg fez questão de visitar sua mãe e até usou um o vestido confeccionado pela matriarca. A admiração se transformou em inspiração e é sempre pensando na Dona Gorete que a lutadora se preparada para os seus desafios.
"Herdei muitas coisas boas da minha mãe, que começou a trabalhar com oito anos. Ela acorda, vai nadar, depois treina e ainda passa o dia fazendo as coisas dela. Minha mãe trabalha o dia inteiro, é muito sinistra, e isso mexe comigo.”