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Cyborg, uma das maiores da história, quer somar ao seu legado contra Holm

Brasileira defende cinturão dos penas no UFC 219, dia 30 de dezembro

Quando a campeã peso-pena do UFC Cris Cyborg pisar no octógono no dia 30 de dezembro para defender seu título contra Holly Holm na luta principal do UFC 219 em Las Vegas, esta será sua segunda luta em 2017.

É uma agenda tranquila para a curitibana, que costumava lutar todos os dias em seus anos de formação, como membro da lendária equipe Chute Boxe. Não treinar todos os dias, e sim lutar.

Confira o card completo do UFC 219

É assim que as coisas eram feitas na academia que produziu atletas tão amados pelos fãs e temidos pelos oponentes que precisavam de apenas um nome para identificá-los: Shogun, Wanderlei, Ninja, Spider. E Cyborg.

Primeiro, foi o ex-marido da brasileira, Evangelista Santos, que introduziu o nome Cyborg ao mundo do MMA, apenas para ser superado por Cris, que era uma força da natureza, lutando com uma ferocidade que ainda não havia sido vista no MMA feminino. Um olhar para suas primeiras lutas, terminadas em socos, pisões e corners misericordiosos, oferecem provas suficientes de por que ninguém queria ser trancado com ela em um cage por 15 ou 25 minutos.

Gina Carano quis. Em agosto de 2009, a mulher que levou o esporte aos holofotes aceitou uma super luta com Cyborg que capturou a atenção do mundo dos esportes.

Mas não durou muito. Quatro minutos e 59 segundos, para ser exato. Naquela noite, minha esposa, fã assídua de Carano, se perguntou o que havia acontecido. Eu disse a ela que Carano estava preparada para um evento esportivo; Cyborg estava preparada para uma luta.

Pouco mais de oito anos depois, parece que pouco mudou para Cyborg, de 32 anos, que ainda está no topo do mundo do MMA. Mas, na verdade, tudo mudou.

Não há lugares esporádicos sob o olhar do público. Hoje em dia, os holofotes estão todos nela como campeã do UFC. Agora, um esporte que antes era visto como de nicho, no máximo, é um em que a atenção dada a atletas como Cyborg, Ronda Rousey, Holly Holm, Joanna Jedrzejczyk e Rose Namajunas geralmente ultrapassa aquela recebida por atletas do sexo masculino. O MMA feminino é um grande negócio em 2017, e você não precisa olhar muito além do pôster do evento da próxima semana para ter certeza disso.

Mas a primeira defesa do título que Cyborg conquistou contra Tonya Evinger em julho não é sobre negócios, seu novo contrato com o UFC ou estender sua sequência invicta de 19 lutas. Não que essas coisas não sejam importantes, mas, com uma vitória sobre Holm, que faz parte do Hall da Fama Internacional de Boxe Feminino e é ex-campeã peso-galo do UFC, ela talvez seja capaz de assegurar o título de maior atleta feminina dos combates de esporte da história.

É certamente um título a que Holm terá direito caso se torne a primeira mulher na história do UFC a conquistar cinturões em duas divisões. Adicione a isso o fato de que ela foi campeã em três categorias no boxe, e o argumento da “Filha do Pastor” fica bem forte.

Ainda assim, os números não mentem sobre Cyborg. Dezoito vitórias, uma derrota, uma luta sem resultado. Dezesseis nocautes. Invicta desde 2005. Vitórias sobre Carano, Marloes Coenen (duas vezes), Shayna Baszler, Leslie Smith e Evinger. Nocautes em suas últimas 12 vitórias. Títulos no UFC, Strikeforce e Invicta FC. Mas o que mais fala por ela é a maneira como ela vence suas adversárias. Não houve nocautes de virada, não houve decisões apertadas; apenas uma ferocidade que deixou suas oponentes se perguntando que tornado havia passado por elas.

Então, 12 anos após sua estreia profissional, Cyborg ainda está em busca de uma luta. Sim, ela refinou seu ataque e aprendeu o valor da paciência no octógono, mas a atitude permanece imutável. E diferentemente de muitos, ela não esconde seu desejo de ser considerada a melhor entre as melhores.

“Significa tudo”, disse seu treinador de longa data Jason Parillo, “Acho que ela sabe, no fundo, que sempre foi isso. Ela acredita nisso, e muitas pessoas ao redor dela e muitas pessoas na comunidade do MMA acreditam também. Agora é questão de todos aceitarem. Ela tem sido a melhor por muitos anos. Apenas não havia olhares suficientes nela. É por isso que essa luta é tão importante, porque felizmente temos alguém como Holly Holm, que atrai muitos olhares; temos o UFC, a maior organização do esporte, e vai haver muitos olhares nessa luta, e Cris quer que todos saibam exatamente quem ela é”.

Nós já sabemos que ela é uma lutadora. No dia 30 de dezembro, ela pode garantir o status de maior da história.

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