De olho no cinturão, Virna Jandiroba analisa duelo com Yan Xiaonan

“No UFC, todos são completos. Não tem mais aquele lutador que sabe só uma coisa. Obviamente, cada um tem seus pontos mais fortes, mas a minha preparação é sempre para evoluir em todos os aspectos. Eu treino muito a parte em pé e espero conseguir aplicar minha estratégia no Octógono. Mas uma coisa é certa: eu não vou me descaracterizar. Todos sabem que eu invisto bastante no meu jiu-jítsu, e essa sempre será minha principal arma”, explicou.

Caminho até a disputa de título

Com quatro vitórias seguidas sobre nomes de peso como Angela Hill, Marina Rodriguez, Loopy Godinez e Amanda Lemos - a última em uma luta principal - Jandiroba se consolidou de vez entre as melhores da categoria. Agora, enfrentando uma ex-desafiante ao título, ela sabe que uma vitória pode significar um passo decisivo rumo à sonhada disputa de cinturão.

“Eu sempre encaro cada fase da minha carreira com os pés no chão. Claro que sonhar faz parte, mas eu prefiro focar no presente. Quando lutei contra a Amanda Lemos, já existia essa possibilidade de que a vitória me levasse a uma disputa de título, então eu já passei por esse tipo de expectativa. Agora estou mais familiarizada com isso. Mas sei que preciso primeiro vencer essa luta. O resto será consequência”, disse a lutadora.

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Análise da campeã Zhang Weili

Além de focar no seu duelo contra Xiaonan, Virna acompanhou de perto a última defesa de título da campeã Zhang Weili, que venceu Tatiana Suarez no UFC 312, realizado no começo de fevereiro. Para a brasileira, a chinesa mostrou no Octógono o motivo de estar no topo da divisão.

“A Weili é uma campeã muito consistente. Ela enfrentou uma adversária duríssima, que tem um jogo de wrestling muito forte, mas conseguiu anular bem isso. Mesmo quando estava por baixo, ela manteve a calma e mostrou maturidade. Acho que ela evoluiu muito ao longo dos anos e está sempre melhorando em todas as áreas”, analisou.

Os rumores sobre uma possível subida de Zhang para o peso-mosca também chamaram a atenção de Jandiroba. Se isso acontecer, pode abrir espaço para uma nova campeã no peso-palha, algo que a brasileira enxerga com bons olhos.

“Acho que, se ela subir, pode movimentar bastante a categoria. Mas também acredito que, pelo que vi dela falando, ela não gostaria de sair definitivamente do peso-palha. Então pode ser que ela vá e volte. De qualquer forma, isso abre oportunidades para outras lutadoras e deixa a divisão ainda mais dinâmica”, ponderou.

Representatividade brasileira no peso-palha

Virna é hoje a brasileira mais bem ranqueada na divisão, em 3º lugar. Além dela, o peso-palha conta com outros oito nomes do país entre as melhores, como Jéssica Andrade, Amanda Lemos, Mackenzie Dern, Iasmin Lucindo e Amanda Ribas. Com uma grande presença de lutadoras brasileiras no ranking da categoria, Jandiroba celebra o bom momento do país no MMA feminino.

“É maravilhoso ver tantas brasileiras no topo. Isso mostra a força do MMA feminino no Brasil. A única parte ruim é que, eventualmente, a gente acaba se enfrentando. Mas, no geral, é incrível ver o quanto a nossa categoria está cheia de talentos. Tivemos a Amanda Nunes como a maior de todos os tempos e agora estamos mantendo esse legado com muitas lutadoras fortes”, finalizou.