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"UAU"!!! Você viu aquilo?
Parodiando uma frase do futebol que diz que o jogo só acaba quando o juiz apita, uma luta do UFC só termina quando aconteceu um nocaute/desistência ou quando o gongo toca e o árbitro acaba o round. Até lá, tudo pode acontecer.
Em fração de segundos, quem estava em desvantagem tira um finalização da cartola ou encaixa aquela mão que dá números finais ao duelo. Sorte? Sangue frio? Verdadeira demonstração de raça ao aguentar o castigo e virar o jogo? As teorias para as reviravoltas são inúmeras, mas a emoção de gritar o “UAU” quando quem estava sendo superado acaba superando é sempre eletrizante.
Com a reviravolta que presenciamos na luta principal do UFC Fight Night COMBATE entre Mauricio Rua e Dan Henderson, no último domingo, montamos um top 10 com algumas das mais marcantes que aconteceram no Octógono do UFC desde seus primórdios:
Don Frye x Tank Abbott (Ultimate Ultimate II, 7/12/1996 )
A grande final do torneio com os melhores que o UFC tinha na época levava a crer, no seu início, que finalmente o Badboy dos anos 1990 Tank Abbott seria campeão. Lançando um jab que levou Frye para a lona, Tank perseguiu seu adversário e tentou liquidar. Eles voltaram a trocar, com clara vantagem para Tank que conectou algumas combinações de “1-2”. Nesse momento Frye pisava em ovos e provavelmente estava vendo mais de um oponente. No instante em que Tank partiu para o tiro de misericórdia no “dirty boxing”, sofreu um escorregão e Frye não perdeu tempo, pegando as costas, desferindo um soco que passou raspando, mas foi para o pescoço, finalizando com um estrangulamento. Tudo isso em apenas 1:22.
Tim Boetsch x Yushin Okami (UFC 144, 26/02/2012)
Nada estava dando certo para Tim Boetsch, quedas rechaçadas, sem encontrar a distância e tomando uma “variada passada de carro” com um round #1 onde recebeu uma aula de boxe e no #2 viu Okami dar as cartas com um sólido jogo de solo. Atrás no placar dos assaltos, Boetsch teria que liquidar o ídolo japonês para não ter sua sequência de vitórias quebradas. E foi o que ele fez. Partiu insanamente para dentro, fazendo Okami arregalar os olhos e girar para sair do raio de ação. Mas a determinação e os socos de Boetsch derrubaram o ídolo local, que foi a nocaute em meros 54 segundos do último assalto.
Scott Smith x Pete Sell (TUF 4 Finale, 11/11/ 2006)
Após quase dois rounds completos de fogo contra fogo, onde Pete Sell e Scott Smith entraram numa trocação franca. Pouco depois da primeira metade do segundo assalto, Sell acertou a linha de cintura de Smith com uma esquerda que fez seu adversário acusar o golpe, se encolhendo de dor, segurando o abdomen. Sell correu na direção de seu adversário para dar o golpe de misericórdia, mas com a guarda baixa quem sofreu o soco final foi ele, vítima de um certeira direita que o mandou dormindo para a lona aos 3:25.
Royce Gracie x Dan Severn (UFC 4, 6/12/1994)
Fãs brasileiros temiam pelo pior. O relógio marcava 15 minutos e Royce Gracie tinha Dan Severn e seus 118 quilos dentro de sua guarda tentando o ground n’ pound. Royce só tinha dado alguns chutes nas costas de Severn com o calcanhar, o que se mostraram ineficientes diante do gigante. Junto as grades, o brasileiro parecia sem saída para aquela situação até que buscou um triângulo que não encaixou. Momentos mais tarde, com os comentaristas da época, entendendo pouco de Jiu-jitsu brasileiro e não levando fé na movimentação de Royce,“Essas pernas não têm mais forças”, eles disseram, logo na sequência o membro da família Gracie queimou a língua dos comentaristas, ajustando o triângulo e segundos depois Severn era obrigado a dar os três tapinhas em desistências aos 15:49.
Mike Russow x Todd Duffee (UFC 114, 29/05/2010)
Quem visse os dois na pesagem, já determinaria ali que este seria um confronto desigual, tamanha disparidade física o gordinho Mike Russow e o fortíssimo Todd Duffee. Para piorar, Duffe vinha empolgado de sua última apresentação, onde nocauteou em apenas 7 segundos. E ele surrou Russow com tudo que pôde, mas o cara não caia. Na velha máxima do futebol (guardadas suas devidas proporções) de quem não faz, leva, uma direita aplicada por Russow pegou no lugar certo, resultado: Duffee desacordado e vitória de Russow a 2:32 do round 3.
Veja quais serão as próximas edições do UFC
Frank Mir x Minotauro Nogueira – (UFC 140, 10/12/2011)
Minotauro ia levando a melhor em pé, mas mudou sua estratégia e aprendeu a lição da forma mais dolorida possível, com um braço quebrado pela kimura de Frank Mir. Sedento para vingar a derrota sofrida para o ex-campeão Mir em 2008, Minotauro tinha um boxe mais efetivo na trocação e atordoou com uma boa combinação de jab e direto, Frank sentiu e foi para o solo, Minotauro tentou mais algumas marteladas, porém alterou e foi para uma guilhotina puxando para a guarda. Mir teve sangue frio para defender, se recuperar, reverter a posição desfavorável e encaixar a finalização a 3:38.
Brock Lesnar x Shane Carwin (UFC 116, 3/7/2010)
Se tivéssemos fotos ao lado de palavras no dicionário, a imagem junto a “surra” seria a do primeiro round do duelo pela unificação do cinturão peso pesado entre o campeão linear Brock Lesnar e o interino Shane Carwin. Castigado em pé e no chão, Lesnar esteve próximo perder seu título por brutalização total de Carwin que descarregava seu repertório de bombas. O árbitro quase interrompeu, mas o sino soou. Olhando para o semblante de Carwin, era possível perceber que bater pesado cansa, e no assalto seguinte ele estava esgotado. Lesnar se ligou nisso, usou seu wrestling superior para levar para baixo, aplicou alguns socos – abrindo espaços - e encaixou um katagatame aos 2:19.
Cheick Kongo x Pat Barry (UFC Kongo x Barry, 26/6/2011)
Quando dois kickboxers se encaram, muitos torcem o nariz para o fato de que raramente eles vão para trocação, preferindo mais uma luta de muito clinche e pouca ação. E essa era a impressão logo após breve estudo e um chute nas pernas desferido por Barry, que tentou um bote para levar para baixo. Os dois voltaram ao estudo, um buscando punir a perna do outro com chutes. Barry encurtou e conectou um overhand que colocou Kongo em apuros no solo, ele partiu para cima com direitas e esquerdas enquanto o francês tentava se levantar e conter o ímpeto. De pé novamente, mas rapidamente, outra direita teve destino certo e fez com que Kongo caísse e tentasse mais uma vez segurar os ataques de Barry. Eles se separaram e Kongo andou para trás, com Barry indo para cima e sofrendo duas direitas precisas no queixo, e ‘game over’ para Barry a 2:39.
Frankie Edgar x Gray Maynard (UFC 136, 8/10/2011)
A primeira disputa de título entre os dois já tinha sido uma corrida atrás do prejuízo insana de Frank Edgard, que apanhou bastante no round inicial e equilibrou as coisas no decorrer dos outros quatro contra Gray Maynard, o que resultou em empate.
Edgard, com absoluta certeza, ficou com a impressão de “já vi isso antes” na revanche 10 meses depois, a mão de Maynard entrava e abalava. Sobrevivendo a mais 5 minutos de “pau-pereira”, parecia inevitável que Edgard estava indo novamente para mais 20 minutos de guerra. Mas o enredo de repetição se alterou no quarto assalto, com o campeão se aproveitando de uma tentativa de queda mal executada para conectar um soco que fez Maynard andar cambaleante em direção as grades, o campeão foi para cima e sacramentou o nocaute aos 3:54.
Anderson Silva x Chael Sonnen (UFC 117, 7/8/2010)
Foi um “massacre” nos números, Chael Sonnen disse o que faria contra Anderson Silva e realmente conseguiu: 320 golpes e um domínio por 22:57. Ninguém, ninguém mesmo poderia imaginar que diante daquele cenário que se desenhava round após round, ‘The Spider’ manteria seu reinado. Sofrendo quedas sem conseguir defender e ground n’ pound, e ainda por cima tendo seus ataques neutralizados, o brasileiro bem que tentava (e conseguiu abrir o rosto do desafiante), mas na marcação dos jurados ele estava claramente atrás do placar. Luta no solo, 5º assalto, desespero dos fãs de Anderson que veriam o gangster de West Linn se sagrando campeão peso médio do UFC, porém como um coelho tirado da cartola, o brasileiro aproveitou uma brecha e encaixou o triângulo, Sonnen tentou defender, mas já era tarde demais e sucumbiu a pouco menos de dois minutos para conquistar o cinturão. Foi uma reviravolta histórica, e por isso ocupa a primeira colocação de nossa lista.
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