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Se alguma coisa mudou em Charles "do Bronx" Oliveira desde a conquista do cinturão dos pesos-leves, foi para melhor.
No último mês de maio, o brasileiro se sagrou campeão ao nocautear Michael Chandler no UFC 262, capturando a coroa que estava vaga desde a aposentadoria de Khabib Nurmagomedov.
"Agora, ele está com a cabeça de um campeão", disse seu treinador Diego Lima em conversa com a reportagem do UFC Brasil. "Ele é outra pessoa. Ele sabe que a responsabilidade dele é muita e que agora ele é uma vidraça em que todo mundo quer jogar pedra".
Mas isso não significa que o paulista se sinta pressionado. Ao contrário, só aumenta sua motivação para seguir no processo de evolução que o trouxe à atual sequência de nove vitórias consecutivas no Octógono, sendo oito por nocaute ou finalização, e culminou com a coroação nos 70 Kg.
"A gente sabe que a próxima luta é sempre a mais difícil", disse Diego. "Ganhar o cinturão é difícil, mas manter é mais difícil ainda. Vai ficar sempre mais difícil. Se você não está pronto, se não está melhor do que ontem, não vai dar. Ele tem essa consciência".
E a próxima luta talvez seja, de fato, a mais difícil da carreira de Charles. Neste sábado (11), ele encara o ex-campeão interino dos leves Dustin Poirier no UFC 269 em Las Vegas, em sua primeira tentativa de defesa de título.
O norte-americano venceu oito de suas últimas 10 lutas, tendo um embate terminando sem resultado e apenas uma derrota no processo - justamente no duelo pela unificação dos cinturões com Khabib Nurmagomedov.
Após vencer mais três embates em sequência, o "Diamante" tenta pela segunda vez capturar o cinturão dos 70 Kg.
"Não só o Dustin, mas todos os últimos adversários que o Charles enfrentou são muito duros e todos têm suas qualidades", minimizou Lima. "O Dustin é um cara que está onde está por ser o cara duro que é. A minha ideia é tentar deixar o Charles pronto para o que vier. Se a gente faz uma estratégia e na hora não consegue pôr em prática, a gente acaba sendo frustrado. Então o plano é fazer o Poirier se preocupar com o que a gente vai trazer, e não o contrário".
"Todos os nossos companheiros de treino assistiram e estudaram as lutas do Poirier para simular o jogo dele no sparring", continuou. "Tivemos mais de 40 pessoas com a cabeça no Poirier, tentando fazer o jogo mais parecido possível para que nada surpreenda o Charles no Octógono".
Na primeira luta da história do UFC entre um atleta com mais de 10 finalizações na organização (Charles) e outro com mais de 10 nocautes (Poirier), Diego Lima tem apenas duas certezas.
"Essa luta não vai acabar nas mãos dos juízes", garantiu. "Se vai ser um nocaute ou finalização eu não sei, mas vai acabar pelas mãos do Charles".