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Brasileiro segue em busca dos nocautes, mas vai às raízes do jiu-jitsu para ter a chance pelo título
UFC - Edson Barboza" title="Peso leve do UFC - Edson Barboza" style="height: 244px;" src="https://ufc-video.s3.amazonaws.com/image/photo_galleries/weigh-in/weigh-in-GYI0062537754.jpg" align="left"> Edson Barboza Jr. é uma das grandes esperanças brasileiras na categoria leve (70kg) do UFC. Mas para seguir adiante na busca pelo cinturão, terá que frear o compatriota Rafaello “Trator” Oliveira no combate 100% verde e amarelo do UFC 162 – Silva x Weidman. No próximo sábado, em Las Vegas, o Octógono montado na tradicional MGM Grand Garden Arena determinará o seu futuro neste sentido. E, para chegar aos objetivos, o fato de ter pela frente um oponente do mesmo país não faz qualquer diferença. Depois da surpreendente derrota para o ex-campeão do WEC Jamie Varner, que freou uma série de dez triunfos e o deixou um pouco mais longe do title shot, sua recuperação foi contra Lucas Mineiro no UFC São Paulo, de forma avassaladora. Ou seja, vai ser a segunda luta seguida contra um atleta brasileiro.
“Sou um cara que está crescendo na categoria e que quer buscar o cinturão, este é o meu maior objetivo. Não faz diferença pra mim a nacionalidade do adversário. Na verdade, eu nem penso nisso quando me preparo ou estou lá. Ali dentro, independentemente de qualquer coisa, entram duas pessoas e apenas uma vai sair vencedora”, diz ele.
Hoje com 27 anos, desde a infância em Nova Friburgo, cidade serrana do Rio de Janeiro, Edson se destaca no muay thai. A modalidade que tem como característica chutes, socos, joelhadas e cotoveladas forjou o brasileiro, que no MMA conta com 11 vitórias – sete delas por nocaute - e apenas um revés. No muay thay, com 25 vitórias em 28 lutas, Edson fez seus oponentes beijarem a lona em 23 oportunidades. Vem daí sua aptidão por nocautes e não é à toa que tenha sido ele eleito o autor do mais bonito de 2012, com o incrível chute giratório em cheio no rosto do inglês Terry Etim, no UFC Rio 2.
“O muay thai me ajuda bastante. Me deu experiência de luta, uma vez que pratico ele desde os oito anos de idade. Me dá mais tranquilidade ao entrar no octógono. É claro que lutar muay thai é diferente de MMA, mas essa experiência conta a meu favor dentro do Octógono, tenho certeza disso”, analisa Barboza.
Seu próximo oponente, Rafaello Trator (15v-5d) é um cara que gosta da luta agarrada. Apesar de Trator já ter nocauteado em quatro oportunidades e também ser perigoso na trocação, Edson acredita que o grappling deve ser o caminho do oponente para tentar surpreendê-lo. E, neste quesito, Rafaello já fez cinco adversários darem os três tapinhas da desistência, sempre perigoso com estrangulamentos, sejam eles com o mata-leão pelas costas ou por baixo, com o triângulo. É um adversário que pode surpreender.
“Ele é um cara duro, bom de chão, mas gosta de sair na mão também. Eu acredito que a estratégia dele contra mim será evitar a trocação. Mas é uma luta de MMA e estou treinando de tudo”, adianta.
Treinar de tudo. Essa é a chave não apenas para bater Trator, neste sábado, mas para ficar mais próximo do title shot e ter a chance pelo cinturão, hoje com Benson Henderson. Para tal, Barboza investe no wrestling e vai à raiz do jiu-jitsu através de treinos não apenas voltados ao MMA. Ao lado de algumas feras da modalidade, inclusive da família Gracie, que é a grande referência do esporte, Barboza segue a tradição principal da arte suave.
“Eu treino muito de kimono, principalmente quando estou na Flórida, com o faixa-preta Raphael Chaves. Tenho aprimorado muito o meu chão com o Ricardo “Cachorrão” Almeida, ex-UFC, e o Renzo Gracie”, conta.
Para o desafio contra Trator, o camp contou com Renzo, Cachorrão e outras feras, com direito até a presença do ex-campeão peso leve do UFC Frankie Edgar, que também vai estar em ação na MGM Grand Garden Arena. Inclusive, contra outro compatriota de Barboza, Charles “do Bronx” Oliveira. Todo este trabalho deixa Edson confiante para fazer bonito no Octógono e agradar a torcida, seja em Las Vegas ou no Brasil. Mais que isso, para cair de vez no gosto dos dirigentes do Ultimate, além de subir alguns degraus no ranking da organização. Atualmente ele não aparece entre os dez primeiros, mas tudo pode mudar.
“Meu treino é sempre muito intenso e perto das minhas lutas vou para New Jersey fazer o restante do trabalho. Minha preparação foi muito boa, graças a Deus, e tenho aprendido cada vez mais. Tenho ótimos companheiros de treino, caras como Frankie Edgar, Marlon Moraes, Chris Ligori... O Ed Alvarez também vem treinar conosco. É uma equipe bem unida e estamos sempre um ajudando o outro no que puder. Fiz meu treino de jiu-jitsu com Renzo Gracie e com Ricardo Cachorrão, boxe com Mark Henry e o trabalho de wrestling no Elite. O muay thai é com meu mestre Anderson França.”
O trabalho foi duro, uma rotina desgastante e que não se resume à parte técnica e física, mas também ao processo de perda de peso. Uma vitória contra Trator deixa Edson em situação confortável entre os pesos leves, seria a quinta em seis apresentações no Ultimate. Mais uma vitória, ainda mais por nocaute, é tudo o que o lutador quer. Barboza vai buscar isso com toda a garra. Desta forma, poderá assistir tranquilo ao combate de outro representante do muay thai, arte marcial que tanto admira: Anderson Silva, que defende pela 11ª vez o cinturão peso médio contra Chris Weidman, no principal confronto da noite.
“Acho que vai ser uma luta muito boa. Estamos falando do Anderson Silva, então podemos sempre esperar um show.”
Além de Anderson Silva x Chris Weidman, Edson Barboza contra Rafaello Trator e Charles do Bronx contra Frankie Edgar, o evento ainda traz outros dois brasileiros, com a estreia de Roger Gracie no UFC, contra Tim Kennedy, e o peso pesado Gabriel Napão contra Dave Herman
O canal Combate transmite a partir das 19h30min deste sábado, ao vivo, todas as lutas do UFC 162 – Silva x Weidman.