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Rei das finalizações vindo da renomada BTT, Miltinho quer mostrar que veio para ficar
Depois de uma série de quatro triunfos, incluindo lutas em eventos internacionais como Strikeforce e o brasileiro Bitetti Combat, Milton Vieira alcançou seu grande objetivo: lutar no UFC. A estreia foi na edição 147 da organização no mês de julho do ano passado, em Minas Gerais. Numa luta duríssima contra o compatriota Felipe Sertanejo, Miltinho acabou empatando. Agora pronto para enfrentar o finalista do TUF Brasil Godofredo Pepey no UFC São Paulo, no próximo sábado, o atleta da Brazilian Top Team vai com tudo para conquistar a primeira vitória.
“Acredito que fui mais contundente que o Sertanejo num todo. No meu ponto de vista eu saí vitorioso. Talvez se tivesse uma queda a mais, ou alguns minutos a mais por cima no segundo ou terceiro round, eu teria carimbado minha vitória. Mas são detalhes. Isso já faz parte do passado”, diz Miltinho. “Sempre penso nessa primeira vitória. Agora não é diferente. A vontade de vencer existe sempre dentro de mim”, completa.
Pepey estava invicto no MMA (oito lutas) até sua estreia pelo UFC, quando acabou freado por Rony Jason na final da primeira edição da edição do TUF Brasil, na mesma noite que Miltinho estreou no Octógono. O lutador é perigoso, com dois nocautes e seis finalizações. Ou seja, nas oito vitórias, Pepey fez seus oponentes desistirem.
“Ele tem um bom desempenho em pé também, com alguns nocautes no seu currículo, e por isso tenho que ficar esperto. Mas eu estou afiado com o meu Muai Thay e o meu Boxe também, com o trabalho que fiz com meus treinadores, o mestre Sérgio Cunha e o Giovanni Tonzano, respectivamente. A preocupação com o adversário sempre existe. É isso que faz a gente ficar com a guarda alta o tempo todo”, comenta Miltinho, que admite a grande chance de uma luta no solo, que é a principal habilidade de ambos os lutadores. Neste quesito, Vieira é muito bom, um especialista no triângulo de braço (anaconda choke), com nove finalizações nas 13 vitórias (sete derrotas).
“Ele é um atleta que usa bastante o Jiu-Jitsu. Quando o UFC casa uma luta com dois caras de chão, o combate se desenrola melhor porque os dois querem buscar a finalização. Acaba tendo mais espaço e aumentam-se os caminhos para isso acontecer (finalização). Se a luta for para o chão, o público terá uma grande luta de Submission e não uma luta amarrada. A finalização está sempre no meu pensamento, principalmente usando a anaconda choke, mas estou preparado para qualquer situação, tanto em pé quanto no chão.”
Tanto para Miltinho quanto para Pepey será a segunda oportunidade no UFC. E os dois partirão com tudo em busca do primeiro resultado positivo. Uma situação aguda, envolvendo dois atletas brasileiros, que buscam o mesmo sonho. Vieira aceita a situação, mas não esconde a vontade de encarar em seu país um adversário estrangeiro.
“Não tem problema enfrentar brasileiros. Lutei muitos anos aqui e para mim não faz diferença. Mas lutar contra um estrangeiro no Brasil é diferente porque a torcida jogará toda a seu favor. É uma coisa que eu quero muito. De preferência aqui na minha casa. Tomara que o UFC me dê um dia uma luta aqui no Rio de Janeiro contra um lutador estrangeiro. Aí o UFC vai ver o que um estádio “crowdeado”, o que é a loucura da torcida”, analisa Miltinho, que também pede o apoio do público:
“Torçam por mim, mandem sua energia. Por mais que eu não esteja vendo cada um, podem ter certeza que essa energia chega até mim. Conto com a torcida de todos”, encerra.