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'Em casa', brasileiro Alberto Miná estreia no UFC Macau

Morando e treinando na China, Alberto Miná enfrenta o americano Zak Cummings


O UFC deste final de semana, em Macau, China, tem apenas um brasileiro - o paraibano Alberto Miná, que faz sua estreia no torneio contra o americano Zak Cummings, nos meio-médios. Ainda pouco conhecido no Brasil, Mina passou por mais de 25 países antes de receber um convite para ser professor de judô e jiu-jitsu e morar na China. "Minha ideia era apenas uma viagem para visitar o país, mas recebi uma proposta de trabalho para ministrar aulas de artes marciais aqui" disse o lutador ao site do UFC, explicando que deixou o coração de lado ao aceitar a mudança. "A adaptação foi difícil e me custou o fim de um relacionamento muito forte. A única válvula de escape foi focar no trabalho e esquecer a vida pessoal."

Aos 31 anos, Alberto Miná chega ao UFC invicto, com o cartel de dez vitórias, seis por finalização e quatro por nocaute. Quando ainda tinha 5 anos, ele começou a treinar judô, depois se dedicou ao jiu-jitsu - é faixa preta nos dois estilos de luta - e na sequência migrou para o MMA. "O jiu-jitsu foi um fator primordial na minha carreira, mas é impossível lutar apenas com uma arte marcial. Estou tentando deixar meu jogo mais dinâmico, mas não terei vergonha de recorrer à minha especialidade, o jiu-jitsu, se for preciso", disse ele. Para a luta deste sábado, Alberto Miná deve, mais uma vez, apostar na luta de chão, apesar de Zak Cummings ser um bom wrestler.

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Como você começou nas artes marciais, e quais suas graduações? Meu primeiro contato foi entre 5 e 6 anos. Eu era um garoto muito ativo e meu pai recorreu ao judô para canalizar essa energia e me deixar mais calmo. No começo da adolescência, ainda treinando judô com o sensei Roberto Fialho, fui apresentado ao jiu-jitsu. As duas artes marciais caminharam juntas em toda minha vida, e me torneio faixa preta em ambas.

E no MMA, como você decidiu começar a treinar?
Já alugava fitas em VHS para assistir as lutas do UFC quando tinha 17 anos. Ficava impressionado e achava intrigante como o magro Royce Gracie - que tem um porte físico parecido com o meu - usava o jiu-jitsu contra os atletas maiores. Alguns companheiros de equipe começaram a lutar o antigo vale tudo e eu era o curioso que tentava "ajudar". Meu sensei da época resistiu muito para que eu começasse a treinar, argumentando que eu não deveria e nem precisava aprender aquilo, já que era bem sucedido no judô e jiu-jitsu. O vale tudo era muito marginalizado naquela época.

Você já lutou em vários países - Brasil, Grécia, Inglaterra, Cingapura -, como foi essa experiência? Acredito que o período mais interessante foi quando morei e lutei na Grécia, realmente amo aquele país. Tive a oportunidade de lutar em uma região onde eram travados os combates espartanos, a cidade ainda vivia a atmosfera de guerra. O troféu, a entrada com músicas de guerra, o público urrando como se estivesse em uma arena com gladiadores… Tudo era muito intenso.

Você está morando na China, certo? Como foi essa mudança e qual sua rotina? Não tinha ideia de como seria morar na China. Minha ideia era apenas uma viagem para visitar o país, mas recebi uma proposta de trabalho para ministrar aulas de artes marciais aqui. A adaptação foi difícil e me custou o fim de um relacionamento muito forte. A única válvula de escape foi focar no trabalho e esquecer a vida pessoal. Hoje, estou bem estabilizado em Hong Kong, amo esse lugar, e acredito que encontrei um bom equilíbrio, depois de passar por 25 países.

Lutando MMA desde 2005, já tinha imaginado lutar no UFC? Como está encarando essa oportunidade? Sempre me dediquei ao máximo em tudo que me propus a fazer, com o MMA não foi diferente. Sou um pouco frustrado como judoca, por nunca ter chegado ao patamar olímpico. No MMA não existe nada mais alto que o UFC, esse sempre foi meu objetivo. Cheguei bem perto de desistir por causa das lesões, mas Deus reservou esse momento para mim.

Os fãs podem achar que você é um grappler, mas como estão seus treinos e o estilo de luta? Diria que sou um grappler bastante curioso. Assim como os outros lutadores, estou sempre treinando vários estilos de luta e tentando evoluir. O jiu-jitsu foi um fator primordial na minha carreira, mas é impossível lutar apenas com uma arte marcial. Estou tentando deixar meu jogo mais dinâmico, mas não terei vergonha de recorrer à minha especialidade, o jiu-jitsu, se for preciso.

O que você acha do seu adversário, o Zak Cummings? É um rival duríssimo, que tem um card muito mais extenso que o meu. Ele lutava nos pesados e vem descendo de categoria, é canhoto e um bom wrestler. A pressão da estreia é maior do que a da luta.

Está sentindo algum tipo de pressão por ser invicto ou pela estreia no UFC?
A invencibilidade já é uma pressão, ainda mais quando se estreia no UFC. Cada luta é um desafio diferente, tudo fica para trás quando fecham a porta do octógono. Meus ídolos no esporte já perderam e eu sei que isso um dia vai acontecer comigo, mas venho trabalhando para adiar esse momento. Quando acontecer, espero estar perto da minha família e amigos, para que eles tornem a derrota menos dolorosa.

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