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Enquanto Velasquez se prepara para Minotauro, a meta permanece inalterada

Por Thomas Gerbasi  - Se você for com os números, Cain Velasquez deverá ser superado.

Mas não é bem assim.

Se você olhar para o homem que vai enfrentá-lo no octógono neste fim de semana, o lendário Rodrigo "Minotauro" Nogueira, você pode pensar que Velasquez estará pegando o primeiro avião de Sydney, na Austrália, antes de tocar o sino.

Por Thomas Gerbasi

Se você for com os números, Cain Velasquez deverá ser superado.

Mas não é bem assim.

Se você olhar para o homem que vai enfrentá-lo no octógono neste fim de semana, o lendário Rodrigo "Minotauro" Nogueira, você pode pensar que Velasquez estará pegando o primeiro avião de Sydney, na Austrália, antes de tocar o sino.

Mas ele não vai.

E se você pensa Cain Velasquez é apenas mais um peso-pesado, ele não é.

Velasquez se tornou, em pouco mais de três anos como um profissional no MMA, um protótipo para a próxima geração de lutadores pesos-pesados.

Claro que se seu pai tivesse feito de sua maneira, o nativo de Salinas, Califórnia poderia ter sido o próximo grande campeão de boxe peso-pesado, o primeiro mexicano-americano a usar ouro em torno de sua cintura. Em vez disso, Velasquez gravitou pelo Wrestling na escola secundária e a sorte estava lançada. Ele mostrou seu valor nas competições na escola (1º e 2º graus), faculdade e, finalmente, pelo estado do Arizona, antes de dar o próximo passo em direção ao MMA.

Sete lutas profissionais se seguiram, todas vitórias, cinco no UFC, seis por TKO. Ele pode dominar as lutas no tatame, pode machucá-lo com seus golpes em pé ou no chão e ele tem treinado como ninguém. Com um currículo como esse, fica claro porque os fãs de luta estão tão animados com ele, e quando você olha para suas raízes, ele se tornou uma estrela em um tempo muito curto, daí sua luta principal com Minotauro, a primeira no UFC.

Isso tudo poderia começar a pressionar se não fosse o fato de Velasquez não se sentir pressionado - não no octógono, não na academia e não na vida cotidiana. Isso não quer dizer que tudo veio fácil.

"No começo foi um pouco difícil", disse Velasquez, que passou de um entrevistado relutante para um jovem à vontade sob os holofotes. "Agora, é parte do trabalho e ficou muito mais fácil conforme o tempo foi passando. Não há problema, nós sabemos o que temos de fazer e nós sabemos o motivo. É normal agora e muito mais fácil".

O treinamento continua a ser difícil, porém esse é o ponto na American Kickboxing Academy em San Jose, onde, como diz o ditado, "quanto mais você suar, menos você vai sangrar". E quando os dias são mais longos, todo dia, o que pode parecer uma rápida caminhada para o topo com 7-0 no recorde é, na realidade, uma viagem mais longa.

"Para mim parece um longo caminho até agora", disse ele sobre sua carreira profissional até o momento. "Pode parecer rápido, mas a partir do momento que eu comecei a treinar e passar por todas as lutas e tudo mais, parece muito tempo para mim".

Talvez você não seja chamado de louco se olhar para os recordes de ambos e chegar à conclusão que Minotauro (com 39 lutas profissionais e vítimas como Randy Couture, Jeremy Horn, Mark Coleman, Heath Herring, Dan Henderson, Mirko ‘Cro Cop’ Filipovic, Fabricio Werdum e Josh Barnett) tem uma vantagem insuperável em experiência sobre Velasquez, cujas vitórias mais notáveis vieram sobre seus dois últimos adversários, Cheick Kongo e Ben Rothwell. Velasquez não está prestes a discutir com você, porque ele tem respeito pelo destaque brasileiro.

"Ele está sempre melhorando, como se estivesse nos tempos do Pride", disse Velasquez, que esteve assistindo 'Minotauro' desde os seus dias na organização japonesa. "Ele tem um bom chão e eu acho que seu Boxe é realmente muito bom, e eu o vejo sempre melhorando. Assim como o esporte está sempre evoluindo, ele está evoluindo com ele".

Isso não deve ser nada legal para Velasquez, certo? Errado. Porque enquanto Rodrigo tem uma vantagem considerável na experiência e tem sido um dos poucos veteranos de longa data que manteve o seu jogo movendo-se em conta da evolução do esporte, Velasquez traz velocidade, força, Wrestling e um ritmo agressivo ao octógono, tornando este um confronto de estilos candidato a luta do ano. Velasquez concorda.

"Você só se prepara para uma longa noite, muito mesmo", ele disse quando perguntado o que ele espera de Minotauro. "Espero uma guerra e acho que vai ser uma luta emocionante".

E ele não vai chegar e dizer isso, porque não é o estilo dele, mas ele tem a intenção de ganhar o combate de forma impressionante. Não porque é uma luta principal, não porque é uma lenda na frente dele e não é porque poderia colocá-lo na linha pela disputa do cinturão. Ele quer ganhar porque é a única coisa que ele sabe. É para o que ele é treinado e depois de semanas de preparação, ter um planejamento vindo junto na noite da luta, é uma sensação diferente de qualquer outra.

"Você se prepara bem para alguém e faz um filme na sua cabeça", ele explica. "Sobre todas as coisas que você pode fazer na noite da luta, você faz isso por uns dois meses, então quando você está na luta, é tudo parte do plano. E quando você faz o que você está suposto a fazer, é uma sensação muito boa".

Ele lutou sete vezes. Sete vezes ele teve essa "sensação muito boa". Agora é hora de levantar as apostas consideravelmente e a vencer contra um lutador que já garantiu seu lugar nos livros de história. Se Velasquez bater Minotauro, ele vai avançar cada vez mais para construir o seu próprio legado, mas isso é algo que para nós do lado de fora debatermos. Para Velasquez, o objetivo é o mesmo que sempre foi - ganhar.

"Eu estou fazendo a mesma coisa que eu sempre fiz em todas as minhas outras lutas", ele disse. "Eu nunca olho para frente. Eu sempre olho para a tarefa que está em minhas mãos e estou fazendo a mesma coisa com esta luta. Não vejo como se após esse combate eu pudesse lutar pelo título, eu vejo ele e eu sei que tenho que vencê-lo. E o que acontecer depois disso, vai acontecer".