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Entrevista pós-luta: Rodrigo Damm

Das três lutas dentro da casa do TUF Brasil até agora, nenhuma foi tão parelha quanto a que envolveu Rodrigo Damm (Time Vítor) e John "Macapá" Teixeira (Time Wanderlei). O árduo confronto colocou frente-a-frente a experiência internacional de Rodrigo contra a invencibilidade em evento nacionais de Macapá. O resultado da luta, após 15 minutos de guerra, foi uma decisão apertada, e por isso dividida, para Rodrigo Damm; colocando o Time Vitor com o elástico 3 à 0 no placar.

Rodrigo Damm sempre foi um atleta especialista em cortar peso, seja em evento de submission grappling, wrestling ou MMA. A tarimba neste tipo de rotina pré-luta é essencial para uma boa reidratação. O atleta recupera o peso perdido antes da pesagem de forma correta, não prejudicando seu desempenho. Para a luta contra Macapá, Rodrigo tinha uma meta, usar seu wrestling heptacampeão brasileiro para derrubar e a faixa preta de Jiu-jitsu para definir a luta logo no assalto inicial, caso contrário, teria problemas.                "Eu queria finalizar rápido, pois sabia que iria me cansar se mais rounds viessem pela frente", ele disse. "Senti que não tive aquela recuperação de peso satisfatória, que me deixaria forte. Então explodi logo no primeiro round, levando a luta parta o chão e tentando mostrar a supremacia do meu Jiu-jitsu sobre o dele, que também era bom e eu sabia disso."              O intuito não foi alcançado, e após os cinco primeiros minutos onde garantiu um 10-9, Rodrigo precisava manter o ritmo para não deixar a vitória escapar. Entretanto, ele voltou apresentando sinais de fadiga, Macapá percebeu e andou para frente tentando definir. Rodrigo resistiu bravamente, mas - quando soou a campainha de fim do segundo round - ele ficou sabendo pelos seus técnicos que aquele round não tinha sido dele.            "Me senti cansado e recuei um pouco, ele [Macapá] estava melhor na trocação e andou para cima de mim", Rodrigo disse sobre a vantagem do oponente no segundo assalto. "Não consegui mais aquela pressão e quando fui para meu córner o [Luiz, técnico de boxe] Dórea me disse que achava que eu tinha perdido e que eu precisava andar para frente."        Mas como andar para frente se o tanque de combustível de Rodrigo tinha ficado vazio após o primeiro assalto?        "Tem hora que dá um desespero [devido ao desgaste físico], a gente vai ficando cansado demais e vai na raça. Coloquei o coração em primeiro lugar. Você pode notar minha atitude diferente, comecei a andar para frente e tentei repetir aquilo que tinha funcionado no primeiro assalto." Ele diz, para então completar. "Muita gente não sabe que as quedas marcam muitos pontos, e não fiquei limitado a elas, tentei finalizar no fim da luta também."        A tentativa de chave de braço (kimura) com poucos segundos para o fim, foi um último bote que Rodrigo deu sobre Macapá. A posição é uma das preferidas do campeão mundial de Jiu-jitsu em 2002, mas, naquele instante da luta, arrancar a defesa de Macapá iria requerer muito mais força do que técnica e isso ele não tinha de sobra        "Se fosse numa outra situação, como por exemplo no primeiro round, acho que teria levado. Eu já derrotei muitos assim."        Com atuações em evento de MMA no Japão, Rússia, Canadá e EUA, Rodrigo comentou que o duelo contra Macapá foi um dos mais duros de sua carreira. Algumas vezes a dose extra de experiência vem de onde menos se imagina, e após lutar contra tantos adversários de escolas diferentes pelo mundo, fica difícil acreditar que algo novo possa aparecer. Mas o reality show The Ultimate Fighter Brasil mostrou a Rodrigo que o radar sempre precisar estar ligado.    "Foi na superação! Tentei fazer o suficiente para levar a vitória e no final da luta sabia que tinha conseguido." Comentou Rodrigo, que possui nove vitórias e cinco derrotas em eventos de MMA.      Se a primeira atuação de Rodrigo Damm (Time Vítor) nas quartas de final do TUF Brasil já foi assim, imaginem o que vem pela frente nas semis... Emoção a flor da pele e certeza de ser levado aos limites extremos para alcançar o posto de vencedor da temporada brasileira.