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Fernando Bruno, o tímido 'açougueiro'

 

O apelido de 'Açougueiro' pode parecer agressivo, mas nada combina com Fernando Bruno quando ele está fora do octógono. Com fala mansa e olhar envergonhado, ele demora alguns minutos para se soltar em uma conversa, talvez por todas as dificuldades que já enfrentou na vida. Aos 33, ele diz que quase desistiu de ser lutador profissional, mas encontrou no TUF Brasil 4 a última oportunidade.

Criado em favelas do Rio Janeiro, Açougueiro foi várias vezes convidado para fazer parte do tráfico de drogas, mas recusou todas. "Quero ser um exemplo para os mais novos, sou o lado que deu certo da comunidade. Com o esporte eu mudei de vida, ganhei bolsa de estudo em colégio, consegui sair do Brasil mais de uma vez e estou realizando meu sonho", conta ele todo orgulhoso.

Mas nem todos seus conhecidos tiveram essa mesma facilidade. "Perdi vários amigos. Inclusive dois primos, que eram tudo pra mim, mas acabaram mortos pelo tráfico", conta o lutador, com os olhos cheios de lágrimas. "Ainda bem que tive pessoas que me guiaram para não seguir esse caminho. Graças a Deus!".

Essas pessoas que ajudaram em seu crescimento são principalmente pai, mãe e avó. Açougueiro começou no judô aos 8, para tentar melhorar das constantes crises de asma, mas logo seu professor o levou para treinar jiu-jitsu com André Pederneiras, na academia Nova União. Ele venceu campeonatos brasileiros e mundiais, mas ainda não conseguia se sustentar financeiramente. "Fui trabalhar na cozinha de um hotel para conseguir comprar as coisas para minha casa".

O sonho de se tornar lutador já estava quase terminando. Ele havia parado de treinar por quatro anos para conseguir passar mais tempo no trabalho. Mas surgiu a oportunidade de participar do TUF Brasil 4 e ele voltou a acredita no seu objetivo. "Vou ser campeão porque tenho um coração grande, enquanto estiver acordado e de olhos abertos ainda tenho como continuar brigando".

Porque o apelido de Açougueiro?
"Estava lutando e um soco abriu meu supercílio. Fui para cima do meu adversário, os dois saíram muito machucados, eu consegui finalizar pegando o pé dele, mas ficaram falando que eu gosto de sangue. Também já trabalhava no açougue, aí não teve jeito, o apelido pegou".