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Atletas

Georges St-Pierre é nomeado ao Hall da Fama do UFC

Ex-campeão dos meio-médios e dos médios entrará na Ala Moderna na classe de 2020

O UFC anunciou neste sábado que o ex-campeão dos meio-médios e dos médios Goerges St-Pierre será incluído na ‘Ala Moderna’ do Hall da Fama do UFC como membro da classe de 2020. A cerimônia oficial do Hall da Fama será realizada em data a ser confirmada ainda este ano.

“Georges St-Pierre é um pioneiro do MMA canadense que ajudou a construir o esporte mundialmente”, declarou o presidente do UFC Dana White, “Ele é o atleta mais famoso a sair do Canadá e um dos maiores artistas marciais de todos os tempos. Estamos orgulhosos por incluí-lo na classe de 2020 do Hall da Fama do UFC”.

St-Pierre entrará no Hall da Fama do UFC como membro da Ala Moderna, se juntando a Forrest Griffin (2013), BJ Penn (2015), Urijah Faber (2017), Ronda Rousey (2018), Michael Bisping (2019) e Rashad Evans (2019) na categoria. A “Era Moderna” inclui atletas que se profissionalizaram após 17 de novembro de 2000 (quando foi realizado o primeiro evento do UFC sob as regras unificadas do MMA), têm pelo menos 35 anos ou estão aposentados há pelo menos um ano.

Um veterano de 28 lutas durante 17 anos de carreira, St-Pierre somou um cartel de 26-2 (20-2 no UFC), que inclui vitórias sobre os também membros do Hall da Fama do UFC BJ Penn, Matt Hughes, Matt Serra e Michael Bisping. Seu cartel também inclui triunfos sobre oponentes bem conhecidos como o ex-campeão peso-leve do UFC Sean Sherk, o ex-campeão meio-médio do UFC Johny Hendricks, o ex-campeão meio-médio do WEC Carlos Condit, o ex-campeão meio-médio do WEC e do Strikeforce Nick Diaz, e o ex-campeão meio-médio do Shooto e do Strikeforce Jake Shields.

St-Pierre fez sua estreia no Ultimate no UFC 46 em 31 de janeiro de 2004 em Las Vegas, vencendo Karo Parisyan por decisão unânime. Georges voltou a Las Vegas em 19 de junho para encarar Jay Hieron no UFC 48, e venceu por nocaute técnico no 1º round. A vitória lhe rendeu a primeira disputa pelo cinturão vago dos meio-médios contra seu ídolo na luta, Matt Hughes, no UFC 50.

O UFC 50 aconteceu em 22 de outubro de 2004 em Atlantic City, Nova Jersey. Hughes, então ex-campeão dos meio-médios e veterano com 41 lutas no cartel, subiu ao Octógono com o objetivo de recuperar o título que havia perdido para BJ Penn no UFC 46. St-Pierre, diante do futuro membro do Hall da Fama, sofreu sua primeira derrota sendo finalizado com uma chave de braço a segundos do fim do 1º round.

St-Pierre voltou ao Octógono para enfrentar o ex-campeão meio-médio do SuperBrawl Jason Miller no UFC 52. Ele venceu Miller por decisão unânime e começou uma série de quatro vitórias seguidas no UFC em que superou Frank Trigg, Sherk e Penn, conquistando o direito à revanche com Hughes no UFC 65 com o cinturão dos meio-médios em jogo.

Hughes chegou ao UFC 65 com uma sequência igualmente impressionante de seis vitórias seguidas em que passou por Penn, o membro do Hall da Fama do UFC Royce Gracie, o ex-campeão meio-médio do WEC Joe Riggs, Trigg, St-Pierre e Renato Veríssimo. Durante a campanha, Hughes conquistou cinco vitórias por nocaute ou finalização, sendo quatro destas no 1º round.

O UFC 65 aconteceu em 18 de novembro de 2006 em Sacramento, na Califórnia. St-Pierre controlou o 1º rounds com uma série de chutes e socos. Ele conectou um chute alto a segundos do fim do assalto, mas o gongo soou salvando Hughes. Georges continuou a exercer seu domínio no 2º round, aplicando socos no minuto inicial até acertar mais um chute alto aos 77 segundos, seguidos por uma série de golpes no chão que encerraram a luta e fizeram dele o novo campeão meio-médio do UFC.

Após uma chocante derrota no 1º round para Matt Serra no UFC 69, St-Pierre voltou ao Octógono e superou Josh Koscheck por decisão unânime na luta co-principal do UFC 74.

Georges então entraria em uma sequência de 12 vitórias seguidas durante seis anos em que, primeiro, capturaria o cinturão interino dos meio-médios vencendo Hughes por finalização no UFC 79 e, em seguida, unificando os títulos em revanche com Serra em Montreal no primeiro card da história do Ultimate no Canadá, o UFC 83, no qual venceu por nocaute técnico.

A popularidade mundial de St-Pierre decolou nos três anos seguintes com as vitórias sobre Jon Fitch, Penn, Thiago Alves, Dan Hardy e um segundo triunfo sobre Koscheck, que o levou a uma das maiores lutas da história do UFC no UFC 129.

O UFC 129 foi o primeiro evento de MMA da história na província de Ontario, no Canadá. Com St-Pierre, que agora já era um dos atleta mais populares do mundo, em uma sequência de oito vitórias seguidas, foi o momento perfeito para que ele liderasse um card no Rogers Centre de Toronto, uma das maiores arenas do país. Seu oponente seria Jake Shields, invicto há seis anos e com 15 vitórias consecutivas.

St-Pierre venceria Shields por decisão unânime, mantendo sua sequência invicta intacta e consolidando seu status como o atleta mais famoso do Canadá. O UFC 129 teve uma arrecadação de bilheteria de 12 milhões de dólares com um público total de 55.724 fãs. Este número se mantém até hoje como um recorde na América do Norte, e o terceiro maior público da história do UFC no mundo.

St-Pierre defenderia seu título mais três vezes, vencendo Carlos Condit, Nick Diaz e Johny Hendricks. Após sua 9ª defesa de cinturão e 12ª vitória seguida, Georges entrou em um hiato em dezembro de 2013. Na época, ele detinha o recorde de maior número de vitórias em lutas com cinturão em disputa, com 12.

Após quatro anos, ele voltou para encarar o então campeão peso-médio do UFC Michael Bisping no UFC 217. Bisping chegou ao combate embalado por cinco vitórias consecutivas, incluindo triunfos sobre o vencedor do torneio do UFC 17 e ex-campeão meio-pesado do Strikeforce Dan Henderson e os ex-campeões do peso-médio do UFC Luke Rockhold e Anderson Silva.

Ambos lutadores alternaram momentos de vantagem nos dois primeiros rounds, mas St-Pierre superou Bisping em volume de golpes, 74-58, e finalizou o inglês no 3º round com um mata-leão, conquistando o cinturão peso-médio. A seguir, ele vagaria o título e se aposentaria.

St-Pierre entra no Hall da Fama do UFC com um currículo que inclui:

  • 1 de 7 lutadores na história do UFC com títulos em duas divisões (meio-médios/ médios)

  • 13 vitórias consecutivas - 2º maior número da história do UFC (2007-17)

  • 13 vitórias em disputas de título - 2º maior número na história do UFC

  • 20 vitórias - 3º maior número na história do UFC

  • 2591 - maior número de golpes conectados na história do UFC

  • 461 - maior número de golpes no solo conectados na história do UFC

  • 90 - maior número de quedas aplicadas na história do UFC

Fora do Octógono, St-Pierre recebeu diversos prêmios: três vezes nomeado Atleta Canadense do Ano pela Rogers Sportsnet (2008-10), Lutador de MMA do Ano pela Black Belt Magazine (2008), Lutador do Ano pela Sports Illustrated (2009), Lutador do Ano pelo MMA Junkie (2009), Lutador do Ano pelo MMA Awards (2009), Lutador Mais Incrível pela Wrestling Observer (2008-10), Lutador de MMA Mais Valioso pela Wrestling Observer (2011, 2013, 2017) e Lutador do Ano pelo MMA Junkie (2017).

Em janeiro de 2019, o cinturão que St-Pierre defendeu contra BJ Penn no UFC 94 foi adquirido pelo Museu Canadense de História, onde permanece hoje para exibição ao público.

Desde 2009, GSP fez aparições em diversos filmes como Jogo Mortal (2009); Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014); Kickboxer - A Vingança do Dragão (2016) e Cartels (2017). Como parte do aniversário de 25 anos do UFC em 2018, St-Pierre foi objeto do capítulo do documentário “25 Years In Short” intitulado: “Bully Proof: The Story of GSP’s Evolution from Bully Victim to UFC Badass”.

Em 2009, ele inaugurou a Fundação Georges St-Pierre para auxiliar jovens a acabar com o bullying e promover atividades físicas nas escolas. Sua fundação, que fornece bolsas a estudantes-atletas que competem em esportes como boxe, esgrima, judô, karatê, wrestling olímpico, taekwondo e ginástica artística. Sua fundação auxilia o Kids Help Phone, PREVNet e Bullying.org.

Em 2013, St-Pierre adicionou ‘autor’ à sua lista de atividades ao publicar sua biografia intitulada: “The Way of the Fight”. Escrito por Justin Kingsley, “The Way of the Fight” compartilha lições de como superar o bullying e a injúria e se tornar um atleta campeão celebrado internacionalmente.

Nativo de St. Isidore, Quebec, Canadá, St-Pierre foi introduzido ao karatê Kyokushin aos sete anos de idade após sofrer bullying por anos. Georges se dedicou às artes marciais e chegou à faixa-preta 2º Dan de karatê Kyokushin aos 12 anos de idade. Competindo no All-Canadian Open Junior Kumite Championships como adolescente, ele chegou às finais por seis anos consecutivos, conquistando cinco títulos. St-Pierre, que também é faixa-preta de jiu-jítsu, continua a treinar na Tristar Gym.

Os demais nomeados ao Hall da Fama do UFC na classe de 2020 serão anunciados nas próximas semanas.