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"No dia da luta, eu estou esperando cinco rounds de guerra em um ritmo muito elevado, nada menos, e é para isso que estou treinando. Eu posso vencê-lo no primeiro assalto também".
Georges St-Pierre e Manny Pacquiao. Para os fãs dos esportes de combate, seus nomes são nobres. Mas por alguns minutos em setembro, eles foram apenas dois atletas que se encontraram para trocar algumas idéias quando St-Pierre foi fazer uma tour pelas Filipina, quando Pacquiao estava se preparando para sua luta de novembro contra Antonio Margarito. Mesmo agora, mais de dois meses depois do encontro, St-Pierre é só elogios quando o assunto é o rei do P4P no boxe. "Ele é obviamente o mais rápido boxeador que eu já vi na vida e ele é o melhor boxeador que que já tive oportunidade de interagir", disse St. Pierre. "Ele me deu algumas dicas, e eu aprendi muito com o Freddie Roach (treinador de Pacquiao) e eu mal posso esperar pela minha próxima luta. Eu acho que vai ser ótimo. Eu vou ser capaz de usar algumas das coisas que aprendi com eles e colocá-las em prática". É estranho ver um dos melhores do MMA, campeão dos médios do UFC e exemplo de lutador completo, falando como um fã. Mas St-Pierre explica o que isso significa para ele. "Sendo um fã depende de como você age. Para mim, é reconhecer e apreciar o trabalho de alguém, tentando aprender o que ele faz de melhor e incorporar isso em seu jogo. Claro Manny Pacquiao tem um monte de coisas que eu quero pôr em meu jogo, como Anderson Silva tem, como BJ Penn, como Matt Hughes, como o Shogun (Rua), como (Lyoto) Machida, como Fedor Emelianenko. Sou fã de todos esses caras". Então, quando St-Pierre acorda de manhã e olha para o espelho, ele simplesmente lava o rosto e escova os dentes, não fica se adorando como se estivesse num altar. E esse pode ser o segredo pelo qual ninguém foi capaz de tocar no nativo de Montreal durante quase quatro anos desde sua última derrota, contra Matt Serra. "Eu sou um aprendiz do jogo e tento aprender e ficar melhor", disse ele. "A melhor maneira de aprender é assistir os melhores caras e ver o que sabem fazer melhor e aprender com eles". Apesar de sabermos que GSP é realmente assim, ele esqueceu de acrescentar que não aprende apenas dos melhores, mas qualquer coisa de qualquer um. Incluindo as perspectivas que recentemente treinou na temporada 12 do 'The Ultimate Fighter'. "Eu aprendi com esses caras", disse St. Pierre. "Por exemplo, Cody McKenzie, eu aprendi a sua guilhotina, e ensinei e aprendi, talvez aprendi mais. Foi uma experiência boa, positiva". Mas ao mesmo tempo que estava interagindo e treinando com sua equipe, GSP tinha que lidar com o treinador rival Josh Koscheck - que ele irá enfrentar na luta principal do UFC 124 neste sábado à noite - em situações pouco agradáveis. Porém St-Pierre nunca entrou na 'pilha' de Koscheck. "É a minha natureza", disse ele. "Se eu não quero explodir, você não vai me fazer explodir. Koscheck estava tentando ser arrogante comigo, mas ele não foi inteligente para fazer isso. Ele não entrou na minha mente, não era legal tê-lo por perto. Eu fiquei desapontado com a sua personalidade, mas foi bom, porque me fez treinar mais". É assustador considerar que GSP já é conhecido como um dos atletas que mais se dedica aos treinos. Mas ele precisa fazer isso. Ele precisa viajar para o oeste e para Nova York para treinar e para manter seus jogos físicos e mentais afiados, especialmente por já possuir uma vitória sobre Koscheck por decisão em 2007. Seria fácil se acomodar, especialmente quando você leva em conta a sua posição dominante ao longo dos últimos três anos, mas ele não fará isso novamente. A última vez que fez, perdeu o título para Serra. Desde então, ele tem se esforçado para ser o melhor. Não de hoje, mas de todos os tempos. Então, quando você perguntar se alguma coisa a partir do duelo de 2007 com Koscheck é pertinente, a resposta é o que você espera que seja. "Eu acho que vai ser uma luta diferente entre os dois lutadores diferentes", disse ele. "É difícil prever, mas eu estou bem preparado para onde quer que a luta se desenvolva, e estou pensando sobre o que vou fazer com ele e não o que ele vai fazer comigo. Eu vou ditar o ritmo da luta e lutar com ele onde eu quiser". Ele enfatiza a última frase, deixando claro suas intenções, e enviando uma mensagem para Koscheck que - se ele acha que ele está lutando contra a mesma pessoa do UFC 74 - está absolutamente errado. "Minha motivação é o resultado final, que é acabar com ele", disse St. Pierre. Se ele é capaz de nocautear ou finalizar Koscheck, será a primeira finalização de GSP desde que parou BJ Penn na luta super de 2009. Após essa luta, ele foi para decisão após cinco rounds, duas vezes, com Thiago Alves e Dan Hardy, ganhando críticas ao longo do caminho por não dar cabo dos adversários antes do gongo final. Mas quando você considera que, desde a luta com Koscheck, ele não perdeu nenhum dos 23 assaltos que lutou, isso coloca as críticas em perspectiva. E não apenas porque ele está ganhando rounds contra uma concorrência de nível, mas porque permanece focado e vencendo todos os rounds, mesmo naquelas lutas que a decisão já estava garantida. Essa capacidade de ser dominante ao longo de um combate de 25 minutos lhe dá uma vantagem que Koscheck não pode, possivelmente, argumentar, já que ele nunca lutou por um cinturão. E se estamos tratando de viajar em águas profundas neste fim de semana, St-Pierre está preparado. "Estou pronto para uma guerra", disse ele. "No dia da luta, eu estou esperando cinco rounds de guerra em um ritmo muito elevado, nada menos, e é para isso que estou treinando. Eu posso vencê-lo no primeiro assalto também, mas eu quero lutar com o melhor Josh Koscheck e eu quero que essa luta para me faça crescer e me faça melhor. Eu vejo a minha carreira como uma maratona e não um sprint, assim na próxima luta, serei mais e mais forte".