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Giovani Decker explica motivos para adiamento do UFC Rio

Confira todos os pontos que levaram a organização a adiar o evento que aconteceria no dia 5 de março

Motivos não faltaram ao UFC para suspender - pelo menos por enquanto - a realização do UFC Rio 8, que aconteceria no dia 5 de março. Calendário apertado, lesões de atletas e disputas de cinturão foram só alguns dos fatores que levaram ao adiamento do evento. Em entrevista exclusiva ao Combate.com, o Presidente do UFC no Brasil, Giovani Decker, esclareceu todas as questões sobre o assunto e revelou que a ideia inicial era a de utilizar a Arena da Baixada, em Curitiba, com a presença de grandes estrelas.
"Primeiro de tudo, é importante esclarecer aos fãs que o plano original para o UFC 197 era que ele acontecesse em um estádio de futebol, a Arena da Baixada, em Curitiba, com a luta entre Fabrício Werdum e Cain Velásquez como evento principal, e ter o Anderson Silva, talvez contra o Michael Bisping, como co-evento principal. Isso vinha sendo conversado desde setembro de 2015. Esse plano começou a ter problemas quando começaram a acontecer disputas de cinturão e lesões nos eventos de setembro, outubro e novembro. Com isso, o planejamento do UFC para o UFC 196 foi por água abaixo, e tivemos que dividir o card do evento do Brasil, abrindo mão da luta principal (Werdum x Velásquez), ou da co-luta principal (Anderson Silva). As coisaas todas já estavam feitas. O Anderson, quando foi dar aquele seminário na Rússia, falou na luta contra o Bisping. O Werdum e o Velásquez falaram nas lutas. Estava tudo certo. É frustrante falar isso, mas foi um grande azar. Lutadores de peso como a Joanna Jedrzejczyk, que se lesionou, ou o Daniel Cormier, que fez três lutas no ano e estava entrando em parafuso e precisou parar, ou a própria Ronda, pela forma como perdeu, poderiam encabeçar o evento de fevereiro, mas como não estavam disponíveis, o UFC teve de usar a luta que aconteceria no Brasil para liderar esse evento. É importante dizer também que, por contrato, os eventos numerados, ou pay-per-views, precisam ter uma disputa de cinturão ou uma grande luta", declarou.

Com a necessidade de mudar o plano inicial, surgiu então a ideia de realizar mais um evento, dessa vez no Rio de Janeiro, com a revanche entre Anderson Silva e Vitor Belfort na luta principal.

"Dividimos o que seria o maior evento de MMA da história do país, e pensamos na hipótese de fazer dois eventos. Com isso na cabeça, surgiu a ideia de fazermos Anderson Silva x Vitor Belfort. A ideia passou a ser termos um evento com Fabrício Werdum x Cain Velásquez, e outro no Rio de Janeiro, com Anderson x Vitor. Como o evento perdeu uma disputa de cinturão do tamanho da que essa vai ser, achamos que o potencial do evento passou a ser para arena, e não mais para estádio de futebol. Mas não conseguimos fechar o acordo com o Vitor Belfort - o Anderson aceitou fazer a luta, mas o Vitor preferiu esperar para ver o que aconteceria na luta entre Chis Weidman e Luke Rockhold, e ele acabou acertando, porque o Rockhold venceu e pediu para enfrentá-lo na coletiva após o UFC 194, o que foi um bom sinal para ele. Muita gente falou que o Vitor não queria fazer essa luta. Isso nunca foi verdade. Ele quer, e deixou claro que em alguma hora ela vai acontecer, mas para ele, pensando na sua carreira e no que poderia ter pela frente, neste momento, a luta não fazia sentido. Nós estávamos estourados com os prazos, e o UFC precisava anunciar a luta principal do UFC 196, em Las Vegas. Por isso, a luta entre o Werdum e o Velásquez acabou indo para lá", explicou.

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Apesar da negativa de Vitor Belfort, Giovani Decker ainda contava com a presença do ex-campeão Anderson Silva para realizar o UFC Rio. Contudo, dois acontecimentos no final do ano mudaram novamente o rumo das coisas: a derrota de José Aldo para Conor McGregor no UFC 194 e a vitória arrasadora de Rafael dos Anjos sobre Donald Cerrone no UFC Orlando.

"Não era o que queríamos desde o início, mas ainda tínhamos o Anderson Silva e um monte de bons lutadores. O evento ainda estava de pé, e começamos a montar o card. Aí aconteceu o que não esperávamos: a derrota em 13 segundos do José Aldo. Logo depois, com a vitória rápida e incontestável do Rafael dos Anjos sobre o Donald Cerrone, foi criada a oportunidade de casar a luta entre Rafael dos Anjos e Conor McGregor, que era uma luta que não passava na cabeça de ninguém antes dos eventos de fim de ano, e também Holly Holm x Miesha Tate. Assim que aconteceu a decisão o UFC do Brasil reservou novamente a Arena da Baixada. Tentamos fazer esse evento no Brasil, e até brinquei com a minha equipe, dizendo que, por linhas tortas, Deus nos deu mais uma vez a chance de fazer o maior evento de MMA da história do Brasil. Mas, por uma questão de logística e de Las Vegas ser a capital mundial da luta, e essa luta feminina ter maior apelo para acontecer lá do que no Brasil, o UFC decidiu que essa luta aconteceria lá, e não aqui", completou.

Giovani Decker também desmentiu a informação de que a situação econômica do país tenha pesado na decisão do UFC em adiar o evento. Segundo ele, foi apenas uma questão de calendário.
"O que pegou, acima de tudo, foi a data. O UFC precisava da data do pay-per-view para realizá-lo. Foi por isso que o evento numerado no Rio de Janeiro foi postergado. Não é certo nem verdadeiro dizer que ele foi cancelado, nem que a causa do adiamento foi a crise. Não existiu nada disso de motivo econômico ou de falta de confiança do UFC no Brasil. Existe um contrato, com um número certo de pay-per-views por ano, e não dá para fazer mais um evento desses. E nem podemos substituir por um UFC Fight Night, porque as datas já são definidas com antecedência. O certo é que haverá um evento numerado do UFC no Brasil, provavelmente no último trimestre do ano, talvez em outubro ou novembro. O evento numerado do Rio de Janeiro foi postergado, mas não cancelado. Às vezes, durante uma entrevista, o lutador é pego desprevenido por uma pergunta, não tem a informação precisa do que está acontecendo, e acaba dando a sua opinião. Acredito que tenha sido isso o que houve na teleconferência com o Anderson", disse.

Com o evento no Rio de Janeiro oficialmente adiado, a solução foi encaixar Anderson Silva no card do UFC Londres, que acontece no 27 de fevereiro.

"Quando ficou decidido que o evento numerado do Rio de Janeiro seria realmente postergado, chegamos a um consenso de que a volta do Anderson Silva seria em Londres por conta da luta ser contra o Michael Bisping, que sempre foi uma luta aguardada pelos fãs, e por ser justamente naquela cidade, onde o Anderson Silva construiu parte da sua carreira, com atuações memoráveis. Não podendo ser no Brasil, e já tendo o evento todo montado em Londres, a decisão acabou sendo por levar a luta do Anderson para lá".

Giovani também fez questão de deixar claro que esforços não faltaram por parte do Chairman do UFC, Lorenzo Fertitta, e do Presidente Dana White para realizar o UFC 197 no Brasil.
"Eu atesto que eles tentaram até o fim manter o evento no Rio. Eles tiveram que tomar uma decisão dificílima. Eu estava com o Lorenzo Fertitta e com o Dana White e vi o quanto doeu pra eles tirarem o evento do Rio. Nós tentamos todo tipo de luta, algumas seriam dos sonhos mesmo de qualquer fã, que eu tenho certeza que não passam pela cabeça de nenhum deles, mas não conseguimos casar, e não tivemos alternativa a não ser puxar a luta do Werdum contra o Velásquez para o UFC 196, em fevereiro", garantiu.

Por fim, Giovani Decker revelou quais os planos da organização para o próximo UFC no Brasil.
"Nós estamos pensando grande, pensando em desenvolver não só o UFC, mas o MMA no Brasil. Queremos fazer eventos que deem aos fãs vontade de assistir, seja no local ou pela TV. Tínhamos na mão um evento gigantesco, e tenho certeza que seria como aquele jogo de vôlei no Maracanã entre Brasil e União Soviética nos anos 80. Seria um marco para o esporte, mas as coisas foram acontecendo, perdemos uma coisa após a outra, e o evento acabou sendo postergado. Não temos nada a esconder, por isso decidimos contar exatamente o que aconteceu. Fizemos dois eventos no país que foram recorde de público. Vamos fazer eventos fantásticos esse ano, que ficarão na memória dos fãs de esporte", finalizou.

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