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Giovanni Soldado: das brigas na escola para o TUF Brasil 4

 

Família é algo sagrado – e para Giovanni Soldado, não é diferente. Nascido e criado em João Pessoa, o lutador começou nas artes marciais ainda cedo, tudo por causa das encrencas que arrumava na escola. “Eu brigava quando falavam da minha irmã, o que era quase todo dia. Um amigo meu me viu brigando na frente do colégio, achou que eu tinha talento e me convidou para treinar. Acabou dando certo”.

No começo, Soldado não entendia o por que duas pessoas que mal se conheciam subiam em um ringue para trocar golpes “Eu achava um esporte de doido”, confessa. Com o passar do tempo, o atleta foi percebendo que a realidade do MMA era diferente do que imaginava. “Fui aprendendo o que era. Não precisa ter raiva. Ali somos todos amigos fazendo o nosso trabalho”.

A vida de um lutador, porém, nem sempre é fácil. Antes de entrar na casa do TUF Brasil 4, o paraibano trabalhava como porteiro para ajudar no sustento da família. “Viver de luta no Brasil é complicado. A gente diz que aqui ou a gente canta ou assovia, mas eu preciso cantar e assoviar ao mesmo tempo”, comenta. A saudades do filho de cinco anos e da esposa também faz parte da rotina, especialmente quando Soldado precisa sair de João Pessoa para fazer seu camp em Natal, na academia Hikari.

O apelido vem dos tempos de exército, onde Giovanni serviu na função durante um ano. “Aprendi a lavar banheiro e ter várias responsabilidades. Lá eu aprendi a ser obediente também. Não obedecia ninguém, nem meus pais. Aprendi a ser um homem”, fala com orgulho. O ensinamento obtido nas artes marciais também foi fundamental durante sua passagem pela corporação. “É a mesma coisa que se aprende no quartel. Você aprende a ter respeito pelo seu superior, a respeitar a hierarquia. Isso é muito importante”.

Religioso, o paraibano já havia passado por uma seletiva do TUF, mas não teve sucesso e ficou fora da casa. “Quando eu perdi a luta na primeira tentativa, meu mundo caiu. Ali era a chance de dar uma vida melhor pra minha família, estava nas minhas mãos e eu deixei passar”, relembra. “Mas o tempo passou e percebi que Deus viu que eu não estava pronto para aquele momento, então ele me preparou mais e hoje me deixou mais capacitado para chegar e fazer minha história.”

Desta vez, tudo deu certo, apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas até chegar aos Estados Unidos. “Meu visto foi negado quatro vezes antes de chegar em Las Vegas, então Deus queria que eu estivesse aqui. Na hora de comprar a passagem pra cá, deu errado também. Comprei no cartão, fiz tudo certo, e na hora de pegar a passagem, deu retorno. Paguei 1800 reais. Chegava no Consulado e o segurança já me conhecia. Então, depois de superar tudo e chegar até aqui, não era para perder. Já entrei com a vitória na cabeça”.

Agora, dentro da casa, Soldado pode curtir um dos grandes sonhos que tinha na vida, e aproveitar os ensinamentos de um de seus maiores ídolos. “É a primeira vez que viajo para fora e é a viagem mais marcante da minha vida. Estar no time Shogun é ótimo. Sou fã dele desde que ele lutava no Pride. O cara é campeão do Pride, do UFC, e eu pensava que ele era o cara. Quando o cara é bom, a gente tem que dizer. Ele é um exemplo de vida para mim”.

E o que o futuro reserva? Bem, se depender do paraibano, a família pode ficar feliz. “Quero chegar para todo mundo e dizer que o Dana White é o meu patrão, e estou quase conseguindo isso. Meu sonho pessoal é dar uma vida melhor para minha família. Meu primeiro objetivo é dar uma casa para os meus pais, pois está na hora deles descansarem. Se Deus quiser, vou conseguir isso”.