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Relembre a trajetória do brasileiro que faz a luta co-principal do UFC 202
Muitos lutadores chegam ao UFC com boa reputação. E então há Glover Teixeira.
Dono de um cartel de 17-2, que incluía uma sequência de 15 vitórias consecutivas, com nocautes sobre nomes como Ricco Rodriguez, Marvin Eastman, Márcio Pé de Pano e Rameau Sokoudjou antes de entrar no octógono pela primeira vez, em 2012, o brasileiro não tinha apenas uma boa reputação. Ele era uma lenda urbana, uma espécie de “Pé Grande”, de quem os fãs do UFC já tinham ouvido falar, mas nunca visto com os próprios olhos.
E antes de Glover fazer sua estreia derrotando Kyle Kingsbury, começando uma trajetória no UFC que o colocou no topo da divisão dos meio-pesados e em uma luta co-principal contra Anthony Johnson no próximo sábado, alguns pensaram que ele jamais conseguiria.
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Nascido em Sobrália, Minas Gerais, Teixeira se mudou para os Estados Unidos para começar uma nova vida em Connecticut sem imaginar a jornada que ele estava prestes a começar.
“Na primeira vez em que fui à academia aqui nos Estados Unidos, em Danbury, eu queria ser lutador de boxe”, ele me contou em 2015. “Mas isso mudou três meses depois, quando meu amigo me mostrou uma fita do Royce Gracie no UFC. Aquilo mudou meu sonho de ser lutador. Ele dizia, ‘Isso é muito louco, cara’, e eu queria fazer aquela coisa louca. Era o que eu queria fazer”.
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Em 2002, aos 22 anos, Teixeira já era um profissional de MMA e rapidamente construiu uma reputação como um atleta a ser observado. Além disso, ele tinha um córner bastante expressivo com John Hackleman e Chuck Liddell. Foi depois de sua primeira luta profissional que ele conheceu o líder da equipe The Pit, e Hackleman logo começou a treinar a promessa brasileira com auxílio de Liddell.
“Minha primeira luta foi contra um atleta deles, e logo ele me ligou e me perguntou se eu gostaria de treinar com ele, que ele poderia me tornar um lutador melhor”, lembrou Glover, “Quando fui treinar com John e sua equipe na The Pit, eu não sabia nada, e Chuck me ensinou praticamente tudo. Eu sabia jiu-jítsu, que era minha base, mas sobre wrestling e trocação, Chuck me ensinou tudo”.
Logo depois, ele precisaria dos conselhos de Liddell mais do que nunca, quando problemas com seu passaporte o forçaram a voltar ao Brasil e acabaram com qualquer chance de arrumar um contrato com o UFC. Teixeira, desapontado, mas não desencorajado, continuou a lutar - e vencer - enquanto esperava a situação ser resolvida.
“Chuck me disse uma vez, ‘Você só precisa lutar. Não se preocupe em construir um bom cartel, porque se você não consegue vencer alguém aqui, é porque esse não é seu lugar. Então continue lutando’”, disse em 2013. “Então eu continuei lutando. Se eu não estivesse machucado, eu lutaria, e sabia que, cedo ou tarde, tudo aconteceria”.
Um a um, os oponentes foram caindo aos pés de Glover, e sua lenda foi crescendo. Durante todo o percurso, ele estava determinado a se tornar um lutador do UFC.
“Eu estava confiante”, disse, “Mas não queria esperar demais para chegar ao UFC. Chegar aos 35 ou 37 anos, eu não queria isso. Mas eu sabia que cedo ou tarde seria resolvido. Eu continuaria lutando independentemente de qualquer coisa, e somando ao meu cartel. Eles teriam que me lugar, porque depois de vencer 30 ou 40 lutas, eles seriam obrigados em algum momento”.
Em 2012, com os problemas de passaporte resolvidos, ele recebeu a ligação. Dez lutas no UFC depois, ele é um dos melhores meio-pesados no planeta, está estabelecido com sua família em Danbury, e inclusive abriu sua própria academia perto de casa. Pode-se dizer que esse é o “sonho americano” de Glover Teixeira.
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