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A história de Ronda Rousey no boxe

Lutadoras se enfrentam no dia 14 de novembro, em Melbourne (Austrália)

Ninguém gosta mais de um desafio do que Ronda Rousey. É a sua motivação, a razão que guia a sua vida dentro e fora do octógono.
E também é a razão pela qual ela tanto espera pelo UFC 193, quando ela terá a oportunidade de apresentar as suas qualidades como boxeadora frente a Holly Holm, a próxima desafiante ao cinturão do peso-galo de Ronda Rousey.
Ronda é conhecida por ser uma especialista em quedas e rápidas finalizações. Das suas 12 vitórias no MMA, nove foram por rápidas finalizações, tendo o seu notável armlock como assinatura.
Mas ela admite que há uma pugilista escondida dentro dela. E vencer Holm - por 19 vezes campeã mundial de boxe antes da transição para o MMA - seria a sua chance de mostrar as suas novas habilidades na trocação.
“Eu conheço a minha lutadora”, disse o seu treinador, Edmond Taverdyan. “Eu vejo a minha lutadora todos os dias. Quem conhece o boxe sabe como Ronda luta boxe”.
Ainda que seu sucesso tenha vindo através do seu judô e de suas finalizações, Ronda abraçou o boxe. Em seus treinamentos diários, esse foi o aspecto de combate que ela mais focou.
“Eu realmente me apaixonei pelo boxe durante a minha experência no MMA”, disse. “Eu parei de aplicar o judô em tudo. Eu não vesti o kiomono e só pratiquei judô desde a minha estreia no MMA. Eu luto boxe na maioria do tempo. É quase impossível passar tanto tempo fazendo alguma coisa e não se apaixonar por ela. Eu quero me envolver cada vez mais com o esporte”.


Mas ela pode provar ser igual a Holm dentro do octógono? É isso que os fãs do UFC querem descobrir.
No entanto, Tarverdyan acredita que Holm irá evitar a trocação com Rousey e apostar em seus chutes de longa distância. O clinch pode ser o caminho para a sua derrota.
“Holly não vai apostar em seu boxe contra a gente”, ele disse. “Porque se ela estiver em um distância trocando socos e acontecer um clinch, ela vai preferir que isso não tivesse acontecido. Holly estará em apuros. Então, ela vai tentar evitar isso mantendo a distância com os seus chutes”.
“Nós estamos prontos para tudo, mas a questão é: a Ronda precisa provar que é uma boxeadora? Eu espero que Holm troque socos com a gente, porque Ronda sabe lutar boxe. Ronda tem poder de nocaute em suas duas mãos. Não importa com qual mão ela golpeie, é sempre perigoso”.

Confira o card do UFC 193
Ronda deu uma amostra da força de suas mãos ao nocautear Bethe Correia com apenas 34 segundos de luta no UFC 190. À exceção de uma joelhada que ela tentou, Ronda usou apenas as mãos para vencer. A mão direita no lado da cabeça de Correia deixou a adversária com o rosto caído no chão.
Mas boxe contra boxe? Talvez a experiência de Holm permita que ela acerte alguns jabs e tenha uma movimentação que abra espaços para alguns ataques. Permanecer de pé pode ser a sua melhor chance para uma virada.

Ronda entende que está lutando contra uma adversária que conhece os conceitos do boxe e que pode usá-los em seus chutes. Em suas duas lutas no UFC, Holm nunca foi derrubada, então ela sabe como permanecer em pé.
“Ela é muito disciplinada em sua estratégia de luta, e sua equipe sabe muito bem como planejar uma luta”, disse Ronda. “Essa é a razão pela qual eu estarei no meu melhor nível em um luta, porque ela será o meu maior desafio”.
“Todos os lutadores tentam me atacar de diferentes formas, mas a sua abordagem será mais estratégica e muito bem pensada. Mas nada disso pode me vencer e eu vou mostrar isso a todos”, completou a campeã.
Embora Ronda já tenha expressado anteriormente sobre o seu interesse por boxe, ela também sabe que vencer Holm pode não provar que ela consegue mudar o seu estilo de luta. Mas pode ajudar.   
“Perante uma grande plateia, essa luta vai ajudar a mostrar alguns dos meus ataques de boxe”, ela disse. “Eu penso que eu só serei capaz de provar que eu mereço o respeito como uma boxeadora, participando de uma legítima luta de boxe e não dentro do octógono”.
Isso vai acontecer? Nem Ronda nem o seu treinador irão dizer, mas pelo menos os seus fãs irão saber se ela tem o talento necessário para isso. Até então, parece que ela está no caminho certo.
A defesa de cinturão contra Holly Holm, no dia 14 de novembro, pode provar isso.
“Eu espero que no dia da luta, Holm mantenha uma distância possível de se praticar boxe”, disse Tarverdyan. “Dessa forma, nós poderemos ver o quão grandes são as habilidade de Ronda. Mas nós sabemos que o MMA não é uma típica luta de boxe”.

Michael Martinez é um jornalista esportivo de longa data e faz parte da equipe de colunistas no The New York Times, San Jose Mercury News e Fox Sports. Siga-o no Twitter: @ByMMartinez