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Hominick se aposenta do MMA aos 30 anos

Um dos mais amados astros do MMA inicia seu capítulo na vida pós-Octógono.

Existe uma grande quantidade de atletas no MMA que já ouviram o comentário "você não parece um lutador", mas ninguém se encaixou nessa tão bem quanto Mark Hominick. Em um esporte cheio de atos de classe, o nativo de Thamesford, Ontário - que se aposentou aos 30 anos na terça-feira - pode ter sido o maior dos cavalheiros.
  De fala mansa, educado, sempre generoso com o seu tempo, e disposto a ajudar a qualquer momento e em qualquer coisa, incluindo uma citação de última hora na semana de luta, Hominick foi um embaixador para o esporte nos dias em que o MMA mais precisava de um. Então, quando revelou qur seus pais não queriam que ele fosse pelo caminho do esporte profissionalmente, especialmente com o diploma em Administração de Empresas pela Universidade de Windsor em sua mão, isso não foi surpresa, porque quando você fala com ele, você não quer vê-lo começar a ser golpeado também.  

Porém, isso nunca incomodou "A Máquina", simplesmente porque debaixo daquele sorriso fácil, ele sempre foi todo lutador. Um pupilo do falecido Shawn Tompkins, Hominick veio com seus dois "irmãos de consideração", Sam Stout e Chris Horodecki e, juntos, o trio de jovens talentos do Canadá empolgou os fãs ao redor do mundo.  

Profissional desde 2002, Hominick fez seu nome no circuito local, ganhando mais do que perdendo, mas sempre se entregando em cada luta. Em 2006, ele foi chamado para sua estreia no UFC contra Yves Edwards, que na época era considerado por muitos como um dos melhores, se não o melhor, peso leve do mundo. Hominick surpreendeu Edwards e o mundo do MMA com uma vitória por finalização no segundo assalto, e as coisas nunca mais seriam as mesmas para o garoto humilde de Ontário, nunca mais. Ele estava destinado para o palco do mundo e, nos seis anos seguintes, foi onde ele permaneceu, seja no UFC ou no WEC, onde finalmente competiu nos penas e não deu as vantagens físicas de antes, entre os leves.  

Em 2010, Hominick teve seu momento no peso pena, finalizando Bryan Caraway, despachando Yves Jabouin, e batendo Leonard Garcia por decisão. No final do mesmo ano, o WEC se fundiu com o UFC, e depois de Hominick nocautear George Roop em janeiro de 2011, ele recebeu uma chance pelo título com José Aldo no UFC 129, em abril do mesmo ano.  
  A primeira luta de Hominick pelo título do UFC foi também a sua primeira em sua província natal, e na frente de mais de 55.000 fãs. Ele não ganhou naquela noite em Toronto, mas seu esforço extremo no embate de cinco rounds levou Aldo ao limite e os dois faturaram a premiação de "Luta da Noite".  

Derrotas contra Chan Sung Jung, Yagin Eddie (outra "Luta da Noite"), e Pablo Garza colocariam uma tampa sobre a carreira profissional de Hominick (20-12), porém nenhuma derrota iria abalá-lo tanto quanto as perdas de seu pai e de Tompkins. Hominick seguiu em frente, e com o seu casamento e o nascimento de sua filha Raeya (o casal também tem outro filho a caminho), ele tem muita alegria em sua vida para temperar essa tristeza que enfrentou com cara de bravo ao longo dos últimos anos.  E embora a maioria diga que, aos 30, ele ainda tem muito a oferecer para o esporte, às vezes o passo mais sábio é se retirar quando você sabe que ainda pode competir com os melhores do mundo, e é isso que Hominick fez na terça-feira.  

Simplesmente, ninguém merece uma aposentadoria mais feliz.