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'Cara, por favor não para minha luta se eu tomar uns socos não, eu aguento muito soco, não me atrapalhe em nada.' - Igor Araújo
Igor Araujo surpreendeu a todos quando bateu a pedreira Idemar "Marajó" Alcantara em sua estreia pelo Ultimate no UFC Fight Night no Combate Maia x Shields, em outubro de 2013. Radicado nos Estados Unidos, o brasileiro era pouco conhecido em seu país. Entretanto, já contava na ocasião com um cartel de 23 vitórias no MMA, seis derrotas e um empate. No dia 8 de março, Igor busca mais um triunfo no peso meio-médio, agora diante de Danny Mitchell no UFC Fight Night – Gustafsson x Manuwa, em Londres. Ele vai ter pela frente um atleta local com 14 triunfos, quatro derrotas e um empate. O brasileiro tenta o sexto resultado positivo seguido diante de um lutador com nove finalizações no cartel.
"Ele é bom, um lutador bem completo. Nós íamos lutar uma vez, mas não deu certo. Então eu já o conhecia. Ele tem um bom jiu-jitsu, é finalizador, já ganhou nove vezes assim. Mas ele também troca bem, é bem tranquilão e um pouco imprevisível. Joga uns triângulos voadores etc... O cara é bom, a luta vai ser boa, e eu vou ganhar!", define Igor.
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As origens do brasileiro são no taekwondo e, na infância no Brasil, Igor chegou a tentar a sorte como jogador de futebol. Mas o amor pela luta falou mais alto. E esta foi a escolha certa.
"Sempre gostei muito de jiu-jitsu e MMA, eu costumava andar com as fitas cassetes do UFC 1 e 2 debaixo do braço pedindo para assistir na casa dos outros, acho que assisti elas umas 300 vezes! Lembro que quando eu estava servindo o exercito, costumava armar umas lutas de MMA lá dentro do quartel, tipo torneio. Quando estávamos de guarda a porrada comia! Depois que parei de jogar futebol e saí do exercito, comecei a treinar jiu-jitsu em Patos de Minas com o mestre Nutry Baby, peguei a faixa-azul e fui para Belo Horizonte treinar na Caveirinha jiu-jitsu, onde peguei a faixa-preta", conta.
E a luta levou o brasileiro a novos destinos, lugares onde jamais imaginaria, até se juntar a um dos treinadores mais renomados do MMA e, por fim, assinar contrato com o UFC.
"Depois que peguei a faixa-preta, me mudei para a Europa e desde 2005 sentia falta de um treinador, de uma equipe profissional, já que só treinava com meus alunos. Me sentia um "Ronin", samurai sem mestre. Como o Greg Jackson era o melhor treinador do mundo e sua equipe era apontada como a melhor, decidi ir atrás disso e é onde estou desde 2010. No início foi meio selva, mas hoje me sinto em casa aqui."
E desse jeito Igor alcançou a grande meta, lutar no mesmo Octógono que o inspirava quando criança, ao assistir os primeiros combates de MMA. Igor estreou no UFC em 9 de outubro de 2013 e dominou o favorito Idemar Marajó.
"A experiência foi inesquecível, foi um capitulo importante do livro que vou escrever, a coroação de um trabalho, de muito sacrifício, muita batalha dentro e fora dos cages. Merecia aquilo tudo alí, as pessoas não imaginam o significado para mim de estar lutando no UFC, foi perfeito, eu merecia muito", conta. "A luta foi boa, bem movimentada, eu conheço bem o MMA e já sabia quem era o Idemar, sabia que tinha que sair da perna esquerda dele e se eu o derrubasse que eu ganharia a luta", continua Igor. "Foi isso que aconteceu, derrubei raspei e fiz o necessário para ganhar, só tive quatro semanas para treinar e eu estava em off total. Fui o grande azarão da noite, mas tinha certeza da vitória. Apesar dele ser bom, eu supero essas coisas."
Agora Igor não é mais o azarão. E vai ter que fazer valer nos treinamentos para bater o representante da Inglaterra em seu próprio país.
"Os treinamentos foram perfeitos, dessa vez tive mais tempo para me preparar. Fiz a primeira parte na Suíça e as últimas cinco semanas com o Greg Jackson. O plantel aqui é de alto nível, cheio de feras, mas o principal aqui são os treinadores Greg Jackson, [John] Winkeljhon, Mike Valley, Brandon Gibson fora a galera da Gracie Barra New México, onde treino muito também."
Independentemente de qualquer coisa, Igor Araujo garante que vai valer a pena ligar a TV para conferir suas lutas daqui para frente.
"O que eu sempre falo, coração, raça e muita vontade de ganhar. Na minha luta no Brasil. Um dia antes eu estava no restaurante e vi o árbitro do UFC jantando, eu fui até ele e disse: 'Cara, por favor não para minha luta se eu tomar uns socos não, eu aguento muito soco, não me atrapalhe em nada.' Por que eu sabia que o Marajó era mais forte e tinha a porrada pesada, não queria sair dali com um erro do árbitro. Eu sou assim, estilo Rocky Balboa. Quando acham que estou fora do jogo eu estou só aquecendo."
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