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Jessica Bate-Estaca encontrou sua melhor versão como peso-palha

Brasileira disputa cinturão da categoria no UFC 211, dia 13 de maio


Pergunte à Jessica Andrade se ela já pensou como será o dia 13 de maio. Ela não apenas refletiu sobre o momento em que desafiará Joanna Jedrzejczyk pelo cinturão peso-palha do UFC, mas já tem todo o dia e noite da luta planejados.
“Vou acordar, tomar um café da manhã leve e treinar um pouco pela manhã para ir aquecendo”, disse a brasileira em entrevista ao UFC.com, “Vou até a arena, vou ter uma das melhores performances que o peso-palha já viu no UFC, conquistar aquele cinturão, vou à coletiva de imprensa e vou ganhar o bônus de performance. De lá, posso ir para minha festa e comemorar o meu dia”.
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Foi um longo caminho desde setembro de 2015, quando Jessica perdeu na revanche para Raquel Pennington e ficou com o cartel de 4-3 no UFC. Apesar da campanha, ela era claramente uma das melhores pesos-galo no plantel, mas, por causa de seu tamanho, a paranaense sempre começava em desvantagem. E isso nunca a impediu de tentar enfrentar oponentes maiores.
“Não era nada novo”, disse a lutadora de sua campanha no peso-galo, “Já lutei com meninas do peso-leve em minha carreira no Brasil, então lutar com pessoas maiores tem sido a história da minha vida. Mas quando você junta isso ao nível em que as garotas estão no UFC, você começa a ter lutas muito difíceis. Quando enfrentei garotas mais próximas do meu tamanho, mesmo no peso-galo, você podia ver a diferença na minha performance”.
Na época da revanche de Jessica com Pennington, Jedrzejczyk já era a rainha da divisão peso-palha e estava se preparando para sua segunda defesa de título contra Valerie Letourneau. A brasileira tomou então a decisão de se juntar à categoria de sua próxima rival. Em junho do ano passado, ela estreou na divisão com vitória no segundo round sobre Jessica Penne. Uma finalização premiada com bônus sobre Joanne Calderwood e um triunfo na “Luta da Noite” contra Angela Hill vieram a seguir e, desta forma, Bate-Estaca se tornou uma das lutadoras mais temidas do peso.
E ela está adorando isso.
“Sinto que no peso-palha finalmente estou me tornando uma lutadora profissional de verdade”, disse, “Os resultados têm sido ótimos e isso prova que foi a decisão certa na hora certa, mas se eu não tivesse a experiência como peso-galo, não sei se teria tido o sucesso que estou tendo no peso-palha agora”.

Não é uma surpresa para a lutadora de 25 anos, que tem lutado da mesma forma desde que estava no ensino fundamental. Ao longo do caminho, ela se tornou um modelo para as mulheres no Brasil, algo a que ainda está se acostumando.
“Não sei se estou confortável com isso, mas acho que não é algo que se escolhe, simplesmente acontece”, disse, “Passei por muita coisa para chegar onde estou, então acho que, de alguma forma, posso ser isso para elas”.
Ela também pode se tornar uma luz para todos os lutadores no Brasil, já que uma vitória no UFC 211 a colocará ao lado de Amanda Nunes como as campeãs mundiais do país, com a esperança de que Cris Cyborg se juntará a elas eventualmente.
“Vencer o título significaria tudo para mim, e aí só teremos que esperar que a Cyborg tome o cinturão da Germaine de Randamie e o Brasil terá total domínio no MMA feminino no UFC. Para mim, seria mais do que um sonho se tornando realidade, porque, vamos ser sinceros, quando cheguei ao UFC, não havia a menor esperança de que eu seria campeã no peso-galo, e aquela era a única divisão na organização, então sonhar com o título já era algo distante. Esperamos pelo peso-mosca por um longo tempo, e quando pularam isso para criar o peso-palha, meus sonhos voaram pela janela novamente. Naquela época, por mais que meu time me apoiasse a chegar no peso-palha, eu não acreditava, e aqui estamos. Estou nove quilos mais leve e desafiando a campeã pelo cinturão”.
É um verdadeiro conto de fadas, mas a realidade é que Jessica ainda tem que vencer Jedrzejczyk, que já defendeu sua coroa quatro vezes desde que passou por Carla Esparza em 2015. É uma dura missão para qualquer atleta, e por mais que a brasileira esteja confiante, ela tem muito respeito pelas habilidades da campeã.
“Ela é uma trocadora fenomenal e tem uma das melhores defesas de quedas do UFC”, disse Jessica sobre Joanna, “Além disso, ela tem o hábito de fazer você pagar por cada tentativa de queda, o que torna o jogo dela muito interessante de assistir e especialmente difícil para alguém da luta agarrada. Já que não sou oriunda propriamente da luta agarrada, nem da luta em pé, acho que eventualmente terei que lidar com a defesa de quedas dela, mas primeiro tenho que lidar com a trocação à longa distância dela , que é muito afiada. Normalmente não me importo de tomar um golpe para encaixar outro, porque sei que minha potência é maior que a das minhas oponentes, mas contra alguém como ela e durante cinco rounds, tenho que ser ainda mais cautelosa”.
Cautelosa, mas não relutante, já que Jessica, que já foi comparada a Wanderlei Silva, dá seu melhor quando vai para frente e parte para a trocação. Esse é o principal motivo pelo qual os fãs do UFC estão ansiosos pelo dia 13 de maio, naquela que muitos estão dizendo que poderá ser uma das melhores lutas do ano. Poderia ser muita pressão tentar conquistar um título, ser um modelo e trazer o cinturão para o Brasil, mas a desafiante está tranquila como sempre.
“Toda a pressão está nela”, disse Jessica, “É ela que tem um legado na divisão, é ela que está se aproximando dos 30 anos, é ela que está dizendo que quer parar para começar uma família, então a urgência está do lado dela. Ainda tenho 25 anos e estou em minha primeira disputa de título. Só me preocupo em estar na melhor forma possível e dar o melhor de mim”.
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