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Johnny Eduardo: 'Humilde sim, escada não'

Experiência é arma de lutador para difícil combate contra Wineland


Com 35 lutas no currículo e experiência de sobra em todos os aspectos da luta, Johnny Eduardo retorna ao octógono do UFC após longos dois anos sem competir. Integrante e um dos mentores de muay thai da equipe Nova União, o carioca encara o norte-americano Eddie Wineland no UFC Fight Night Cincinnati, de sábado (10). 

A extensa vivência nos ringues e arenas de luta dá tranquilidade para Johhny encarar o adversário da vez, quatro melhor na categoria dos galos, como “mais um”. Com tom doutrinário em dia nas respostas, o brasileiro conversou com o site do UFC no meio do sempre debilitante corte de peso, e promete até "dar a vida" pelo combate.

Quase dois anos depois da última luta, o que podemos esperar de você? 

Um cara com muita vontade, muita técnica e força para vencer. Minha vida é lutar e sou um privilegiado por estar empregado no que mais gosto.

Wineland disputou e perdeu recentemente o cinturão para o Barão. Uma vitória sobre ele te colocaria onde na categoria?

Acho que fico bem na foto, ele é oponente duríssimo, mas é apenas mais um. O UFC chegou em um ponto competitivo tão equilibrado que não tem muito como escolher adversários. Tudo se define nos detalhes, é nisso que tenho de apostar.

Colocar um lutador parado há algum tempo contra outro que está no top 4 da categoria pode configurar como ‘escada’. Como é isso para você?


Sou humilde, mas não sou ‘escada’ pra ninguém não. Sempre entro preparado, 100% corpo e alma para vencer. Se precisar, dou a vida para ganhar uma luta. O pensamento sempre é esse.

Uma tática mais longa e que aproveite bem seus low kicks (chutes baixos) é o ponto mais direto para amenizar a agressividade natural do Wineland?


Serão dois brigadores no octógono. Meu feeling natural vai ditar para onde devo levar o combate. Claro que o Wineland leva vantagem por estar mais ativo atualmente. Mas ele pode ter certeza que vai ter low kicks, socos e tudo mais que puder para tentar vencê-lo.

Neste tempo todo como profissional, qual foi maior pesadelo que passou dentro do ringue?


Cara, com certeza foi contra o (japonês) Takenori Gomi (perdeu por finalização em um evento nipônico, em 1999). Na época ele estava em ascensão. Se não me engano, fui o primeiro brasileiro a enfrentá-lo. Estava inseguro, não foi uma noite boa. A primeira bordoada que levei já deu pra perceber que tudo seria terrível. Levei uma surra que daria 'pra dez jumentos'. 

E cinturão? Na sua cabeça o caminho é longo, médio ou curto?


Agora não. Quero vencer luta por luta, fazer meu nome na categoria e convencer a organização das minhas habilidades. A essa altura do campeonato, tenho uma visão realista de que não adianta planejar muito. É melhor trabalhar da melhor forma possível todos os dias e colher os frutos gradativamente.