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Aos 38 anos e com uma carreira marcada por feitos históricos, José Aldo está longe de pensar em aposentadoria. Prestes a fazer sua 42ª luta profissional no UFC 315, neste sábado (10), o brasileiro garante que nunca esteve tão bem física e mentalmente – e que ainda sonha em conquistar o cinturão peso-galo da organização.
O manauara, que completa 21 anos como lutador profissional em 2025, já marcou seu nome na história como campeão peso-pena e integrante do Hall da Fama do UFC. Porém, mesmo com todos os méritos, ele não se acomoda. O veterano garante que segue motivado como no início da carreira e revela estar mais focado do que nunca em deixar um novo legado no esporte.
“Meu sonho sempre foi estar no UFC, ser campeão. Já vivi tudo isso, mas ainda tenho esse desejo dentro de mim. Estou mais velho, enfrentando gente mais jovem, mas com vontade e preparo maiores do que nunca”, afirmou em entrevista ao UFC.com.
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José Aldo com a coroa de "Rei do Rio" após vitória no UFC 301. (Foto por Alexandre Loureiro/Zuffa LLC)
Neste fim de semana, Aldo enfrenta o canadense Aiemann Zahabi, que, curiosamente, tem idade semelhante, mas começou no MMA justamente no ano em que o brasileiro nocauteava Chad Mendes no UFC 142 e celebrava de forma icônica com a torcida no Rio de Janeiro. Uma diferença que reflete bem o status do ex-campeão como referência de gerações.
“Às vezes estou por aí e alguém fala: ‘Sou seu fã desde criança’. E eu penso: ‘Caramba, estou ficando velho mesmo!’. Mas isso faz parte. Já enfrentei vários que estavam começando quando eu já era campeão. É natural”, brincou.
Apesar da longa trajetória, o “Rei do Rio” descarta qualquer sinal de cansaço ou desânimo. Ao contrário, diz que a motivação está mais alta do que nunca – especialmente depois da derrota para Mario Bautista, em sua última aparição no Octógono.
“Fiquei muito irritado. Minha última luta foi horrível. Eu não posso entrar lá e travar. O cara não tinha nada para mim. Com todo o respeito, mas o UFC e os fãs esperam mais de mim. Ganhar ou perder, eu tenho que lutar, entregar tudo. Sempre fiz isso e vou continuar fazendo”, declarou.
José Aldo venceu Jeremy Stephens na luta co-principal do UFC Calgary, em julho de 2018. (Foto por Jeff Bottari/Zuffa LLC)
Para o combate contra Zahabi, Aldo diz que mudou a mentalidade. Agora, não se preocupa com o nome do adversário ou com o quanto ele é badalado. Seu foco é apenas um: dar show.
“Não escolho adversário. Luto com quem mandarem. A galera estuda tudo sobre mim, perde o sono sabendo que vai me enfrentar. Então, por que eu vou me preocupar com eles? Eu tenho que fazer o que treinei: entrar lá e meter a porrada”, disparou.
Mais do que a experiência, Aldo destaca a preparação física e nutricional como diferenciais nesta fase da carreira. E diz que, ao contrário de muitos da sua geração, ainda tem muito a oferecer.
“Dizem que vinho melhora com o tempo. É isso. Hoje tenho mais explosão, mais velocidade. Cuido da alimentação, como o que há de melhor. Atletas da minha idade geralmente estão decaindo, fazendo lutas chatas. Eu não. Eu quero ser campeão. Tenho saúde, preparo e experiência. Estou voando alto”, declarou.
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José Aldo comemora ao fim da luta contra Merab Dvalishvili no UFC 278. (Foto pot Alex Goodlett/Getty Images)
Com o corpo em dia e a cabeça firme no objetivo, o Hall da Fama do UFC já sabe até o que vai sentir quando pendurar as luvas.
“Não vou sentir falta de lutar. Dou tudo de mim em cada treino, em cada combate. Quando parar, o que vai me fazer falta são as pessoas, o clima, o UFC, o Dana…mas a luta em si, não. Porque eu sei que fiz tudo com alma e coração desde o começo. Estou em paz com minha história”.
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