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Pela primeira vez em quase seis anos, um atleta de sobrenome Gracie pisará no Octógono. Trata-se de Kron, peso-pena de 30 anos, filho de Rickson, que enfrenta Alex Caceres neste domingo (17), no UFC Phoenix.
E será que ele se sente pressionado por levar o ilustre sobrenome de volta ao Octógono? Sim, mas a sensação não é novidade.
"Já venho representando a família e competindo com a pressão de ser filho do meu pai e ser um Gracie há muito tempo. Toda vez que luto, sinto essa pressão, então virou uma coisa normal”, disse Kron em entrevista ao UFC Brasil, “Acho que cada pessoa na família tem uma razão, alguma coisa que fazem para contribuir com a família, e a minha é competir. Tenho muita gratidão por estar saudável e poder representar minha família. Só estando nesse ponto em que posso chegar no Octógono e lutar, já estou feliz".
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Colecionador de títulos no jiu-jítsu com e sem kimono, Kron fez sua estreia profissional no MMA em 2014, e traz ao Ultimate um cartel invicto, com quatro vitórias - todas por finalização.
Aprender outras modalidades, além da arte suave, para se tornar um atleta completo no cage não foi um fardo para ele, mas um processo bastante proveitoso.
"Sempre achei uma coisa maneira poder começar do zero, aprender do começo; sempre gostei desse desafio”, disse, “Foi muito maneiro chegar na academia de judô como faixa-branca, tomando 'amasso', e chegar em um nível em que me sinto confortável. O mesmo com o boxe. O Nate (Diaz) me ajudou muito no boxe".
A parceria com os irmãos Diaz já é de longa data, e transcende o mundo das lutas.
"O Nate me ajudou muito na minha carreira até agora. Sempre foi um bom amigo, um bom parceiro de treinos, e sempre me deu muitos conselhos. Ele não me ajudou só com lutas, mas como pessoa também”, contou Kron, “E o Nick abriu muitas portas na minha cabeça, que me fizeram muito melhor como lutador. Ultimamente, ele não está treinando tanto, então não estou tão próximo dele, mas levo as coisas que ele me ensinou para todos os treinos e consigo evoluir em cima disso".
Sem entrar em ação desde dezembro de 2016, o atleta não teme que o tempo afastado possa lhe causar dificuldades no duelo deste final de semana; pelo contrário, acredita ter aproveitado bem o hiato para aprimorar ainda mais seu jogo.
"Tem vários motivos pelos quais fiquei parado nesses últimos dois anos. Alguns são pessoais, outros tem a ver com lutas, mas estou feliz de poder lutar agora, de ter passado esse tempo de fora e aprender as coisas que aprendi”, disse, “Consegui aproveitar o tempo para continuar evoluindo e agora estou curioso para ver como vai ser nesse final de semana".
Seu oponente neste domingo será o norte-americano Alex Caceres, que chegará à simbólica marca de 20 lutas pelo Ultimate. "Ele é um cara duro, experiente, e tem a capacidade de fazer algumas coisas bem imprevisíveis", resumiu o brasileiro.
E qual será a principal ambição de Kron Gracie, o quinto membro do clã a competir no Octógono, dentro da organização fundada por sua família?
"Quero representar a família, quero representar minha academia, quero representar os irmãos Diaz, quero treinar e lutar contra os melhores do mundo. Quero levar meu jiu-jítsu e minhas outras artes, combinando, para ver até que ponto isso chega. Claro, minha meta é ser o melhor do mundo, e estou trabalhando para isso todo dia", concluiu.