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Lara Procópio quer fazer história no UFC
Atleta da Nova União, que faz sua estreia no UFC Shenzhen, fala sobre seu início no MMA
Estrear no UFC não é apenas um sonho de muitos atletas de MMA. A experiência de começar em um evento novo, ter um oponente diferente e, muitas vezes, viajar para fora do país também é muito marcante.
Para sua primeira luta fora do Brasil, Lara Procópio vai enfrentar horas e horas de voo até desembarcar em Shenzhen, na China. A mineira de 23 anos encara Karol Rosa no evento de 31 de agosto, mas nem tudo será desconhecido.
O primeiro ponto é que Lara tem conhecidos no país que vão lhe acompanhar durante a semana. O segundo é que a atleta da Nova União terá pela frente uma oponente de uma equipe bem conhecida, a PRVT, casa da protagonista do evento e campeã peso-palha Jessica Andrade.
“A PRVT é uma equipe que tem bastante meninas, assim como a Nova União. A gente sempre se esbarrava nos campeonatos nacionais. Inclusive já lutei com uma amiga da Karol e ganhei o cinturão do Shooto. Sobre ela treinar com a campeã, isso não mexe comigo, até porque eu tenho grandes nomes ao meu lado também, como Poliana Botelho, a Ketlen Vieira, tem o José Aldo. Estou confiante e preparada”, disse em conversa com o UFC Brasil.
Para Lara, os objetivos têm sido conquistados pouco a pouco. Ela conta que sempre sonhou em entrar invicta no UFC, e ela entrará no Octógono com um cartel 6-0. Sobre expectativas, ela mostra muita confiança.
“Podem esperar uma bela estreia, com o pé direito, porque eu vou chegar para fazer história no UFC. Pode anotar aí!”
Confira a entrevista com Lara Procópio.
UFC: Como recebeu a notícia de que faria sua estreia no Ultimate?
Lara Procópio: O Dedé me ligou e falou: "tenho uma notícia boa e uma ruim. A boa é que ofereceram a luta no UFC China. A ruim é que é na categoria de cima". Mas não é problema para mim porque já lutei e tenho um título nos 61kg. Uma felicidade gigante. Apareceu essa oportunidade e falei pra gente fechar.
UFC: Durante a sua carreira você alternou lutas no peso-galo e peso-mosca. Sua estreia no UFC vai acontecer nos 61kg. Pretende ficar nessa categoria?
LP: Não. Todo o meu treinamento, meu processo de reeducação alimentar, foi voltado para os 57kg. Eu estava mantendo o peso baixo para não sofrer com o corte, então praticamente já estou no peso do galo porque já vinha trabalhando para bater os 57kg e apareceu essa oportunidade. A gente aceitou, mas as próximas provavelmente vão ser no peso-mosca.
UFC: Essa vai ser sua primeira luta fora do Brasil. Como é para você saber que na sua estreia vai viajar logo para a China?
LP: Nunca fui para fora, né? Bem que podia ser um pouquinho mais perto porque são quase dois dias de viagem. Mas por coincidência tenho amigos da Nova União dando aula na China, e eles vão estar lá comigo. Então até que não está tão longe assim, estou me sentindo bem acolhida e bem aparada. Vai ser bom que vou conhecer um lugar diferente, minha primeira viagem para fora já vai ser para a China! Estou tentando lidar da melhor forma possível.
UFC: Conte um pouco do seu início nas artes marciais.
LP: Meu pai era meu professor, ele tem uma academia em Belo Horizonte. Meus pais se conheceram no tatame, então sempre vivenciei as artes marciais. Eu tenho uma irmã gêmea, e a gente treinava juntas. Minha primeira competição foi aos sete anos de idade no jiu-jítsu.
Quando fiquei mais velha, com 14 ou 15 anos, já tinha começado a treinar muay thai porque eu o usava para manter o peso para o jiu-jítsu, e comecei a me empolgar com isso. Foi aí que eu falei para o meu pai que queria ir para o MMA. Inicialmente ele não gostou, ficou com receio de ver a filha levando porrada. Com muita insistência da minha irmã, que foi minha maior incentivadora e fã número um, ele deixou e apareceu uma luta para fazer. Fiz três lutas amadoras e fui para o profissional.
UFC: Como você saiu de Belo Horizonte e foi treinar na Nova União, no Rio de Janeiro?
LP: Quando vi que era algo sério, que eu queria levar para a vida e me profissionalizar de verdade, vi que lá não era um camp muito bom. Hoje já deu uma melhorada, mas há três anos nem tinha menina para competir no jiu-jítsu. Eu não ia crescer lá. Meu pai ligou para um amigo dele aqui na Nova União, e começou uma comunicação com o Dedé. Ele me deixou fazer uma semana de teste, e eu dei a vida aqui dentro [risos]. Treinei a semana inteira e ele abriu a porta para mim. Voltei para BH, arrumei toda a minha vida lá e vim para cá. Já são três anos.
UFC: Como você se define?
LP: Eu acredito que sou muito dedicada e esforçada. Sou disciplinada. Talvez meus principais pontos sejam disciplina e determinação. Desde a minha estreia no amador, toda vez que eu entrava para lutar em algum lugar eu dizia que ia entrar invicta no UFC. Isso foi sendo motivador, e aconteceu.
UFC: Sua estreia por si só já chama a atenção do público brasileiro, mas você vai enfrentar uma parceira de treinos da campeã Jessica Andrade. Acha que isso adiciona um peso a mais?
LP: Eu acho que essa foi a melhor luta possível. A PRVT é uma equipe que tem bastante meninas, assim como a Nova União. A gente sempre se esbarrava nos campeonatos nacionais. Inclusive já lutei com uma amiga da Karol e ganhei o cinturão do Shooto. Sobre ela treinar com a campeã, isso não mexe comigo, até porque eu tenho grandes nomes ao meu lado também, como Poliana Botelho, a Ketlen Vieira, tem o José Aldo. Estou confiante e preparada. Ela é muito forte e experiente, mas eu acho que eu também.
UFC: Para encerrar, o que podemos esperar de Lara Procópio no UFC?
LP: Podem esperar... [risos] Olha, eu estou muito feliz com essa oportunidade, muito motivada mesmo. A luta em si é a melhor hora, é quando a gente se diverte e faz o que treinou. Podem esperar uma bela estreia, com o pé direito, porque eu vou chegar para fazer história no UFC. Pode anotar aí!
