Lutadoras discutiram o potencial histórico do combate que lidera o UFC 219
Apesar de o cinturão peso-pena feminino do UFC ser o prêmio para quem vencer a luta no UFC 219, na próxima semana, muitas das perguntas direcionadas à campeã Cris Cyborg e à desafiante Holly Holm são relacionadas aos seus respectivos legados. E com uma boa razão.
Invicta por mais de uma década, Cyborg se estabeleceu como uma das atletas mais dominantes na parcela feminina do esporte, com vitórias sobre Shayna Baszler, Gina Carano, Marloes Coenen e Tonya Evinger e conquistando cinturões no Strikeforce e Invicta FC antes de ter o do UFC.
Depois de conseguir um cartel 33-2-3 e vários títulos mundiais em 11 anos de carreira no boxe, Holm fez a transição para o MMA e manteve o bom currículo, chocando o mundo com o nocaute no segundo round sobre Ronda Rousey no UFC 193 e se tornando a primeira atleta - homem ou mulher - a ter títulos mundiais profissionais tanto no boxe quanto no MMA. 
Por conta dessas credenciais, é fácil entender por que os fãs e a mídia andam se perguntando se a vencedora do combate que acontecerá na T-Mobile Arena estará pronta para se declarar a melhor lutadora de todos os tempos. Mas nenhuma das competidoras está pronta para esse tipo de discussão agora.
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"Sei que essa vitória definitivamente seria fundamental para o meu legado e carreira", disse Holm em conferência telefônica na quinta-feira (21). "Mas certamente não seria algo que definiria a minha trajetória agora. Mesmo depois uma vitória dessas, eu ainda vou querer seguir em frente e ter sucesso".
"Com certeza seria um grande triunfo", continuou a norte-americana, que vem de um nocaute sobre Bethe Correia em junho. "Seria enorme, mas eu tenho a mesma vontade de vencer em todas as lutas. Sei que essa será uma grande batalha, algo esperado e que as pessoas estão animadas para assistir, mas eu quero vencer qualquer luta".
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"Quando eu entro no cage, nunca penso que estou invicta há 10 anos e sou a campeã", explicou Cyborg, que ficou com um cartel 18-2, 1 NC depois da vitória sobre Evinger no UFC 214. "Eu nunca penso nisso. Deixo para as outras pessoas pensarem. Eu só penso em melhorar a cada luta".
Durante anos, a maior luta a ser feita no MMA feminino era um duelo entre Cyborg e Ronda Rousey. Apesar de as duas trocarem provocações nas redes sociais e em entrevistas, elas nunca se encontraram dentro do Octógono.
Holm teve um papel nisso ao destronar Rousey, e apesar de ter esperado tanto por uma oportunidade de enfrentar a medalhista Olímpica, Cyborg diz que mudou o foco para Holm naquela noite de novembro de 2015.
"Quando a Holly enfrentou a Ronda, eu estava assistindo", disse Cyborg, que conheceu Holm no set de filmagens de um filme no qual trabalharam juntas. "A Ronda e eu estávamos com dificuldades para lutar uma contra a outra - ela só falava, mas nunca quis me enfrentar de verdade". 
"(A Holly teve) um dia bom, e eu sabia que a enfrentaria. Naquele dia eu estava fazendo planos para enfrentar a Ronda, mas depois eu disse que em breve enfrentaria a Holly".
Já tendo derrotado um ícone do esporte, Holm terá a chance de adicionar mais alguns grandes feitos ao seu currículo: se tornar a primeira mulher a vencer Cyborg em 12 anos ao mesmo tempo em que vira a primeira mulher na história do UFC a ter títulos em diferentes categorias de peso.
É isso que motiva Holm antes da última luta de 2017, e não tentar entender onde essa vitória se encaixa em sua lista de conquistar ou se ela pertence ao panteão dos melhores de todos os tempos.
"Eu nunca conseguiria comparar as duas porque são situações diferentes", disse Holm ao ser questionada como um triunfo sobre Cyborg se compara à sensação de vencer Rousey. "Na minha vida, essa será a maior conquista possível, mas nada pode apagar a minha jornada e a experiência que tive na luta contra Ronda".
"Uma das minhas maiores motivações para começar no MMA era a oportunidade de ter títulos nisso e no boxe, porque ninguém havia feito isso antes. Aqui estamos, fui capaz de fazer isso, e agora tenho a oportunidade de ter múltiplos títulos nas duas modalidades".
"Ninguém nunca fez isso, e é meu sonho ter mais essa conquista".
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