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Leitura de luta: o básico como diferencial para Andrei Arlovski

Bielorrusso venceu a revanche contra Antonio Pezão no main event do UFC Brasília

Peso pesado tem mão pesada. Óbvio. Para fazer valer o senso comum com eficiência, movimentar-se com destreza foi o fiel da balança que desenhou a vitória de Andrei Arlovksi no combate contra o brasileiro Antonio Pezão, o principal do UFC Brasília. 
Com apenas alguns minutos de ação, nem de longe a luta não foi uma 'pílula técnica' para grandes estudos. Mas alguns detalhes nos fundamentos criaram os melhores momentos. 

O bielorrusso melhorou significativamente a principal defasagem do jogo. Bom striker, Arlovski é conhecido pela potência da mão direita (foi o único até agora a nocautear os ‘queixos de granito’ Roy Nelson e Ben Rothwell, lembram?). A sequência em que ameaça um jab ou cruzado de esquerda e manda o direto de direita é a marca registrada de melhor timing no arsenal.

Mas o receio em ser atingido e a perda de controle em ocasiões do tipo, abaixando demais a cabeça ou cometendo erros crassos na guarda, sempre foi o grande pesadelo técnico do barbudo nas arenas de luta. 
Arlovski se prepara para os combates com o renomado 'head coach' Greg Jackson há cerca de três anos.

Estrategista por natureza, este conseguiu enfiar na mente do ogrão uma movimentação mais dinâmica, aliada ao ''jab and move', 'jab  and move' (jab e se movimente) - que repete dezenas de vezes durante os combates dos pupilos -, seria o primeiro passo para melhorar a média indigesta de ser um cara facilmente atingido.  
O jogo de pernas mais formatado criou novo recurso para se manter seguro, já que depender exclusivamente dos clinches para abafar ataques não é seria o melhor negócio contra alguém tão grande quanto o brasileiro. 

Todos esses recursos básicos foram suficiente para vencer a brutalidade típica de Pezão, que claramente adotou a tática dos contragolpes como a principal, mas foi alvo fixo o tempo todo: não movimentou o tronco para evitar golpes ou fintar ataques, além de ficar plantado demais no centro do octógono.

Ao contrário do primeiro combate, em 2010, pelo Strikeforce, Arlovski manteve as costas distantes das grades e a frieza para atacar, mesmo com Pezão sempre bufando por perto. 

O bielorrusso fintava para um lado e saía para outro, aplicando jabs discretos e outros golpes em que não se expunha demais. Ao ver que Pezão em dado momento recuou e abaixou a guarda, colocou duas bombas de direita que abriram caminho para liquidar a fatura no ground and pound.  

Teve buracos no jogo? Sim! Para os mais atentos, foi visível que Arlovski abaixou grotescamente a mão esquerda (da guarda) no momento em que acertou o segundo soco em Pezão, o que não é nada bom para alguém com histórico acentuado de derrotas por nocaute. Mas isso é assunto para o camp da próxima luta. Greg Jackson que o diga.