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[Leitura de luta] Spider, de cima a baixo

Análise livre sobre o estilo do ex-campeão dos pesos médios



Anderson Silva enfrenta Nick Diaz no dia 31 de janeiro de 2015. O combate marcará o retorno do Spider ao octógono após a fratura na perna sofrida na fatídica edição 168, e todo período traumático decorrente disso.

Não há ainda como prever se existe alguma sequela ou se o brasileiro trará modificações técnicas significativas após o episódio mais complicado da carreira. Mas fizemos uma análise livre sobre as principais características e marcas registradas de um estilo que dominou por muito tempo os pesos médios da organização. Confere aí. 

Anderson promete 'a melhor luta da carreira' contra Diaz

 
Em pé

Um dos fatores que transformam strikers 'bons' em 'grandes' é a capacidade de posicionar os pés e o corpo de forma adequada ao se lançar ofensivamente, para potencializar e dar estilo a cada movimento.

Anderson muda de base com frequência e joga tanto de destro como canhoto. Não é propriamente um golpeador de carga bruta, mas eficiência e precisão são diferenciais que o classificam como grande nocauteador, além de fortificar a média tentativa/acerto como uma das melhores do MMA.

Contragolpeador nato, o Spider é um boxeador dinâmico e minucioso, mesmo em ângulos menos comuns. Ele raramente tenta alguma ação sem antes executar algum jab, finta, deslocamento ou mesmo tentar 'assustar' o oponente para evitar ser contra-atacado. 

A confiança adquirida é tanta que o brasileiro sabe 'ler' rapidamente qualquer tentativa ou iniciativa dos adversários, além de ter grande timing de respostas quando atacado.

Mesmo com base declarada no muay thai, os movimentos mais curtos e 'puxadas' dos chutes de Anderson se assemelham muitas vezes aos do taekwondo, modalidade na qual é faixa-preta desde criança.

Aqui, entram também os famigerados pisões no joelho, que bloqueiam investidas e garantem distâncias.

A técnica dos clinches/joelhadas típicos do boxe tailandês também são marcas registradas. Mesmo deixada de lado nos últimos tempos, foi grande pesadelo para lutadores como Rich Franklin

Wrestling


É o 'calcanhar de Aquiles', ou seja, o ponto mais vulnerável. No começo da carreira no UFC, Anderson já se destacava como golpeador diferenciado, mas era levado ao solo com muito mais facilidade. Esta característica, ainda bastante subjetiva, é considerada o ponto de partida ideal para neutralizá-lo.

Com o passar do tempo, ele desenvolveu defesas e timing mais confiáveis neste fundamento, devido também ao fato de aproveitar melhor entradas e transições pra transformá-las nos clinches de muay thai (já citados acima).

Diaz foi mesmo a melhor opção para o retorno do Spider?

No chão

O estilo de jiu-jitsu é essencialmente defensivo, com uso eficiente das pernas longas para controlar ou travar oponentes na guarda. Após ser finalizado duas vezes na época do Pride (por Daiju Takase e Ryo Chonan), modificou detalhes e simplificou adaptações na arte suave para tornar-se mais coeso. 

Se no começo de carreira o Spider se esmerava em criar artifícios para ser bom em 'sair de baixo' - como boa parte dos strikers que migram ao MMA - o brasileiro desenvolveu forte instinto de sobrevivência neste quesito. A prova cabal foi o primeiro combate contra Chael Sonnen (UFC 117). Ele suportou castigo severo por mais de quatro assaltos com as costas no solo, e ainda achou espaço para finalizar com um triângulo (estrangulamento com as pernas) no fim da luta.

Especiais


São as consequências diretas da versatilidade. Aqui, entram o antológico chute frontal no queixo de Vitor Belfort, no UFC 126, a cotovelada reversa que liquidou Tony Fryklund, ainda na época do Cage Rage, e mesmo a joelhada voadora que detonou Carlos Newton, no Pride.