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Entrevistas

Léo Santos e Davi Ramos: dois brasileiros “em casa” na Ilha da Luta

Medalhistas do Abu Dhabi Combat Club, o ADCC, atletas têm boas lembranças do local onde farão suas próximas lutas no Ultimate

Dentre os quase 30 brasileiros que estarão em ação nos quatro eventos do Ultimate que serão realizados em julho, na Ilha da Luta, dois em particular estarão se sentindo “em casa”.

Isso porque a tão falada ilha fica localizada em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes e berço do Abu Dhabi Combat Club, o ADCC, possivelmente o maior torneio de luta agarrada do mundo, e do qual Léo Santos e Davi Ramos têm boas lembranças.

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Leonardo Santos of Brazil celebrates his KO victory over Stevie Ray

Foi lá que, em 2001, o então jovem faixa-preta de jiu-jítsu Léo Santos pôde competir e conviver com alguns de seus ídolos do esporte, e ainda levou para casa uma medalha de bronze em um torneio que contou com a participação de nomes como Márcio Feitosa, Matt Serra, Rodrigo Gracie, Léo Vieira, entre outros.

"Foi uma experiência ótima. Eu nunca tinha ido para Abu Dhabi e foi irada a viagem. Só a elite do submission, do jiu-jítsu. E foi o último ano, depois disso não teve mais ADCC lá”, relembrou o brasileiro em conversa com a reportagem do UFC Brasil, “Só peguei casca grossa e foi um evento que marcou a minha vida”.

"Em uma luta, a gente foi fazer uma homenagem ao Thiago Fernandes, um atleta nosso da Nova União, que estava fazendo a seletiva para tentar arrumar uma vaga, mas sofreu um acidente de carro e morreu”, continuou, “Eu e o Robinho (Robson Moura), a gente entrou com uma camisa com a foto dele para prestar uma homenagem. Eu e o Robinho ficamos em terceiro e conseguimos representar bem a Nova União e o Thiago".

A edição de 2001 foi a última do ADCC realizado em sua cidade natal. A partir de 2003, o evento, que passou a ser realizado a cada dois anos, viajou para diversos lugares do mundo, e foi em São Paulo, em 2015, que Davi Ramos se sagrou campeão.

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Apesar de o título não ter sido conquistado na própria Abu Dhabi, o lutador contou, também em conversa com a reportagem do UFC Brasil, sobre suas profundas raízes com a região.

"A primeira vez que fui para Abu Dhabi foi para lutar um campeonato de jiu-jítsu em 2011, o World Pro. Eu fechei junto com um amigo de equipe a final, fomos campeões juntos”, relembrou Davi, “Depois disso, voltei em 2012; em 2013 já estava mais focado no MMA e não fui; em 2014 não fui para Abu Dhabi, mas fui para Dubai. Eu treinava o Rodrigo (Minotauro) e o Rogério (Minotouro) e dava aulas na Team Nogueira, e recebi um convite do Sheik Tariq e do Rafael (Haubert) que têm uma filial da Team Nogueira em Dubai e desde então vou sempre, todos os anos, várias vezes no ano aos Emirados".

“Sempre tive vontade de ser campeão do ADCC, e a primeira e mais gratificante lembrança que eu tenho é que eu fui campeão do torneio originário de lá e que formou tantos campeões”, disse, “Sou muito grato por ter sido campeão. Dubai, Abu Dhabi, me trouxeram muitas coisas; fiz muitos amigos lá que vou levar para a vida e muitas histórias para contar".

Invicto há sete anos no UFC, Léo Santos mira mais lutas

A trajetória de Léo Santos no Ultimate tem sido marcada por sentimentos mistos. Por um lado, o vencedor do TUF Brasil 2 está invicto no Octógono com seis vitórias e um empate; por outro, fez apenas sete lutas em sete anos na organização. Por isso, se lutar em Abu Dhabi é um privilégio, simplesmente voltar a trabalhar, mais de um ano após seu último combate, já o satisfaz.

"Estou feliz demais, amarradão por estar de volta e por poder lutar. Essa pandemia, a gente achou que o mundo ia parar e o UFC deu um pontapé que muitos criticaram, mas eles estão fazendo com muita segurança e responsabilidade e estão botando a gente para trabalhar”, comemorou, “A gente só ganha quando luta; se não tiver luta, faz como? Eu agradeço a Deus todos os dias por ser um dos escolhidos para poder trabalhar, ganhar meu dinheiro honestamente e lutar".

“Se me derem mais oportunidades, meu nome mais aparecer mais, de repente eu consigo chegar no Top 10, Top 5, quem sabe até no título”, continuou, “Eu sei que tenho condição de lutar com qualquer um deles".

Léo encara o invicto russo Roman Bogatov dia 11 de julho, no UFC 251.

Davi Ramos prevê luta em pé e se diz confiante

Após somar quatro vitórias consecutivas como peso-leve no Ultimate, Davi sofreu sua primeira derrota na categoria em sua luta mais recente, quando foi superado por decisão unânime por Islam Makhachev, um adversário que, segundo ele, tem muitas semelhanças com seu próximo oponente, Arman Tsarukyan, dia 18, no UFC Fight Island 2.

“Quando se fala de Davi Ramos, ninguém quer fazer wrestling comigo”, disse, “Na minha última luta, por exemplo, a gente acabou indo para o chão só depois que eu tomei um knockdown, uma joelhada no rosto, e acabei ficando por baixo. Mas normalmente não é isso que acontece. Por dois rounds, na minha luta com o Makhachev, ele não quis me botar para baixo, e é um jogo que ele faz e faz com todo mundo. Acredito que o jogo vai ser o mesmo, o que ele (Tsarukyan) vai tentar fazer, mas eu me vejo muito melhor hoje”.

“Graças a Deus tirei esse tempo de experiência para poder continuar evoluindo na parte em pé, justamente porque sei que 90% das pessoas com quem eu vou lutar, vão querer agir dessa forma - querer me tocar e correr”, continuou, “O estilo de luta que eu trago, agarrado, é muito forte, e eles não vão querer fazer esse corpo a corpo comigo. Mas eu estou muito, muito bem, me sentindo melhor impossível”.

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