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Por Thomas Gerbasi
Chuck Liddell admite que não sabia muito sobre Howard Davis Jr., quando o seu treinador John Hackleman sugeriu que os dois começassem a trabalhar em conjunto antes de seu combate de 2009, com Mauricio 'Shogun' Rua.
"Para ser honesto, eu olhei pra ele quando John começou a falar comigo sobre trabalhar com ele. John conhecia bem, e eu chequei o seu currículo e o que tinha feito antes".
Pouco tempo depois o ex-campeão meio pesado estava treinando com um homem que ganhou medalha de ouro olímpica no boxe para os Estados Unidos, um dos melhores deste país entre os amadores, e um desafiante ao título mundial em três oportunidades entre os profissionais. O mais importante, ele era conhecido como um dos melhores pugilistas defensivos dos últimos 40 anos, fez a transição para treinar atletas no MMA e estava indo adicionar uma nova dimensão ao jogo de um lutador conhecido estritamente por sua ofensividade.
"O cara era um medalhista de ouro, o lutador mais proeminente nas Olimpíadas, e eu o respeito. John trouxe, eu respeito a opinião dele e era fácil trabalhar com ele. Eu também sou um aluno muito bom, por isso, se eu decidir trabalhar com alguém, eu vou ouvir o que eles dizem e tentar descobrir o que eles estão fazendo".
No primeiro combate sob o treinamento de Davis, Liddell não foi tão bem, ele sofreu um TKO no primeiro round contra Shogun no UFC 97 em abril de 2009, mas após a pausa de um ano, um período de treinamento completo com Davis, na Califórnia e uma visão renovada sobre a sua carreira de combate, os verdadeiros benefícios desta parceria podem ser mostrado quando 'The Iceman' retorna ao octógono para enfrentar Rich Franklin no evento principal do UFC 115 este fim de semana.
"O que ele ajudou, e a razão pela qual John o trouxe é que ele era bom na defesa e no entrar e sair. Somos conhecidos pelo poder, por isso é como equilibrar dinamicamente. Eu sempre pensei que a melhor defesa é o ataque, mas ele está trabalhando a minha defesa e um pouco mais meu movimento".
É uma atitude louvável do Liddell, que, aos 40, não fechou-se para aprender novos truques ou remodelar um jogo que precisava de alguns ajustes após duas derrotas por nocaute contra Shogun e Rashad Evans e derrotas em quatro de seus cinco últimos compromissos. De fato, após a luta no UFC 97, muitos esperavam que Liddell fosse se aposentar.
Mas os combatentes não vão embora assim tão fácil, e após uma longa pausa que o viu chegar ao Hall da Fama do UFC e ainda competir no Dançando com as Estrelas da rede de tevê ABC, ele mostrou intenções de retornar. O que se seguiu foi uma temporada como treinador no The Ultimate Fighter 11, e agora ele está de volta a ativa - não para enfrentar o seu treinador rival, Tito Ortiz, mas Franklin, que substituiu o lesionado 'Huntington Beach Bad Boy' na última semana do reality show. Foi um bocado de ajuste para Liddell, cuja animosidade contra Ortiz (que ele nocauteou duas vezes) foi bem documentada.
"Por alguns dias (após a saída do Ortiz) foi provavelmente (difícil de lidar), mas eu respeito Rich e eu acho que ele é um desafio maior que o Tito, com certeza, isso que me motiva mais a treinar e eu tenho que estar preparado para ele. Ele vai aparecer em forma, então eu acho melhor eu estar pronto ou vou pagar por isso".
Independentemente do resultado, Liddell afasta qualquer conversa sobre aposentadoria após a luta.
"Vou atravessar essa ponte quando eu chegar lá. No final da luta eu vou decidir o que eu quero fazer depois. Estou pensando em fazer outra caminhada até o título, e vamos ver o que acontece".
É o típico Liddell, e se vencer, este é o esporte das memórias curtas, suas derrotas podem ser virtualmente eliminadas por um bom desempenho do 'Iceman'. Isso é o que Liddell e sua legião de fãs estão procurando, e enquanto ele não garante a vitória, ele promete uma luta, e isso é tudo que podemos realmente pedir.
"Nós dois iremos trocar e as pessoas tendem a gostar desse tipo de luta", ele sorri.