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Luiz Cané não pretende desperdiçar a chance de ouro

Um recorde de 3-1 entre os meio-pesados do UFC é uma marca boa, especialmente quando a derrota não foi resultado de superioridade do adversário, mas devido a uma falta cometida. Inclua neste recorde dois nocautes técnicos e uma decisão sobre o último campeão até 93 quilos que o WEC teve, e a marca se torna ainda mais impressionante.

 

Um recorde de 3-1 entre os meio-pesados do UFC é uma marca boa, especialmente quando a derrota não foi resultado de superioridade do adversário, mas devido a uma falta cometida. Inclua neste recorde dois nocautes técnicos e uma decisão sobre o último campeão até 93 quilos que o WEC teve, e a marca se torna ainda mais impressionante.

Luiz "Banha" Cané é o cara em questão e com tudo indo bem, suas aspirações após a luta contra o Steve Cantwell no UFC 97 eram altas. Mas uma dor inesperada começou a incomodar o brasileiro quando ele voltou aos treinamentos.

"Eram pedras nos rins", ele disse. "Eu não sabia e começou com um pouco de dor que imaginei ser muscular, mas não era”.

Com a dor, e as pedras nos rins diagnosticadas, Banha (11-1, 1 NC) foi submetido a uma cirurgia que o afastou do que ele mais ama - treinar – o deixando fora de ação por mais de três meses.

"As pessoas queriam me entrevistar durante esse período, mas eu preferi o silêncio. Elas podiam confundir o meu problema com os danos que sofri na minha última luta, e eles não tinham nenhuma relação. E uma luta contra o Rich Franklin estava sendo negociada para o UFC 103, mas devido ao meu problema eu não pude pega-lá". Banha fala sobre uma luta que seria a mais importante de sua carreira até então.

Mas deixando a especulação de lado, vamos voltar à realidade do UFC 97 em abril, o evento onde a Banha teve seu compromisso mais difícil dentro do octógono até agora. Enfrentando Cantwell, o paulista de 28 anos de idade viu um combate ir para a decisão dos juízes pela primeira vez no UFC, onde ele passou também por vários testes.

"A luta contra Cantwell se desenrolou como eu esperava", Banha disse. "Acertei boas nele no primeiro assalto e imaginei que iria derrubá-lo, mas ele se manteve em pé diante dos meus ataques".

Se um nocaute sobre Cantwell inicialmente parecia apenas uma questão de tempo, a luta se transformou em uma complicação para o brasileiro no segundo round, quando seu oponente cresceu.

"Eu acho que os segundos dele o instruíram muito bem no intervalo", Banha diz. "Mesmo assim acho que ganhei por uma margem menor. O ponto positivo foi que eu pude ver que minha preparação manteve minha resistência forte para lutar os 15 minutos que a luta durou”.

A vitória por decisão unânime após três rounds de batalha foi um verdadeiro teste para Banha, que terá de usar tudo aquilo que aprendeu na sua próxima luta no UFC 106 neste sábado, contra o compatriota Antonio Rogério Nogueira (também conhecido como Minotouro), irmão do lendário Antonio Rodrigo "Minotauro" Nogueira. Para esta luta, considerada difícil para Banha, ele não leva apenas os aprendizados adquiridos na última diante de Cantwell contra o mais experiente Minotouro, mas também o treinamento com seu novo time - a American Top Team.

"Eu trouxe da minha ex-equipe, Gibi Thai/Pamplona, a disciplina nos treinamento para manter um alto nível aqui na Flórida", ele diz. "A formação e a vida aqui são diferentes, mas eu já estou adaptado a tudo”.

Banha, que está morando na Flórida há oito meses, afiou não só suas habilidades como lutador, mas também seu inglês nos Estados Unidos.

"No começo foi difícil, para pedir uma comida específica era um drama", diz ele rindo. "Agora eu estou indo bem, e eu já concedi algumas entrevistas em inglês, só não sei se eles entenderam tudo que falei e preferiram não perguntar novamente".

Aqui no Brasil, quando dois brasileiros se enfrentam no octógono, exceção para a luta com ingredientes de rivalidade pessoal envolvendo Marcus Aurelio e Hermes Franca no UFC 90, todos, incluindo os lutadores, lamentam o casamento do combate. Banha contra Minotouro não é diferente, ambos já fizeram suas considerações, mas aceitar a luta é um termo que o profissionalismo do esporte demanda. Banha, que assistia Minotouro lutando no Pride e têm seu compatriota como um exemplo de atleta a ser seguido, diz que admira e respeita o seu próximo adversário, mas não quer que esses sentimentos sejam mal interpretados.

"Eu respeito ele, mas dentro do octógono será uma guerra", ele diz. "Estou focado e muito confiante para esta luta. Tudo pode acontecer. Aqueles que gostaram do meu Muay Thai, e ainda não viram o meu jiu-jitsu e nem meu wrestling, podem ter uma chance de vê-los agora. Quem sabe?"

Na preparação para a contenda, Banha também aprendeu uma maneira diferente de assistir os vídeos de seu próximo adversário. "É engraçado como nós pensamos que desde o momento que acompanhamos a carreira de um lutador, sabemos tudo sobre ele", disse Banha sobre Minotouro. "Eu vi coisas dele antes e imaginei que eu sabia tudo sobre ele. Mas quando a nossa luta foi marcada e os treinadores da ATT assistiram as lutas junto comigo, eles me mostraram coisas que eu nunca iria perceber por mim mesmo”.

As 20 lutas que Minotouro já disputou, e o nome que ele fez no Pride, colocam Banha em uma posição que ele não esperava estar. Mesmo sendo um atleta do UFC desde 2007, é Minotouro, um estreante no octógono, que é apontado como favorito.

"Eu não me importo com isso", Banha diz. "Eu sei o que quero e o que eu represento na talentosa categoria meio-pesada. Minotouro é um cara legal, e será uma honra lutar com ele, mas esta é a minha chance de vencer um lutador top ten, um lutador com uma excelente reputação. Minhas aspirações pelo título ainda estão se solidificando, e eu não estou com pressa para isso, eu posso esperar, mas eu sei que uma vitória sobre ele pode representar e eu não pretendo desperdiçar essa oportunidade ".