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Brasileiro encara Eryk Anders na luta principal do evento no dia 03 de fevereiro
A volta de Lyoto Machida ao octógono em outubro de 2017, após uma suspensão que afastou o brasileiro por mais de dois anos do esporte, não foi nem de perto como ele imaginava.
Na luta principal do UFC São Paulo, Lyoto foi nocauteado por Derek Brunson no primeiro round, encerrando de forma bastante precoce seu aguardado retorno.
“Não foi fácil, principalmente no início”, disse Lyoto, em conversa com jornalistas na última semana, sobre como digeriu a derrota para Brunson, “Eu estava há um bom tempo fora e esperava um resultado completamente diferente pela preparação que tive. Mas luta é isso, é isso que faz o esporte interessante, a gente nunca sabe quem vai vencer. Tive que me concentrar bastante e saber o que eu quero, porque é muito fácil você ficar abalado nessas horas e não querer mais. E eu quero bastante”.
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As atitudes de Lyoto combinam com suas palavras. A vontade de superar o momento ruim é tanta, que o brasileiro voltará ao octógono apenas três meses depois do último revés, no dia 03 de fevereiro, na luta principal do UFC Belém, um evento mais do que especial para ele.
“Eu queria estar de volta logo, então quando o UFC fez a proposta, não pensei duas vezes. A melhor coisa para você cobrir um momento difícil é voltar e mostrar trabalho, mostrar o que venho desenvolvendo. Somou a fome com a vontade de comer”, explicou Lyoto, “O que me motivou é que preciso ganhar ritmo, e também o fato de ser um evento na minha cidade. Não existia possibilidade melhor do que voltar logo, ainda mais em Belém do Pará, uma cidade em que eu praticamente nasci”.
Nascido em Salvador, mas criado na capital paraense, Machida fez questão de reforçar ao longo da conversa o fato de estar empolgado e ansioso para lutar próximo a “tantas pessoas que fizeram parte de sua vida”, e grato pela oportunidade de liderar o primeiro card do Ultimate na região.
Mas o brasileiro não se esqueceu em momento algum de um elemento fundamental do combate: seu adversário, o norte-americano Eryk Anders, de 30 anos, que está invicto em 10 lutas na carreira e enxerga em Lyoto uma chance de ascender ao ranking dos pesos-médios.
“Ele é um lutador com muito vigor físico, que bate forte, vem de boas vitórias, está invicto. É um lutador completo”, analisou Lyoto, “Mas esse lado da experiência eu tenho muito mais do que ele, muito mais lutas, muito mais vivência dentro do octógono, enfrentei mais situações, então isso é uma coisa que considero estar na frente”.
Prestes a completar 40 anos de idade, o “Dragão” planeja começar em Belém uma nova escalada na divisão. Se sentindo jovem e motivado, ele faz até parecer estranha qualquer pergunta sobre o fim de sua carreira.
“A idade, lógico que é implacável, ela chega para todo mundo, mas enquanto eu estiver me sentindo bem, disposto, com vontade de treinar, competindo, conseguindo treinar bem com a galera mais nova, não tem motivo para pensar em parar”, disse, “Ainda tenho muita lenha para queimar”.