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O peso-pena Mairon Santos está preparado para mais um desafio em sua carreira no Octógono. No próximo dia 8 de março, o brasileiro enfrenta Francis Marshall no card preliminar do UFC 313 e busca consolidar seu nome na divisão.
Inspirado por Alex "Poatan" Pereira, que faz a luta principal do evento contra Magomed Ankalaev pelo cinturão peso meio-pesado, Mairon quer mostrar que pertence à elite do esporte e garantir mais uma vitória em sua trajetória profissional.
"Sou muito fã dele. Me inspiro tanto na vida pessoal, pelas superações e reviravoltas na carreira, quanto no jeito de lutar", disse o carioca de 24 anos em entrevista exclusiva ao UFC.com.br. "Não tento copiar, mas sempre observo detalhes e procuro aprender. Uma das coisas que mais admiro é a presença que ele impõe no Octógono com o olhar e a postura, e isso é algo que venho trabalhando muito. Além disso, gosto de chutar as pernas, e ele é um mestre nisso", destacou.
Mairon Santos comemora a conquista do The Ultimate Fighter 32. (Foto por Chris Unger/Zuffa LLC)
A caminhada do peso-pena até o UFC 313 passa pelo The Ultimate Fighter 32, reality show que o ajudou a crescer tanto profissionalmente quanto pessoalmente. Para ele, a participação foi uma virada de chave, principalmente pelas circunstâncias em que se encontrava antes de entrar na casa.
"A experiência foi algo incrível. Eu estava em um momento muito desacreditado, tinha acabado de passar por um perrengue, não estava treinando direito e recebi a chamada praticamente com três dias de antecedência. Entrar na casa foi um divisor de águas, porque ali não temos distrações, apenas o foco na luta. Isso me ajudou a lembrar o porquê de estar nos Estados Unidos e a buscar a minha melhor versão dentro do Octógono", afirmou.
No reality, Mairon foi a sétima escolha do Time Grasso e venceu dois adversários de alto nível - Edwin Cooper Jr. por decisão dividida nas quartas de final e Guillermo Torres por decisão unânime na semifinal, garantindo assim a chance de enfrentar o australiano Kaan Ofli na final do programa.
"No início, eu tinha medo de enfrentar alguns lutadores que estavam ali. Mas depois do meu primeiro confronto, contra um adversário que eu evitava, percebi que precisava confiar mais em mim. Essa foi a maior lição que aprendi e que trago para minha carreira", completou.
Mairon Santos golpeia Kaan Ofli no UFC Vegas 96. (Foto por Chris Unger/Zuffa LLC)
Todo esse aprendizado foi fundamental para sua estreia no Octógono. Mairon teve uma performance dominante, mostrou todo seu talento na luta em pé e nocauteou Ofli, garantindo o título da edição e conquistando sua vaga no UFC.
Mairon sabe que Francis Marshall não será um adversário fácil, mas confia no seu jogo para sair vitorioso. Para ele, a principal qualidade do oponente é a resistência, mas acredita que ela pode ser superada com seu striking.
"Ele é um cara muito duro. Tem uma boa trocação, mas sem tanta técnica. O maior desafio é não deixá-lo impor o jogo. Tanto na em pé, quanto no chão, se ele encontrar espaço, ele cresce. Então, meu objetivo é ditar o ritmo e impedir que ele me pressione. Acredito que sou superior a ele em todas as áreas, especialmente na trocação", analisou Mairon.
O peso-pena também vê semelhanças entre Marshall e Ankalaev, assim como vê pontos parecidos em seu modo de lutar com o do campeão peso meio-pesado. No entanto, ele tem a confiança de que os brasileiros levarão a melhor no Octógono.
Mairon Santos dá entrevista no Octógono do UFC Vegas 96 após a vitória. (Foto por Chris Unger/Zuffa LLC)
"Sempre treino muito a defesa de quedas e na trocação busco ser eu mesmo. Gosto de deixar fluir e ajustar pequenos detalhes conforme necessário. Talvez o adversário dele (Poatan) e o meu tentem fazer a mesma coisa, mas eu espero que a gente possa ganhar", destacou o atleta.
Embora nunca tenha conversado diretamente com o campeão meio-pesado, Mairon espera ter a oportunidade de conhecê-lo durante a semana do evento e pegar algumas dicas com o ídolo .
"Ele comentou no vídeo do meu nocaute que estava nas redes sociais. Para mim, aquilo ali foi o máximo. Espero que durante a Fight Week eu possa conhecê-lo e talvez aprender alguma coisa com ele. Ele pode me dar algumas ideias. O Poatan entende muito", completou.
Apesar de estar focado no UFC 313, Mairon já tem planos para o futuro e quer se manter ativo na organização. O peso-pena espera competir pelo menos três vezes em 2025 e tem um nome em mente para um eventual próximo desafio.
Mairon Santos comemora a conquista do título do The Ultimate Fighter 32. (Foto por Chris Unger/Zuffa LLC)
"Eu gostaria de no início, no meio e no final. Também tenho vontade de enfrentar o Sean Woodson, porque já estivemos marcados para se enfrentar e não deu certo. Ele é o cara mais alto da categoria, tem a maior envergadura, e acho que seria um desafio interessante", revelou.
E se esse duelo for no Brasil? Melhor ainda, visto que o peso-pena mora em Las Vegas e sente saudades de sua terra natal.
"Seria algo maneiro demais. Poderia ver minha família e eu escutaria o grito da torcida. Meu sonho é lutar no Brasil e ouvir a rapaziada falando 'Uh, vai morrer'. Seria uma experiência inesquecível", finalizou.